028. Senhor Puppy

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Ellie parou em frente a porta branca com florzinhas rosa e bateu nela duas vezes, esperou por uma resposta até que uma mulher, servente na casa a considerar suas vestes, a abriu com um sorriso doce e olhar gentil. - Pode entrar.

Reconheceu sua voz como sendo a que tinha anunciado a presença deles assim que chegaram. Entrou no quarto. Ele era rosa e cheio de brinquedos, no teto, tinha alguns passarinhos de enfeite colado, além dos desenhos de borboleta nas paredes. Era fofo. Sorriu para a Melissa deitada em sua cama muito grande, mas aparentemente muito fofa, rodeada de pelúcias dos mais diversos animais.

- Olá, boa noite. - A maga comprimentou o guarda que estava dentro no quarto da garota. Ela percebeu que a presença dele deixava a pequena um pouco tímida. - Você pode guardar lá fora se quiser, senhor. Fui encarregada de ficar com Melissa, farei a segurança aqui dentro. - O homem apenas acenou de leve com a cabeça, concordando, e se foi. Ele também não queria ficar ali dentro, era indevido, mas as ordens eram de não tirar os olhos da garota e o pai dela já havia instruído que fizessem dessa forma. Agradeceu a loira e foi guardar a porta.

- Obrigada, Mel é um pouco tímida com estranhos. E os guardas são muito sérios, a assustam. - A mulher agradeceu. Ela era magra e parecia bem pequena também, quase da altura de Ellie. Seus cabelos eram negros, mas era possivel ver um ou outro fio banco. Embora ainda não aparente ser muito velha.

- Não há o que agradecer. Eu também era muito tímida quando pequena, então entendo. A propósito, me chamo Ellie. - Ela se aproximou devagar e puxou um banquinho rosa, sentou-se perto da mulher sentada na cama ao lado de Melissa, deitada.

- Me chamo Cristal. É um prazer conhecê-la. - Ellie se curvou em respeito ao cumprimento e Cristal respondeu, ambas sorrindo uma para a outra, simpáticas. - Essa pequena aqui é a Melissa, mas ela gosta que a chamamos de Mel.

- Mel é um nome lindo, posso te chamar assim? - A pergunta foi feita com calma por Ellie e de forma doce, ela queria deixar a garota mais confortável consigo, entendia o quanto era difícil ser tão tímida a ponto de não conseguir olhar nos olhos de outra pessoa.

Quando pequena, Ellie havia ficado “isolada” da sociedade por tanto tempo, que quando recebia a curta liberdade de ir até a cidade sozinha, quase morria de vergonha e nervoso. Mas ela se acostumou, e hoje, quase não carrega traços de sua antiga timidez.

Em resposta, Melissa apenas acenou com a cabeça de forma que se Ellie não estivesse atenta, não notaria. A pequena abraçava um sapinho de pelúcia e tinha suas bochechas coradas. Tão fofa, a cavaleira pensou.

- Ah, que bom! - Exclamou com um sorriso alegre. - E você se incomoda de eu lhe fazer companhia? Prometo que não sou chata. - Melissa apenas negou e Ellie sorriu mais.

- Eu fico grata por vocês estarem nos ajudando. O senhor Misanne também. Ele pode ser um pouco rude, mas é um bom homem e ama a Mel com todas as forças, assim como também amava a mãe dela. - Crisal contou e Ellie se viu mordendo a língua para não  perguntar o que havia acontecido com a senhora Misanne. Era além do inconveniente questionar algo dessa magnitude, ainda, que sua curiosidade gritasse dentro de si. - Ele só quer protegê-la.

- Eu entendo. - Ela entendia mesmo. Natasha veio à sua mente. - Pode me contar tudo que sabe sobre a fera que está tentando ferir Melissa e-

- Ele não é uma fera! -.Foi interrompida pela voz fina e infantil da criança. - Senhor Puppy nunca faria mal a ninguém! - Ela gritou, convicta de suas palavras e apertando a pelúcia em seus braços. Quando percebeu que as duas mais velhas olhavam para si, se sentiu envergonhada e abaixou a cabeça, corada, se escondendo sob as almofadas e brinquedos.

- Senhor Puppy? - Ellie perguntou, expressando dúvida em sua face. Olhou para Cristal que tinha um olhar ressentido. Ela não gostava de ver sua pequena agindo dessa forma, mas era a palavra dela contra a do pai, e ele obviamente ganharia.

