Capítulo LII - O Que Vem do Sangue

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Quando a princesa Rhaenyra comunicou que voltaria a Pedra do Dragão, o velho rei pareceu entristecido, mas não atrapalharia sua filha em sua gestação pois entendia as preocupações da mesma.

Um último jantar fora dado um dia antes da partida de todos, no qual ocorreu silencioso e calmo, para alívio de Viserys.

Visenya havia convencido a mãe e ao pai de que aceitassem a ida de Aemond junto deles. Rhaenyra foi a primeira a ceder, ela via como o meio irmão olhava para sua filha, e observou seu comportamento com a mesma desde que chegaram a Porto Real. Decidiu que se Aemond estivesse disposto a deixar as mágoas do passado para trás, ela também estaria.

Convencer Daemon foi um pouco mais difícil, ele não era o pai mais rígido que existia, ele sabia como eram os jovens e suas vontades, afinal permitia que suas filhas Baela e Rhaena morassem sob o mesmo teto que seus noivos, Jace e Luke.

Mas a questão era de que confiava nos rapazes, desde o incidente com o olho de Aemond em Derivamarca, sabia que os irmãos tinham tentado defender suas meninas, e claro, que Rhaenyra havia os educado corretamente, ele sempre pôde ver isso. Mas Aemond? O mesmo Aemond que machucou suas filhas na infância, que foi criado pela víbora verde dos Hightower, que crescera junto ao irmão bêbado e puto, além de insinuar a bastardia de seus afilhados sempre que podia. Ele realmente não entendia como Visenya poderia gostar dele, ou simplesmente confiar no mesmo.

Mas após muita insistência da esposa e da filha, ele ponderou, se o rapaz estivesse mesmo apaixonado por sua filha, poderia usar isso a seu favor, primeiro teria mais alguém para proteger Visenya, segundo, poderia estar sempre de olho nele e em Vhagar, pois qualquer golpe feito pelos verdes, aquela velha papuda seria essencial, e terceiro, qualquer ameaça vinda do caolho, ele poderia facilmente arrancar-lhe o outro olho dessa vez.

Com isso, ele concordou com a ida do sobrinho, mas não sem estabelecer regras é claro.

Assim, no dia seguinte ao banquete, e com seus pertences arrumados, partiram para o lar ancestral da casa Targaryen.

Em pouco tempo as montanhas rochosas da ilha foram avistadas. Visenya estava em Cannibal, que acompanhava Vhagar lado a lado. Mais atrás vinham Vermax, Arrax e Bailalua, levando seus montadores. Syrax e Cannibal acompanhavam o barco onde Rhaenyra e Daemon estavam, a princesa queria estar com os filhos menores e Daemon a acompanhou, gostaria de conversar em particular com a esposa, Rhaena foi com eles, não quis ir com Visenya dessa vez, mesmo tendo recebido o convite, segundo ela voar ao lado de Vhagar a lembrava muito da mãe, e decidiu ir com o pai.

Visenya olhava constantemente para o lado, buscando o olhar de seu noivo, que retribuía com o sorriso, acalmando a jovem. Ela sabia que os únicos contentes com a presença de Aemond eram ela e as crianças, que praticamente imploraram para que o príncipe os levasse consigo em Vhagar, o que obviamente fora proibido por Rhaenyra.

A herdeira do trono não estava exatamente incomodada, apenas desconcertada, não convivia com o irmão a tanto tempo que não sabia como extrair uma relação entre eles.

Daemon se mantinha neutro, pois seu descontentamento já havia sido esclarecido no dia anterior, já os príncipes Jaecerys e Lucerys tinham uma postura diferente quanto a situação, Jace não estava nem um pouco contente com a presença do tio, mantinha a paz por Visenya, mas não deixava de se manter rancoroso perante aos insultos que o mesmo os fizera, ele era o herdeiro do trono após sua mãe, e se sentia humilhado toda vez que mencionavam sua suposta bastardia, afinal, não era menos Targaryen por causa da cor de seus cabelos, assim como sua avó Rhaenys.

Lucerys estava diferente, ele estava receoso e ansioso com a situação, negava para si mesmo mas sabia que no fundo se sentia intimidado pelo tio. Desde o incidente do olho, nunca deixou de pensar que Aemond o cobraria mais cedo ou mais tarde.

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