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— Ahhh... — grito anestesiada enquanto Lucas explora aquela parte sensível do meu ser. Ele me chupa, morde, lambe, alternando entre um e outro, como se eu fosse um delicioso banquete. Jamais achei que poderia sentir tanto tesão na minha vida.

Apoio-me nos cotovelos e me deparo com essa tentação no meio das minhas pernas, fazendo-me sentir um comichão subindo por todo o meu corpo, aquela sensação maravilhosa de quando você está prestes a explodir em um orgasmo que vai te deixar de pernas bambas. E é exatamente isso o que acontece, levanto os meus quadris para apertar o meu clitóris contra sua boca e caio em um orgasmo devastador. Então...

Justamente nessa hora acordo, ainda sentindo alguns tremores e aquela deliciosa sensação.

— Oh droga! De novo não — resmungo, escondendo o meu rosto no travesseiro.

Lucas.

O sonho de consumo de qualquer mulher: mais ou menos 1,80 de altura, um corpo sarado, ou melhor, esculpido, sem falar naquela bunda — que não pode ser de um ser humano —, cabelos castanhos que vivem bagunçados, olhos também castanhos. Acho que deu para imaginar o que sofro.

Como se não bastasse tudo isso para me deixar louca, ele mora em frente ao meu apê, janela com janela. Já o vi várias vezes desfilando de cueca. Isso fode com o juízo de qualquer pessoa. Nem tente dizer que não. Tenho certeza que se fosse você colocaria uma poltrona de frente pra janela só para apreciar a vista.

Agora podem entender? Porque eu estava tendo aquele sonho — diga-se de passagem, maravilhoso — com aquele deus grego.

Bom, deixa eu me apresentar, meu nome é Lucy — nome que odeio, acho muito sem graça — tenho 25 anos, 1,68 de altura, cabelos castanho-claro, olhos cor de mel. Normalmente dizem que sou linda, mas sinceramente não vejo tudo isso. Estudo e trabalho e me mudei há exatos cinco meses para este apartamento. Depois de uma semana vi Lucas pela janela, na hora o meu clitóris pulsou. Desde então, volta e meia sonho com essa perdição. A minha amiga Paty diz que é falta de sexo. Afinal faz quase um ano que ninguém brinca no meu parque, se é que vocês me entendem. Isso mesmo. Pasmem, desde que o meu namorado me traiu, não me relacionei com mais ninguém, não consigo ficar com um cara só por sexo.

A não ser que o cara em questão fosse o vizinho gostoso — grita o meu inconsciente. Tudo bem ele tem razão, Lucas desperta os piores, ou melhores, depende do ponto de vista, sentimentos em mim.

Levanto da cama, vou tomar banho e me arrumar, afinal sonhos não pagam as minhas contas. Trabalho em um escritório de Contabilidade.

Após me trocar e tomar café saio para o trabalho. Encontro Paty à minha espera na porta do prédio. Trabalhamos juntas, nos conhecemos no primeiro dia de aula da faculdade e deste então ela é a minha melhor amiga.

— Já estava subindo para te buscar. Que demora... — Exagerada como sempre, mas a amo.

— Por que a pressa? Ainda estamos adiantadas, alguma novidade?

— Você não vai acreditar, lembra aquela festa que te disse — ela diz e começa a revirar sua bolsa. Tenho até medo quando faz isso, sei lá o que carrega lá dentro, mas por sorte tira um par do que parecem convites e diz: — Consegui entradas.

E começa a pular como uma doida.

— Oh meu Deus! — exclamo.

Só para que entendam. Vai ter uma festa numa boate super badalada, estávamos loucas para ir, essa festa vai ser tudo de bom, vários gatos, música boa, mas a grana era curta para irmos. — Onde conseguiu?

— Um amigo tinha um amigo de um amigo que comprou, mas não pode ir, então peguei para nós. — Paty e suas façanhas, sempre existe alguém que conhece o primo do papagaio do amigo do vizinho de alguém e no final ela consegue o quer. — Cara, essa festa promete, vamos arrasar — diz ela.

Eu apenas assinto com a cabeça.

— Já estou até imaginando os gatos que terão lá, quem sabe não me dou bem e arrumo um gatinho pra tirar a tentação do Lucas da cabeça.

— Quem sabe você não desencalha nessa festa, apesar de que você não precisa de um namorado, basta alguém que tire essas teias de aranha, alguém que desvende o segredo do buraco profundo, se me entende — zomba e começa a gargalhar a cadela, dou-lhe um tapa. — Qual é Lucy, nós duas sabemos bem que desde que o traste te traiu ninguém explora a sua preciosa. — Ri novamente.

— Não estou tão desesperada assim, — digo.

— Ah... claro que não, só anda tendo sonhos eróticos com um tal gostoso da janela da frente. — Coro na hora e a vaca me olha com cara de que vai soltar besteira. — Galinha, você sonhou com ele de novo — grita, enquanto ri da minha cara de culpada.

Mas convenhamos, que culpa eu tenho?

A) Estou na seca, quase uma virgem novamente;

B) O cara é um deus, sabe quando você está de dieta e passa em frente a uma loja com vários doces, daqueles que você baba só de olhar, que a sua boca se enche de água? Você sabe que o gosto é divino, mas não pode provar. Olhar para Lucas é exatamente isso.

eu sonhei, mas é só isso — confesso e apresso o passo.

De repente esbarro numa parede, ou eu achei que era, mas na verdade é Lucas, isso mesmo, Lucas em carne osso e muita gostosura. Quando sinto o meu peito roçando no seu, quase desmaio, ainda bem que ando com uma calcinha extra.

— Olha o assunto — alfineta Paty.

Olho para ela com cara feia, depois me viro para Lucas, que me olha com cara de safado. Meu Deus será que ouviu a doida gritando que sonhei com alguém? Ou pior, que esse alguém era ele?

— Olá, meninas — ele diz, mas não tira os olhos de mim.

Meu Deusinho, não me deixe corar.

— Oi, Lucas — respondo.

— Oi, gato — cumprimenta Paty. — Você por um acaso vai à festa de sexta na nova boate?

Meu deus o que essa doida vai aprontar agora?

Lucas desvia o olhar para ela e responde.

— Claro, um amigo meu é um dos sócios. E, vocês, vão?

— Claro, não perco essa por nada — diz Paty sorrindo.

Lucas volta o seu olhar para mim e diz:

— Estou ansioso, a noite promete.

Para o mundo que eu quero descer.

Eu estou imaginando coisas ou Lucas está me olhando como se eu fosse o que a noite promete? Só posso estar ficando louca que essa delicia está a fim de mim.

— Bom, temos que ir, não é Paty — digo, olhando com cara de me ajude para ela.

— Claro, vamos! — responde.

— Não quero atrapalhar — Lucas fala e se despede de Paty com um beijinho no rosto.

A safada, nada boba, já começa a andar me deixando para trás. Então Lucas vem me cumprimentar, mas ao invés de um beijinho, ele chega ao pé do meu ouvido e sussurra:

— Espero sinceramente que o cara que tenha sonhado seja eu. Te vejo na festa — diz e me dá um beijo no canto da boca antes de sair andando.

Puta que pariu! É isso mesmo produção? O cara gato que venho sonhando está a fim de mim?

Sou obrigada a me mover, alcanço Paty, conto para ela o que Lucas falou e ela começa sua dancinha maluca de comemoração, junto com um musiquinha:

— Com quem será? Com quem será? Que as teias de aranha a Lucy irá tirar... — Não aguento e começo a rir.

Saímos andando para o metrô, rindo igual duas loucas.



A tentação mora ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora