Capítulo 13

136 11 6
                                    

Subi as escadas de casa correndo em direção ao meu quarto, larguei a mochila assim que abri a porta e fui rapidamente tomar um banho. Passei a amanhã na escola e sempre espero ansiosa por esse momento, pra estar em casa. Jogo minhas roupas no cesto de roupas e entro no chuveiro. A água estava levemente aquecida batendo contra minha pele, deslizando em meus cabelos.

Ultimamente essa era a minha rotina, chegar, assim que possível ligar pra Priscilla e fazer com ela minhas melhores horas do dia. Confesso que meu sentimento por ela tem aumentado cada vez mais, ouvir sua voz e tantas coisas aleatórias de nossas conversas é a melhor parte do meu dia, diria até ter atingido o ápice de loucura do tanto que ela permanece em minha cabeça, tento controlar, mas quando vejo estou lá olhando pro nada e pensando em tudo.

Saio do banho e começo a me vestir quando meu celular toca frenético em chamada de vídeo. Posicionei meu celular de uma forma que mostrasse um pouco acima dos meus seios, atendi a ligação e continuei a me arrumar.

— Oh, atrapalho, ligo depois? - ouço a voz dela, diz depois de me ver se vestindo. Olho pra a tela com um sorriso sapeca, sei que essa arte de provocar sempre vem dela, mas nada como vê-la do outro lado da situação.

— É o que quer?

— Não... - seu olhar parece genuíno, tímido e nada malicioso, amo ver isso, seu olhar acanhado e amedrontado de não estar preparada pra ter algo a mais de mim nesse momento.

— Então, tudo bem. - termino de me vestir e vejo finalmente ela relaxar. Não é como se ela nunca tivesse visto algo a mais de mim, né? Tão bobinha.

— Como anda os estudos pro vestibular? - pergunto, pulando sobre minha cama e me acomodando.

— Depois de você? Só um caos, garota. Preciso mudar isso se eu quiser realmente alguma coisa.

— Está falando que sou um mal caminho?

— Não. Só estou falando que minha mente compete o tempo todo entre ficar falando com você ou estudar por horas e definir meu futuro.

— Entendo! Posso te ajudar. Limitaremos um tempo de ficarmos juntas, mesmo isso sendo bem... difícil. Ok? — olhei para o teto, sei que estamos avançando em níveis altos nessa relação que ainda nem sei qual nome dar.

Ela confirma e de imediato ouço toques na porta do meu quarto e ela ser aberta.

— Almoço tá na mesa — meu pai fala e solta uma piscadela antes de desaparecer.

Resolvo não demorar e descer de imediato, ainda com Priscilla em minha companhia.

Sento na mesa e deixo o celular apoiado sobre a mesa, mas me arrependo no segundo seguinte que vejo o olhar da mamãe.

— Se despede! — foi breve e incisiva. Priscilla obviamente ouviu e nem havia que me explicar.

— Depois eu te ligo. — Falo e ela dá uma piscada de olho e desliga.

— Já falamos sobre isso.

— Desculpa, mãe.

Comecei a pôr minha comida em meu prato, observando meus pais iniciarem uma conversa. Queria aproveitar esse momento e pedir um grande favor, como tantos outros que já pedi. Mas me parece que eles não andam se irritando com meus pedidos, afinal era pior quando eu nem pedia e já fazia, acredito!

Sem querer interromper a conversa fui direta, perguntei se eles podiam enviar nossa motorista pra buscar Priscilla em sua casa esse final de semana. Eu sei que eles não permitiriam eu estar viajando pra lá sempre, então pensei em jogar ao contrário. Os dois se entreolharam e tiveram uma espécie de conversa telepática que meu olhar de filha seria incapaz de decifrar.

SOS Acampamento (Natiese)Onde histórias criam vida. Descubra agora