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LILIANA

Depois que Amélia saiu, não consegui conter as lágrimas.

Não consegui impedir minha amiga de sair sem rumo, sozinha e aquela hora da noite.

Eu devia ter insistido mais.

Num rompante, decidi ir até a casa do Pesadelo. Eu precisava olhar para a cara daqueles dois e dizer tudo que estava entalado na minha garganta.

Cheguei lá e encontrei Maicon do lado de fora, preocupado e ligando para alguém, desesperado.

— O que tá acontecendo, Maicon? — perguntei, estranhando o jeito dele.

— O Pesadelo tá lá dentro e não acorda de jeito nenhum. Acho que a Larissa fez alguma coisa com ele. — respondeu, agitado.

Passei por Maicon rapidamente e entrei na casa, subindo as escadas até o quarto.

Quando cheguei lá, a cena que vi me deixou sem ar. Ele deitado na cama, nu e inconsciente, Enquanto Larissa estava sentada no chão, com as pernas encolhidas, chorando. Ela levantou os olhos cheios de lágrimas ao me ver entrar.

— Eu fiz isso porque amo ele! — Larissa tentou se explicar. — Sem a Amélia no caminho, o Pesadelo veria que eu sempre fui a mulher certa pra ele, que eu deveria ser a fiel dele.

As palavras dela foram como um gatilho. Sem pensar duas vezes, avancei sobre Larissa, agarrando-a pelos cabelos. Ela gritou, mas eu estava cega de raiva.

Arrastei aquela vagabunda para fora da casa, ignorando os seus gritos.

— Isso é por mim e pela Amélia, sua ordinária! — gritei enquanto a arrastava pelo chão.

Levei Larissa até o meio da rua e, com um puxão final, joguei ela no chão. Ela ainda estava sem roupas, e os moradores que estavam na rua começaram a se aglomerar, formando uma rodinha.

— Você vai pagar por tudo que fez! — gritei, dando vários tapas na cara de Larissa.

Os moradores gritavam, animados com a briga.

— Bate mais! — alguém gritou no meio da multidão.

— Isso aí! — outro morador incentivou.

Larissa tentava se defender, mas eu estava fora de mim. Cada tapa que eu dava era um desabafo do que eu sempre tive vontade de fazer com ela.

Agarrei um punhado do cabelo dela e puxei com força, arrancando alguns tufos. Larissa gritou de dor, mas isso só alimentou ainda mais minha raiva.

— Você não vale nada, sua vagabunda! — gritei, enquanto continuava a bater em Larissa. — Se acontecer alguma coisa com a minha amiga, eu te mato! Se ela correr algum perigo sozinha por aí, eu juro que acabo com a tua vida, entendeu?

Ela tentava se defender, suas mãos levantadas para proteger o rosto dos meus golpes, mas eu estava fora de mim, dominada pela raiva.

— Liliana, para! — Maicon gritou, tentando intervir. — Chega, neguinha.

— Me deixa, Maicon! — tentei me soltar, meu olhar fixo em Larissa. — Tá defendendo ela por quê, hein?

Maicon segurou meus braços, tentando me afastar.

— Já foi o suficiente. — Maicon insistiu, seu tom autoritário. — Você nunca resolveu as coisas assim, meu amor.

— Mas agora eu quero resolver desse jeito! — retruquei, me debatendo. — Ela destruiu a vida da Amélia, e você quer que eu fique quieta? Você não viu o que ela fez!

Seduzida pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #1]Onde histórias criam vida. Descubra agora