Capítulo XLV - Paz Através do Fogo

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Ao se aproximar do lugar, Visenya pousou na pequena ilha, o barco estava na areia e as roupas masculinas estavam jogadas dentro dele.

Ela se amaldiçoou mentalmente por não ter pego suas espadas aquela manhã, pois a idéia em si era apenas sobrevoar o mar, e não descer em um lugar desconhecido.

Por isso com um gesticular da mão direita, ela chamou Naeraxes para mais perto de si, a ilha não era grande, comparado a Pedra do Dragão, mas se estendia o suficiente para que Visenya não pudesse ver o seu final.

Enquanto ela andava pela extensão da praia, sua dragão a acompanhava, era possível notar que várias pessoas tinham estado ali, havia marcas na areia, não apenas pegadas, mas marcas mostrando que algo tinha sido arrastado.

A vegetação da ilha não era densa, o que facilitou a entrada da princesa com Naeraxes atrás. Ela estava atenta, andava devagar sem fazer barulho, pois os donos daquelas pegadas poderiam muito bem ainda estar no lugar.

Foi quando Visenya escutou uma voz masculina falar um pouco mais a frente. Se abaixou perto de Naeraxes e ficou em silêncio para poder ouvir melhor.

"Estou falando, vi um dragão voando a pouco tempo, não é seguro sair agora." A voz parecia pertencer a alguém jovem, que evidentemente estava assustado.

Uma segunda voz se pronunciou.

"E o que quer que eu faça? Os Targaryen's não tem uma hora marcada para voar em seus dragões, mas os pescadores e mercadores tem para saírem em seus barcos, se ficarmos mais tempo aqui, vamos ter que esperar o anoitecer, será arriscado demais sair quando o sol estiver alto." Esse segundo homem estava impaciente, sua voz saia exasperada e parecia ser de alguém mais velho.

"Sim, mas se sairmos agora e um membro real nos ver vai ser nossa ruína, o rei seria informado imediatamente." De novo o primeiro homem tentava argumentar.

"O rei?" O segundo disse com escárnio. "Todos sabemos que o rei está de mãos dadas com o estranho a muito tempo, e mesmo antes ele nunca soube de nada, o que fará se souber agora? Mandará a esposa cuidar disso? O tolo depende de mulheres desde o nascimento, e ainda nomeou outra mulher para como herdeira, chega beirar ao ridículo."

As palavras cuspidas repletas de zombaria fizeram o sangue da princesa ferver. Quem esses homens pensavam que eram para falar assim de sua família? Do próprio rei?. E além disso, o que estavam fazendo ali que não podia ser descoberto por ninguém?.

"Certo... Vamos agora então, mas vamos rápido, o dragão pode voltar." Disse o primeiro homem concordando.

"Ótimo, vocês aí, se levantem, não temos tempo." O outro homem gritou essa última parte, o que surpreendeu Visenya, ela não esperava que mais pessoas estivessem ali, após sua fala, um estalar de chicote pode ser ouvido, o que fez Naeraxes chiar baixo em alerta.

Foi quando Visenya ligou os pontos em sua cabeça, o menino que sumiu, o barulho do chicote, a conversa dos dois homens, só podia significar uma coisa, mesmo que a moça não pudesse vê-los, era nítido que estavam levando escravos para as cidades livres.

A escravidão era proibida em Westeros, mas de tempo em tempo alguns homens sequestraram e vendiam pessoas para as cidades livres como escravos, as escondidas é claro, mas ainda o faziam.

Visenya precisava ter certeza, e se tivesse, precisava saber como impedir.
Precisava saber quem mais estava envolvido, quantas pessoas já tinham sido levadas e como trazê-los de volta.

Ela ouviu passos se afastando, parecia ser um grupo de pelo menos seis a sete pessoas. Um nervosismo se fez presente em seu peito, os seguiria? Mas como? Ela seria facilmente notada, precisava que eles a guiassem, mas ao mesmo tempo não poderia ir além de Westeros sozinha em Naeraxes e sem informar ninguém.

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