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Naoto tachibana

"Deixei a Akane em casa e retornei ao meu apartamento. Nosso encontro fol produtivo e lembrei que no mangá que o Kenji me deu tinha uma foto de uma avelā, o que me fez relembrar do passado.

Estávamos no carro da polícia, descansando de uma ronda e aproveitando umas rosquinhas grátis, quando ele retirou de dentro do bolso, com as mãos sujas de recheio do doce, um plástico com formato de avelã e disse:

Abra isso quando for o momento certo ele colocou o objeto em minhas mãos e o fechou com força, sem se importar que estava sujando o plástico com meus dedos cheios de recheio de rosquinha Proteja isso com sua vida.

Mas o que há aqui? - perguntei, franzindo a testa e segurando o objeto.

- No momento certo, você saberá ele respondeu de forma misteriosa.

Agora, parece que o momento certo chegou. Fui até o rack, retirei todos os livros que tinha para pegar o objeto. Guardel os livros novamente, pois não gosto de bagunça, e sentei no sofá para finalmente abrir a embalagem. Encontrei um papel com a frase "it a coisa".

Como assim "it a coisa"? Se me lembro bem, é um filme de terror que a Kaká odiou e o Kenji amou. Ele até comprou uma fantasia desse filme para o Halloween. É uma pena que tenha falecido antes mesmo de poder comemorar essa data, que por sinal estava se aproximando. Espero que o Takemichi esteja bem no passado... Mais uma vez, me vi diante de um enigma sem saber qual seria a próxima pista. Tenho que admitir que acabei de sair de um encontro com minha companheira e agora me retiro para dormir.

Acordei no dia seguinte, pensando que tudo estava muito calmo. A assassina de luvas não atacou mais ninguém. Será que ela desistiu ou era apenas a calmaria antes da tempestade? Tomei um banho rápido, vesti uma das minhas blusas de manga longa polo preta e uma calça, e preparei um misto para mais pesquisa. Fazia um tempo que não investigava sobre o paradeiro da mãe da Akane. Chegou a hora de voltar às investigações.

Meu telefone tocou e atendi a uma ligação misteriosa...

- Alô, quem é? perguntei, soltando um suspiro.

Você é o Tachibana, certo? Tenho informações valiosas sobre o paradeiro da mãe da Akane declarou aquela voz misteriosa.

- Como você sabe quem eu sou e o que estou investigando? - não pude conter meu nervosismo e acabei gaguejando.

- Estou sempre um passo à frente, mas se quiser informações, terá que me pagar uma boa quantia afirmou.

- Como posso saber se você está falando a verdade?

- Quer um spoiler? A mãe dela está morta há uns 10 anos. Tenho a localização do corpo. Passe o dinheiro e eu direi onde está. Vou te dar um tempo para pensar.

E assim, ele desligou o telefone. Eu já suspeitava que a mãe dela poderia estar morta, mas ouvir isso da boca de um estranho me deixou ainda mais perturbado. Como posso dizer isso a ela? Percebo pelo olhar dela que ainda tem esperança de encontrar a mãe viva. Até que eu encontre o corpo, ou melhor, os restos mortais, não direi nada... A vida de um detetive é tão difícil.





Akane kaito

Acordei muito mais alegre por finalmente resolver as coisas entre Naoto e eu. Com o espírito revigorado, decidi dar uma limpa na casa e lavar algumas roupas. Após tudo isso, tomei um banho relaxante e decidi pedir comida, pois não estava com vontade de cozinhar hoje. Ainda tinha sacolas cheias de coisas que peguei ao lado do Kenji, precisava me livrar delas rapidamente. Qual seria o melhor lugar para se desfazer delas se não vendendo para os traficantes?

Após comer, reuni tudo e dirigi até as áreas mais precárias da cidade. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas 'porra, o que esses políticos fazem com tanto dinheiro?' me perguntei. Me identifiquei com um dos seguranças daquele lugar e ele me liberou. Consegui vender tudo e, determinada a fazer uma boa ação, decidi usar o dinheiro para ajudar a população que vivia ali. Ao andar um pouco mais, pude ver quão carentes de ajuda as pessoas eram: crianças abaixo do peso, idosos precisando de assistência médica, pais ou mães implorando por dinheiro para comprar algo para seus pequenos. Era de partir o coração. Por esses motivos, várias dessas pessoas acabavam recorrendo ao crime. Onde estão os políticos nessas horas?

De volta para casa, pensei em como ajudar sem levantar suspeitas. Como poderia explicar para o Naoto de onde veio todo aquele dinheiro? Então, uma ideia repentina surgiu em minha mente: por que não criar uma vaquinha online? Além de poder ajudar outras pessoas, eu poderia contar com a ajuda delas também. Peguei meu computador e criei a conta com uma quantia específica. Algumas pessoas começaram a doar dinheiro com o passar dos dias e, para não levantar suspeitas, eu transferia o dinheiro para várias contas em dias diferentes. Com tudo pronto, depositei o dinheiro na minha própria vaquinha online anonimamente. Empolgada com tudo isso, contei a minha ideia ao Naoto por telefone e disse quanto já tínhamos arrecadado. Ele adorou a ideia e até se ofereceu para ajudar nos preparativos, além de sugerir fazermos um vlog para mostrar às pessoas que o dinheiro não era um golpe. Era sábado e encontrei o Naoto em frente ao supermercado, com um abraço caloroso. Ele estava elegante como sempre, com aquela camisa social, e mais três pessoas atrás dele.

- Animada para hoje, princesa? - ele me abraçou e me deu um selinho.

- Sim, estou muito empolgada, Mal posso esperar para ver o sorriso daquelas pessoas - Mas quem são essas pessoas atrás de você? - perguntei, franzindo a sobrancelha.

- Contei a minha ideia a algumas pessoas da polícia e elas se voluntariaram para nos ajudar a pegar tudo o que precisamos. Estes são Haruto, Ren e Daiki - disse ele, apontando para cada um.

Olhando para os rapazes, Haruto aparentava ter mais ou menos a mesma idade que o Naoto. Com cabelos ondulados que chegavam aos ombros, castanho claro, pele branca e um corpo de academia, seus olhos da cor do cabelo e roupas casuais.

- Prazer, namorada do Naoto - ele estendeu a mão em minha direção e eu a cumprimentei por educação.

- Ren parecia ser mais um nerd, ajeitando seus óculos, com cabelos cacheados cortados em um estilo mullet de cor preta, pele parda e olhos castanhos.

Prazer, Akane - ele somente olhou nos meus olhos, sem se mexer do lugar, como se estivesse tímido. Eu apostaria que, na polícia, ele ficava na área de computação.

- Prazer, Ren. Não precisa ficar tão tímido - dei um sorriso tranquilizador para ele, enquanto ele acenava de volta com os olhos baixos.

- Seja mais sociável - murmurou Daiki, bagunçando os cabelos dele - por isso você não arranja uma namorada brincou.

- Prazer, Akane - ele estendeu a mão para me cumprimentar também.

Entre os outros dois, ele parecia ser o mais animado, com cabelos lisos pretos, pele queimada do sol, um sorriso branco, olhos castanhos claros, e um corpo que aparentava fazer exercícios.

- Prazer - cumprimentei-o também. Naoto, com possessividade, tocou nos meus ombros, e pude sentir um leve ciúmes dele. Interrompendo a interação, disse: 'Vamos começar logo', guiando-me até onde estavam os carrinhos do supermercado. 'Só acho que alguém ficou com ciúmes', ouvi um dos meninos comentar atrás de nós.

entre luvas e sangue Onde histórias criam vida. Descubra agora