- É o nome que Mel deu para ele, não é pequena? Por que você não conta para Ellie como o conheceu? - A mulher deitou devagar na cama ao lado da criança e começou a acariciar seus cabelos castanhos, tentando fazê-la se sentir confortável. Viu o rostinho dela aparecer devagar e os olhos estarem com um pouquinho de lágrimas. Era uma criança tão sensível e fofa, mas não era surpresa, havia perdido a mãe, afinal.

Mas continuava sendo muito amada, principalmente por Cristal. A mulher sempre esteve presente, desde o primeiro momento de quando a gravidez foi descoberta, durante o parto, ou até mesmo quando a senhora Misanne adoeceu e, com pesar, deixou a pequena criança de 5 anos sozinha e completamente desolada. Ela havia amado a filha com todas as forças e Cristal desejava que a amável mulher descansasse em paz, cuidaria da pequena dela como se fosse sua e não era nem um pouco difícil amar o pocinho de timidez e fofura que Melissa era.

- Ele é meu amigo. - Mel murmurou baixo. - Ele é bonzinho, nunca faria dodói em ninguém, eu juro!

Ellie viu os olhos dela brilharem em certeza. Não mentia. Podia até ser uma criança inocente, mas não era uma mentirosa. Então, sorriu, reconfortante para a pequena. - Eu acredito em você, Mel. Pode me ajudar a protegê-lo, então?

Melissa abriu o primeiro sorriso desde a chegada dos cavaleiros e concordou com a cabeça empolgada. O senhor Puppy vai ficar bem! Ficou feliz.

- Sabe onde ele está? - Melissa negou com a cabeça, assumindo uma expressão tristonha e Ellie se perguntou por que. - Sabe como acha-lo?

- Antes… sim. - Respondeu após um curto tempo de silêncio. Essa moça parece legal, então pode falar para ela, né? Melissa pensava, incerta, se contava tudo sobre seus amiguinhos ou não. Esperaria, queria ver se a moça era realmente legal ou não. - Agora ele está de mal comigo por causa do papai.

- O que aconteceu?

Antes que pudesse ouvir a resposta, batidas na porta foram proferidas e Cristal se levantou para atendê-la. Foi então que Ellie sentiu a mana de seus companheiros e foi junto a ela. Eles devem ter descoberto algo.

- Oi, gente! O que descobriram? - Colocou a cabeça para fora do quarto assim que Cristal abriu a porta, sorrindo, como sempre fazia.

- Vamos conversar aqui fora. - Klaus chamou, Mimosa e Yuno estavam um pouco afastados próximo a parede, longe do guarda que ainda estava ali protegendo a porta como fora ordenado. Ellie concordou e foi.

- Aparentemente, é uma espécie de Urso desconhecido pelos guardas. Alguns empregados que estão sempre por aqui falaram que ele apareceu no quarto da Melissa pela primeira vez e atacou o senhor Misanne quando este tentou intervir. - Klaus falou sério, seus braços cruzados deixavam-no com uma postura rígida e cética. Mas quem o conhecia sabia que ele não era tão insensível quanto aparentava.

- Urso desconhecido? Conseguem descrevê-lo? Talvez possa conhecê-lo. - Ellie pediu. Se fosse de uma espécie selvagem e que originava no Reino de Clover, ela definitivamente conheceria.

- Humm, ele é, bem, rosa e usa vestido. De coraçãozinho. - Mimosa tomou a dianteira, ela nunca havia ouvido falar de um urso que usa vestidos, ainda mais com coraçãozinho bordado. - Também rosa, o vestido, ele é rosa.

- Rosa? Eu nunca ouvi falar de uma espécie de ursos que usa vestido e seja rosa! - A loira exclamou. Argh, existem ursos que usam vestido? A expressão de Mimosa deixava nítido a sua estranheza perante aquela informação.

- Bom, foi o que os guardas falaram. Ele apareceu algumas vezes, sempre indo atrás de Melissa e se mostrando muito agressivo. Principalmente sob a presença do senhor Misanne. - Klaus continuou a contar as informações, mas uma súbita presença chamou a atenção de todos. Era Cristal.

- Ah, com licença. - Ela disse um pouco receosa. - Eu acho que posso ajudar, dizendo uma coisa.

- Por favor Cristal, qualquer coisa que você tiver seria de grande amparo. - Para deixar a mulher um pouco mais à vontade para falar, Ellie segurou suas duas mãos e sorriu gentil, lhe passando confiança. Ela apertou as mãos da loira de volta, e sorriu para ela.

- É sobre o urso, ou, como Mel o chamada, senhor Puppy. - Ellie abriu a boca parcialmente, lembrando dessa informação. É claro! - Ele, na verdade, foi criado pela Melissa.

The Dawn Light - Black CloverOnde histórias criam vida. Descubra agora