VIDAS SUJAS| O QUÃO LONGE VOCÊ iria por sua família? O quanto lutaria por algo que é errado para ajudar aquelas que ama e principalmente o quanto está disposta a largar uma pessoa que amou para protege-la?
MAKAYLA BENITEZ iria ao fim do mundo...
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⁰⁰¹'ÁREA RICA 「anos atrás」 - Makayla
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O BARULHO DA CASA DO PÓ ERA INSUPORTÁVEL em qualquer hora do dia, antes de ter o nome atual, era apenas um pequeno condomínio de apartamentos que se chama Vila da Esperanza, mas quando o tráfico, muito antes que do meu nascimento, as coisas começaram a desandar, agora o lugar era conhecido por ser morada de um bando de viciados, prostitutas e tudo de ruim que o resto de Thunder Bay não quisesse em suas áreas "limpas". Conseguiu ouvir gritos, músicas, choro e gemidos do meu quarto, era uma completa loucura, mas quando não se tem muito dinheiro para jogar fora temos que erguer a cabeça e seguir aqui.
Arrumei a saia em meu corpo, havia conseguido um uniforme de segunda mão de alguma patricinha rica, pelo menos estava apresentável para a nova escola, do jeito que haviam pedido no e-mail. Mesmo estando em um mundo errado, atolada até o pescoço com o próprio erro, ainda sim queria sair disso tudo, um pingo de esperança crescia em meu peito que tudo aquilo se resolveria, e que eu seria uma adolescente normal bebendo e namorando em vez de ser a garota que anda com uma boa quantidade de drogas dentro da mochila.
Senti o cheiro forte da maconha, Gus estava com seus amigos na sala se estar, usando as próprias mercadorias para se divertir, ele tinha sorte que seus usos não mudavam em nada nossas vendas, nunca faltou uma grama para nenhum cliente, e todo o dinheiro ganhado estava indo para uma boa causa, então eu não era uma pessoa completamente ruim, somente um pouco culpada. Passei pela sala chutando algumas latinhas, eles haviam feito uma festa ontem a noite.
— Venda bastante para aqueles adolescentes mimadinhos!— Gus sorriu mostrando os dentes amarelos.— Se vier para casa com uma boa grana podemos posso pensar em dar uma ajuda extra pra Amália.
— Ela é sua mãe também, idiota!— Disse antes de fechar a porta.— Devia ser seu dever ajudar até mais que o necessário.
Nossa mãe poderia ter os deslizes dela, com um trabalho peculiar, mas era isso que nós mantinha ali por muitos anos, que não nos deixou morrer de fome. Admito que era estranho para duas crianças verem homens entrando e saindo de sua casa, ter que escutar os gemidos e gritos, mas ela sempre se desculpou com lágrimas nos olhos, ela dizia que iria sair dessa vida, mas sua saúde decidiu que ela demorou demais, e agora se mantinha em uma cama de hospital sendo monitorada todos os dias, a cada hora.