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Chego em casa e encontro Lucas em nossa poltrona, aquela mesma que depois do belo show que ele me deu nunca mais saiu do lugar. Está de tirar o folego como sempre. Vou até ele, que me agarra me dando um beijo devastador.

Mas logo somos interrompidos por Paty que grita da porta.

— Chega de agarração. Eu estou aqui. — Rio da cara dela, Paty como sempre uma figura.

— O.K! — Lucas e eu respondemos em uníssono.

— Que bom te ver aqui, sr. Lucas. Posso saber que história é essa que vocês dois mancomunaram pelas minhas costas? Sobre "não vai ter despedida de solteiro" — Paty diz essa última frase imitando uma vozinha que creio eu, deveria ser minha quando disse isso a ela. — E eu? Como fico, sou madrinha, já tenho tudo organizado. Vocês não podem me tirar esse direito — chora fazendo bico, tentando imitar um cãozinho sem dono, provavelmente para despertar pena em nós.

— Paty, menos, não exagera — digo a ela sorrindo.

— E outra, tenho certeza que aquele seu amigo, o tal do Marco, também já preparou algo. — Paty faz uma careta o falar de Marco. Aí tem. — É ou não? — pergunta para Lucas.

— Vocês combinaram as frases para nos convencer? Porque ele me disse a mesma coisa: que você já tinha algo planejado.

— Você só pode ter bebido, eu combinando com aquele. Aquele... Olha, eu já vou aguentá-lo no altar e isso já é suficiente, mais nada — Paty diz irritada.

Agora tenho certeza que esses dois tiveram alguma coisa. Assim que ficarmos sozinhas eu arranco isso dela.

Lucas me olha e por esse olhar já entendi que devemos dar um crédito a eles.

— O.K. — respondo.

— O.k o quê? Posso fazer sua despedida? — Afirmo com a cabeça e a louca nos agarra para um abraço — Obrigado. Amo você. — Ela está eufórica.

— Mas... — diz Lucas quando se livra do abraço. — Nada de homens na festa de vocês. Isso não é negociável.

— E nada de mulheres em sua festa. Isso não é negociável — digo e tento fazer uma cara ameaçadora, mas falho e acaba saindo como uma careta. O que faz com que Lucas dê risada.

— Imaginei isso — diz ele.

— Então combinado. Agora eu já vou, pois tenho que terminar os preparativos.

Paty se despede e a levo até a porta. Quando chegamos lá, solto logo.

— O que você tem com Marco? — Somos amigas há séculos e não preciso de rodeios para perguntar algo. Então sou direta.

— Marco? Pirou? Não tenho nada com ele, nem dele eu gosto — responde ficando irritada novamente.

— Então por que fica nervosa toda vez que fala dele?

— Lucy, isso é coisa da sua cabeça, não aconteceu nada.

— Então tá. Você sabe que eu vou descobrir de um jeito ou de outro. — Paty me olha assustada e responde.

— Nós só discutimos por uma besteira, mas foi só isso, nada demais. — Ela tenta um sorriso que não me convence nem um pouco. Mas por enquanto vou deixar para lá.

— Sei. — Ela me dá um beijo e segue para o elevador.

Volto para junto do Lucas, que está novamente na poltrona, e me sento em seu colo.

— Você também acha que Paty e Marco têm algo? — pergunto a Lucas.

— Estava pensando nisso agora mesmo, os dois ficam muito estranhos quando falamos de um para o outro.

— Paty disse que eles discutiram por algo, mas não quis dizer o que.

— Melhor deixarmos que eles se resolvam — Lucas diz e começa a beijar meu pescoço, enviando arrepios direto para o meio das minhas pernas.

Ele me leva para o quarto e fazemos o que melhor sabemos fazer. Nos amar. 

A tentação mora ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora