Parte 11

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Um mês depois - Residência K/DA

A primeira coisa que Akali sentiu ao atravessar a porta foi o líquido morno que transpassou o tecido das meias brancas, levando-a a encarar os próprios pés.

— Mas que porra é essa — disse em alto tom, mas de forma retórica. Os olhos varreram o pequeno espaço do quarto de Evelynn, encontrando o sofá luxuoso de couro branco lavado de sangue.

O corpo ainda com vida por baixo da mulher esguichando o sangue e o expulsando da jugular em um pulsar ritmado antes de finalmente escorrer, deslizando até o chão, mostrando que o coração já não trabalhava mais. Emanando seu brilho dourado, as orbes da diva se fixaram na garota parada na porta com extrema atenção, Eve parecia quase sorrir em uma postura sádica, procurando qualquer reação que a mais nova pudesse ter.

Está com medo? Você quer gritar? Vai correr — questionou em um sussurro, levantando bem devagar trazendo o grave sedutor de sua voz, mas ainda permanecendo onde estava — Talvez agora você deva chamar por alguém, Ahri, ou Kai'Sa.

• Um mês antes - Ainda no Hotel •

O sol começava a refletir do lado de fora das vidraças em um brilho alaranjado, surgindo ainda tímido por trás das montanhas aos poucos, enquanto o restante do cenário ainda era tomado por uma neblina densa que trazia os últimos resquícios da madrugada.

Akali acordou com uma marca de batom bem no canto dos lábios, carimbando perfeitamente o desenho dos lábios de Evelynn, mas não a encontrou na cama. Demorou mais do que pretendia no espelho, a mente vagando pela noite anterior, sem nenhuma vontade de limpar o rosto.

Do lado de dentro do enorme salão, três rostos sonolentos estavam distantes, como se suas mentes ainda passassem pelo processo de despertar. A rapper estava eufórica demais para sentir sono, embora se esforçasse para esconder esse fato. Viu perfeitamente quando Evelynn passou pela porta, indo direto para o aparelho de som e parou para observar, segurando uma garrafa com café e alguns copos além de um pacote com bolo da cozinha do hotel. Era incomum àquela hora da manhã ver a diva tão desperta e enérgica.

Ninguém entendeu quando uma batida animada em ritmo estrangeiro começou a tocar, uma melodia latina quase indecifrável para a maioria dos olhos curiosos que acompanhavam o que a platinada estava fazendo. Ahri foi a primeira a ser puxada por Eve para uma dança animada, já que estava mais perto, o rosto passando de confusão para certo bom humor ao ter o quadril da diva batendo contra o seu e quase a tirando o equilíbrio. A vastaya a acompanhou no passo simples, mas não chegava perto de ter o sorriso que a mulher exibia em seu rosto, ou a disposição para uma dança tão intensa logo ao acordar.

— Parece que a noite foi melhor ainda do que a última — sussurrou Kai'Sa para Seraphine, que já começava a rir ao ver a forma com que Evelynn roçava a bunda em Ahri, a deixando quase sem jeito.

A mais nova sabia que não poderia ficar para sempre parada na porta segurando todas aquelas coisas com uma cara de idiota, mas era inevitável agora também sorrir. Tinha certeza poucos segundos depois ao sentir as bochechas tensionadas já começarem a doer, que não conseguiria disfarçar o sorriso estúpido. Podia fingir indiferença, mas não diante do humor contagiante que Evelynn expressava e por sua causa!

Não demorou para que tivesse arrastado com sua forte influência física e atitude todas as outras três mulheres para os passos que executava e era até bonito de ver que adquiriam sincronia. Praticando dança de salão, é claro que nada poderia ser tão difícil, até mesmo com o ritmo inusitado escolhido pela diva naquela manhã. As risadas preencheram o ambiente e a japonesa agradeceu mentalmente por poder exibir seu sorriso bobo com a perfeita desculpa de um riso contido, quando na verdade só tinha lembranças do rosto de Eve adormecido em seu peito.

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⏰ Última atualização: Jul 17 ⏰

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