Epílogo

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AMÉLIA

Nos meses que se seguiram, nossa vida mudou de formas que nunca imaginamos. O amor do Arthur e a dedicação dele se intensificaram ainda mais. Ele fazia questão de estar presente em todas as consultas médicas, cuidando de mim com uma ternura que poucos conheciam. Nossa casa, que antes parecia tão grande e vazia, agora estava cheia de risos, preparativos e expectativas.

Nosso pequeno milagre estava bem próximo.

Mas enquanto nossa felicidade crescia, percebi mudanças ao nosso redor que não consegui ignorar. Havia algo no ar.

Minha mãe estava diferente. Ela parecia mais leve, mais viva, quase como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.

No entanto, eu não podia ignorar os momentos estranhos que flagrava entre ela e PH. Não era só minha imaginação, havia algo ali, eu sentia isso.

Os olhares prolongados que trocavam, cheios de significados não ditos, os sorrisos disfarçados que escapavam quando pensavam que ninguém estava olhando.

Houve uma vez, em particular, que não consegui tirar da minha cabeça. Eu os encontrei na cozinha, conversando baixinho, as cabeças inclinadas tão próximas que, por um momento, pensei que estavam prestes a se beijar. Quando perceberam minha presença, se afastaram rapidamente, como crianças pegas em uma travessura. PH riu, enquanto minha mãe ajeitava o cabelo, visivelmente constrangida.

Esses momentos eram pequenos, mas não podiam ser ignorados. Algo estava acontecendo entre minha mãe e PH, e embora eu não quisesse ser invasiva, a curiosidade crescia a cada dia.

Havia um brilho nos olhos dela quando falava sobre ele, um tom de voz mais suave, quase carinhoso. E PH, sempre tão sério e reservado, parecia mais descontraído e sorridente quando estava perto dela.

Eu sabia que havia algo mais entre eles, algo que ia além da amizade.

***

Arthur chegou em casa cansado, os ombros tensos, mas um sorriso apareceu em seu rosto ao me ver. Ele sentou ao meu lado e me puxou para mais perto, como se soubesse que eu precisava de seu conforto.

— Você parece nervosa, meu amor — disse ele, acariciando meu cabelo.

Eu respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado.

— Arthur, eu tenho algo muito importante para te contar — comecei, minha voz tremendo um pouco.

Ele me olhou nos olhos, a preocupação evidente em seu rosto.

— O que foi, Amélia? Aconteceu alguma coisa? — perguntou ele, seu tom suave mas firme.

Eu sorri nervosamente e segurei sua mão.

— Eu... eu estou grávida — confessei, as palavras saindo em um sussurro.

O tempo pareceu parar por um momento. Arthur me olhou fixamente, seus olhos se arregalando de surpresa. Então, um sorriso lento e radiante se espalhou por seu rosto. Ele me puxou para um abraço apertado, me segurando como se nunca quisesse me soltar.

— Grávida? — repetiu ele, a felicidade e a incredulidade misturadas em sua voz. — Vamos ter um bebê?

Eu acenei com a cabeça, as lágrimas de felicidade escorrendo pelo meu rosto. Arthur me beijou profundamente, transmitindo todo o amor e a alegria que sentia. Ele se afastou um pouco, ainda sorrindo, e então se ajoelhou na minha frente.

Seduzida pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #1]Onde histórias criam vida. Descubra agora