Seduzida pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #1]

29

[AUTORA]

Cinco meses depois...

O celular de Larissa vibrou insistentemente, indicando a chamada de Russo. Ela respirou fundo antes de atender.

— Russo, o que foi agora? — perguntou, tentando manter a voz firme, mas a irritação era difícil de esconder.

— Já era pra garota estar fora de circulação! O que tá acontecendo aí? — A voz de Russo era áspera, cheia de desconfiança e impaciência.

Larissa rolou os olhos, exasperada.

— Eu tô fazendo o meu melhor. Mas o Pesadelo não larga aquela imbecil nem por um instante. Ela parece ter se tornado a sombra dele, os dois estão praticamente morando juntos.

— Se tivesse fazendo o seu melhor, a garota já estaria morta, sua vadia incompetente! — Russo soava mais irritado agora, a ameaça implícita em suas palavras evidente.

— Ela quase não tá saindo de casa e, quando sai, é de carro e sempre com alguém do lado.

Houve um silêncio do outro lado da linha. Larissa podia imaginar Russo ponderando sobre a situação, formulando seu próximo movimento. Quando ele respondeu, sua voz estava mais ameaçadora, carregada de raiva contida.

— Você tem que dar um jeito de fazer com que ela saia sozinha, entendeu? — exigiu. — Se não fizer isso, é você quem vai rodar.

Larissa engoliu em seco, sentindo o peso da ameaça. O ódio fervilhava dentro dela, tanto por Russo quanto por Amélia. Ela estava presa numa situação impossível, e tudo por causa daquela garota insuportável.

— Eu estou tentando de tudo, Russo, mas ele está obcecado por ela. Não deixa ela sair do campo de visão dele. — Larissa tentou explicar, sua voz tingida de frustração.

Russo bufou do outro lado da linha.

— Você acha que isso é desculpa? Pensa em alguma coisa. Você é mais esperta do que isso.

Larissa respirou fundo, tentando controlar sua raiva.

— Eu já tentei criar situações para separar eles, mas ele sempre está lá. Sempre perto dela. — Ela pressionou os dedos contra as têmporas, sentindo uma dor de cabeça começando a se formar.

— E se a gente fizesse ela acreditar que tá sendo traída? — sugeriu Russo, sua voz se tornando mais astuta.

Larissa franziu a testa, começando a ver a lógica no que Russo estava sugerindo.

— Como assim?

— Nós armamos uma cena. Você e Pesadelo, juntos. Algo que garota não possa ignorar. — Russo fez uma pausa, deixando a ideia se infiltrar. — Se ela acreditar que ele tá traindo ela, vai se afastar. E aí, teremos uma chance de agir.

Larissa sentiu uma onda de esperança. Era uma ideia arriscada.

— Isso poderia funcionar... — murmurou, mais para si mesma do que para Russo.

— Claro que vai funcionar. Você só precisa ser convincente. — Russo estava mais confiante. — Essa vagabunda precisa ver algo que faça ela duvidar completamente dele. Algo que faça ele querer sair de perto dele.

Larissa pensou por um momento, sua mente trabalhando rapidamente.

— Eu sei exatamente o que fazer. — disse, sua voz cheia de convicção. — Vou fazer com que ela  veja a gente juntos, de um jeito que não deixe dúvidas.

Russo riu, um som frio e calculista.

— Isso mesmo. E tenha certeza de que ela veja claramente. Não pode haver margem para dúvidas.

Depois de desligar, Larissa ficou olhando para o celular por um momento, seus pensamentos tumultuados. Ela odiava Amélia com uma intensidade que a surpreendia. Não era apenas uma questão de ciúmes, embora isso fosse parte. Era o fato de que Amélia havia entrado na vida de Pesadelo e, de alguma forma, conquistado um lugar que Larissa sempre achou que seria dela.

Larissa lembrava do primeiro encontro com Pesadelo em um baile quando tinha 14 anos, da intensidade dos olhos dele. A partir dali ela havia se dedicado completamente a ele, acreditando que ficariam juntos para sempre.  Mas então Amélia apareceu, com aquela carinha de santa, e tudo mudou.

— Aquela vadia nunca deveria ter se metido aqui. — murmurou Larissa para si mesma, a raiva transformando suas palavras em um sussurro venenoso. — Ela não sabe o que tá fazendo, não sabe com quem tá lidando.

Ela prometeu a si mesma que iria acabar com Amélia. Custasse o que custasse, ela encontraria uma maneira de separar Amélia de Pesadelo.

Larissa começou a andar de um lado para o outro, suas mãos trêmulas de raiva. Ela precisava de um plano, algo que finalmente separasse aqueles dois. Pensou em todas as vezes que tentara colocar Amélia em perigo, apenas para ser frustrada pela presença constante de Pesadelo. Ele estava sempre lá, sempre protegendo, sempre cuidando dela como se fosse uma joia preciosa.

Puta desgraçada!

— Ele vai se arrepender de ter escolhido ela. — Larissa disse, com os olhos brilhando de malícia. — Vou mostrar a ele que não se pode simplesmente substituir alguém como eu.

Ela se lembrava das noites em que eles passavam juntos. Pesadelo sempre dizia que ela era indispensável, que ela era a melhor. E agora, parecia que essas palavras não significavam nada. Ele havia trocado Larissa por Amélia, e isso era uma traição que ela não podia perdoar.

Ela começou a planejar cada detalhe, pensando em como atrair Pesadelo para uma situação comprometedora. Sabia que precisaria ser cuidadosa, que qualquer erro poderia custar bem caro. Mas estava disposta a correr o risco.

Larissa sorriu, imaginando o futuro. Um futuro onde Amélia não existia, e onde ela e Pesadelo estavam juntos novamente, como deveria ser.