Capítulo XLVIII - A Espera de Um Ataque

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Aemond adentrou a taberna com a dupla de homens junto dele, foi recebido por outro estranho, que tinha os cabelos lisos e tingidos de azul, que iam até seus ombros. O bigode e a barba continuavam negros, como um dia devia ter sido seus cabelos, cada um de seus dedos possuía um anel, não tinham muitos detalhes, eram de uma moldagem bruta, de ouro e grossos, alguns deles possuindo esmeraldas e rubis. O que era estanho para um myriano, que são conhecidos por serem excelentes artesãos, o cabelo colorido geralmente era usado em Tyroshi, o que fez Aemond se perguntar qual outra cidade estava dentro daquele esquema, dentre as Cidades Livres.

Assim que o homem colocou seus olhos em Aemond, abriu um sorriso malicioso, fazendo o príncipe se encher de nojo.

"Parece que veio de muito longe para fazer negócios aqui meu rapaz... Deve estar realmente necessitando de ajuda em sua casa." O homem agora se aproximou mais do Targaryen, e olhou profundamente em seu rosto, como se procurasse algum sinal de medo, mentira ou blefe.

Mas o príncipe se manteve firme, e entrou na história que devia seguir. Sorriu e concordou com a cabeça.

"De fato eu estou... Gostaria muito que você pudesse me fornecer tal ajuda, se é que realmente tem bons produtos..."

O homem o olhou por mais um instante, depois juntou as mãos cheias de anéis rente a seu peito.

"Certamente meu senhor... Mas se me permite, como soube que tínhamos mercadorias... como eu posso dizer? peculiares?".

Aemond nem sequer pensou antes de responder de forma automática.

"O senhor a quem sirvo me mandou aqui... As propriedades que tenho sob minha posse, foram dadas por ele, e foi ele quem recomendou seus serviços, agora como ele sabia sobre sua... "mercadoria", não é de meu saber."

O azulado acenou, absorvendo as informações, olhou para os homens atrás de Aemond a procura de respostas, o mais velho deles ergueu o saquinho de moedas que o príncipe lhe entregara.

"Ele pode pagar, disse que daria o restando quando tivesse certeza da qualidade da mercadoria."

"Ótimo!". A expressão do homen mudou rapidamente, um interesse cresceu em seus olhos. "Vai ser um prazer fazer negócios com o senhor...?".

"Nomes não deram necessários, também não pretendo saber os seus, vamos logo para as negociações." O platinado falou, fingindo estar entediado.

"Certo, concordo plenamente." O estranho respondeu e fez um gesto para que Aemond o seguisse. Ao adentrarem por uma porta no andar superior da taberna, o azulado tirou uma chave presa a uma corrente em seu pescoço, girou a maçaneta e entraram em uma grande sala escura.

Diferente do andar inferior, que tinha cadeiras e mesas, com balcões no fundo, esse cômodo era amplo e sem móveis aparentes, ao invés disso, cerca de cinquenta crianças estavam sentadas ao chão, meninos e meninas de no máximo doze anos, todos usavam vestes iguais, calça e camisas largas e compridas, que um dia talvez tivessem sido brancas, mas que agora estavam com o linho amarelado ou quase marrom.

O cabelo de todas elas havia sido cortado rente ao couro cabeludo, tinham os olhos assustados voltados para eles, nenhuma sequer ousou abrir a boca, era nítido que o medo as impedia.

"Se levantem, alguém está aqui para ver vocês." Disse o homem enquanto pegava um chicote pendurado em uma das paredes laterais. Ele não precisou utilizá-lo, pois em um instante todos se puseram de pé.

"Que tipo você precisa?". Perguntou ao príncipe, que no início teve um leve surto interno, ele não era a pessoa que mais amava crianças no mundo, mas tinha sobrinhos, Jaehaerys e Jaehaera era próximos a eles desde que nasceram, e agora Joffrey, Aegon e Viserys se mostravam muito felizes com a presença dele, e pensar em qualquer um deles sendo colocados em uma situação parecida, fazia seu sangue ferver, por isso olhar para os rostinhos assustados a sua frente o irritou mais do que imaginava.

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