Capítulo LI - Meias Verdades

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Uma semana havia se passado desde o retorno de Myr a Porto Real, no dia em que chegaram fora dado um banquete em comemoração a tarefa cumprida. Dois dias depois, baús de auro e pedras foram trazidos pela marinha real até a fortaleza vermelha, onde uma boa quantia foi dada as vítimas do sequestro, de forma discreta pois poderia acarretar discórdia entre a população.

O dinheiro que ficou com a coroa, seria dividido em partes para usufruto da corte, mas em umas das reuniões do conselho, essas que cada vez mais obtinha a presença da princesa Visenya, por ordens de seu avô o rei, no qual gostava das opiniões da neta, a mesma sugeriu que usassem o ouro adquirido para a construção de uma nova fonte de auxílio para o povo de Porto Real. Uma casa de cuidados para crianças órfãs, ela notara que muitas daquelas que foram resgatadas por eles, não tinham nem sequer família para a qual voltar, forneceriam a eles um lar, onde lhes será concedido alimentação e ensinamentos.

A Mão do rei demonstrou certa relutância sobre a proposta, sugerindo que seria um gasto desnecessário pois as próprias crianças das ruas da cidade não se importariam em aprender história com um Meistre. Opinião essa que foi reforçada pela rainha, argumentando que essas crianças já não tinham mais salvação, e que a educação deveria ter sido dada a elas desde o berço, e mesmo entendendo a caridade da princesa, achava a proposta inútil.

O rei, havia gostado a idéia da neta, mas a dupla de Hightower's o deixou exitante, foi sua filha Rhaenyra que clareou seu pensamento.

Relembrando ao pai que as fontes da rainha Alyssane também foram idéias não consideradas no início, mas que hoje eram a principal fonte de água para toda a cidade.

Viserys sorriu, e acabou cedendo a idéia de sua neta, decretando que se iniciasse a construção do local. E quando perguntou a neta qual nome seria dado a esse lar, a princesa sorriu e sugeriu "A Abrigada da Princesa." Indicando sua mãe com um gesticular da mão, pegando mais uma vez Rhaenyra de surpresa.

O rei pareceu satisfeito com o nome, e a partir daquele dia, se deu início ao projeto. O local escolhido foi próximo a colina de Visenya, onde havia um grande espaço desocupado perto do septo estrelado.

No momento, tinham se passado exato seis dias desde a batalha, Visenya se encontrava deitada na grama acima do fosso dos dragões, Aemond estava ao seu lado, também deitado. Seus dragões voavam nos céus, Vhagar e Cannibal circulavam nas nuvens, fazendo sombras em seus montadores no chão. Naeraxes estava deitada um pouco a baixo de Visenya, e comia a carcaça chamuscada de uma ovelha.

O vento batia no rosto da jovem, que o apreciava junto ao carinho que recebia no cabelo pelo seu noivo. Esse que a observava com os olhos brilhantes.

"O que foi?". Ela perguntou ao notar o olhar de Aemond sobre si.

"Apenas admirando...". Ele disse simplista, enquanto continuava a acariciar os fios platinados da jovem.

Visenya sorriu pelo comentário, levando sua mão até a do noivo e entrelaçando seus dedos. Lentamente ela se coloca sentada sobre a grama, e busca na bolsa que trouxera uma maçã, com a casca verde e lustrosa. Ofereceu ao príncipe com um gesto de mãos, que aceitou e mordeu a fruta  ainda nas mãos da moça, depois Visenya imitou o ato.

"Sua mãe pareceu aceitar o nosso casamento agora, e fica me importunando com as datas e cerimônias... Ela quer que casemos no septo." A princesa disse franzindo a testa em uma careta.

"E não é o que você quer não é?" Aemond disse ao analisar a noiva.

"Não sou devota a fé dos sete, Aegon o conquistador pode ter aceitado essa como a religião de Westeros... mas eu não vou, acho hipocrisia como pregam a palavra de seus deuses mas sequer as seguem." A moça fala antes de morder sua maçã novamente.

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