❙ 𝐈 𝐇𝐄𝐀𝐑 𝐘𝐎𝐔 ▸ 𝗁𝗐𝖺𝗇𝗀 𝗁𝗒𝗎𝗇𝗃𝗂𝗇 .

Capítulo doze- Nunca

Acordar pela manhã foi um alívio pra mim. Sem Chaewon, sem Jeongin, sem...é, minha mãe ainda estava obviamente em casa. Antes de enfrentá-la, eu tomo um banho quente e relaxante, coloco o uniforme e vou até a cozinha. Minha mãe está lá sentada na mesa junto com meu pai, que provavelmente havia chegado do trabalho de madrugada. Os dois tem caras sérias, e isso me preocupa muito, será que eles estão bravos comigo???

- Min-ah, venha aqui. Precisamos conversar antes de você ir pra escola.- Enquanto eu andava até eles, estava esperando a maior bronca do planeta, mas não parece que o problema é comigo... ou será que...

- Você deve se lembrar da dívida que seu pai nos trouxe alguns anos atrás...- Quando me dou conta já estou com lágrimas nos olhos, eu sabia que essa conversa não era nada boa. Meu pai começa a chorar bastante, mas minha mãe faz sinal para que ele se recomponha.

- Querida, infelizmente, essa dívida ainda não acabou. E eu e seu pai... tivemos uma decisão pra pagá-la. Na verdade, tenho que agradecer Hyunjin, ele que nos deu esta ideia e oportunidade de...

- O que ele fez. - Pergunto com a voz fria e gélida. Sempre se intrometendo onde não é chamado não é Hyunjin?. Meus pais me lançam olhares assustados, principalmente meu pai mas minha mãe decidi seguir o fluxo.

- Não fale assim dele Min-ah, ele apenas nos ajudou...

- O que ele fez? Digam logo.- Eu estava começando a ficar irritada. Eu não precisava que ele visse minha situação financeira e familiar e viesse ter dó de mim. Minha mãe parecia... nervosa?

- Na casa dele estão precisando de uma cozinheira, e ele ama minhas comidas e achou que seria ótimo eu trabalhar lá. E pro seu pai... ele ofereceu um cargo de motorista, já que o da família dele se demitiu. Nós ganharíamos muito mais com isso e...

- Vocês vão simplesmente ir trabalhar pra um grupo social extremamente acima do nosso e me deixar sozinha? Será que vocês não percebem que ele só está rindo da nossa cara?- Eu estava fervendo de raiva, por que não acreditava naquilo.

Minha mãe cozinheira de uma família rica? Ela só fazia lanches de queijo, presunto e maionese, e aquelas comidas diferentes que ela inventa. Meu pai motorista? Ele é extremamente xingado pela minha mãe por sempre dirigir rápido demais.

- Min-ah querida nós...- Começa meu pai mas eu o interrompo.

- Não! Eu posso até trabalhar se quiserem mais...

- Chega.- Diz minha mãe curta e grossa.- Min-ah, me poupe o que você acha ou deixa de achar, você quase nunca falou, não precisa falar agora. Se você acha que somos ruins no que Hyunjin ofereceu, isso só dá uma chance de eu e seu pai melhorarmos. E você não vai ficar sozinha. Lá o trabalho é o dia inteiro, tanto eu, quanto seu pai e quanto você, vamos dormir no quarto de empregados. Agradeça por nós não termos que morar num buraco por aí...

Foi nesse exato momento que, na minha cabeça, Hwang Hyunjin destruiu toda minha vida...

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Eu andava apressada na escola por um motivo, e uma decisão. Assim que entrei no edifício, procurei Hyunjin por todos os lados, e assim que o achei, toda minha vergonha havia ido embora. Eu peguei o pulso do garoto, o levei até uma sala que estava vazia, fechei a porta atrás de nós e explodi.

- EU NUNCA PEDI QUE SENTISSE DÓ DE MIM.- Grito pra ele como se essas palavras rasgassem minha garganta. Ah, eu tinha lágrimas no rosto, mas eram de total ódio. Hyunjin olhou pra mim confuso, e isso bastou pra eu continuar falando.

- VOCÊ ACHA QUE PODE ILUDIR MINHA FAMÍLIA SÓ POR QUE VOCÊ PODE? EU NUNCA PEDI QUE ME TRATASSE BEM, QUE SENTISSE DÓ DE MIM, NUNCA...- Eu quase congelei quando Hyunjin simplesmente me abraçou. Eu nem preciso dizer que fiquei entregue a ele não é?

- Não grite por favor. E eu não estou iludindo ninguém Min-ah.- Diz ele enquanto continuava a me abraçar, sem me soltar, e passava a mão em meus cabelos.

- Então por que?!- Pergunto baixo enquanto mais lágrimas rolavam meus olhos.

- Se eu disser que aquela dívida não é culpa do seu pai, você fica quietinha e me deixa explicar? E... também me dê uma chance de dizer o por que ofereci empregos aos seus pais?!- Pergunta ele num tom de voz calmo. Eu aceno com a cabeça, então ele me solta do abraço, mas desde que peguei seu pulso, nossas mãos continuam unidas... Se a fala dele deveria me deixar extremamente assustada ou nervosa, só me deixou mais calma. Como previsto, eu cai na tentação que era aquele garoto, de novo não é?...