Parte 8

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Evelynn não raciocinou muito em volta do fato de a garota estar prestes a cair, apenas agarrou seu braço com força, com urgência, a puxando de um jeito que deixava claro o quanto precisava estar perto, evitar que Akali escapasse, como em todas as outras vezes. Sem soltá-la, a diva a conduziu para a cama, deixando seus saltos sobre o tapete, antes de deitar e mais uma vez puxar a rapper para si, a levando a relaxar também sobre o colchão em um abraço despretensioso.

O olhar atento da mais velha percebeu o celular com a tela ligada sobre a cama, a página mostrando seu clipe com um sinal de replay bem no meio.

— Então você assistiu?

— Eu acho que dessa vez vou ter que falar alguma coisa — o diálogo partiu de Akali, que não se afastou, mas tinha as bochechas levemente coradas — Pelo menos é isso que você deve querer vindo aqui.

— Talvez eu não tenha sido muito clara sobre o que penso. Na verdade, não sou muito clara com ninguém, nem comigo — Evelynn finalmente soltou a garota devagar, mas não se afastou — Palavras e ações são bem-vindas, se elas vierem de você, Akali.

— É, você não é muito clara, mas é absurdamente talentosa, bonita, sexy, astuta, corajosa. Quer dizer, como pode fazer algo assim em tão pouco tempo? E a gente mal sabia porque conseguiu ensaiar e produzir um videoclipe. De onde veio essa letra — a mais nova falava sem pausas, mas ainda assim era audível sua empolgação — E... Uma parte pareceu que era pra mim.

A platinada sorriu, demonstrando não ter a mesma pressa que a jovem, a encarou de cima a baixo demoradamente, antes de prosseguir.

— Você acha que uma parte foi direcionada a você — perguntou a mais alta em um sussurro — Isso é no mínimo curioso — a cada frase, Evelynn se aproximava mais, obrigando a rapper a se inclinar pra trás — Porque cada fração de segundo daquela música foi pra você, incluindo o título, vídeo, melodia, tudo! Eu só tenho uma pergunta.

Akali ficava facilmente sem ar perto de Evelynn, mas tê-la sussurrando tão perto em meio àquelas confissões provocava um efeito ainda maior de tensão.

— O que quer saber? — a pergunta deixou os lábios da japonesa com dificuldade.

— Quero saber o que achou disso.

A garota parecia pensar em sua resposta, recordando em uma perfeita ordem as últimas horas.

— Bem, eu tava vindo pra cá mais cedo e me pararam na rua com uma história nossa, tinha fotos editadas, montagens de nós duas e não entendi muito bem toda a animação repentina. As minhas redes sociais também explodiram, mas você não me avisou, então não tinha ideia...

— NÃO! Eu quero saber o que VOCÊ achou do meu trabalho e do fato de ser exclusivamente sobre você!

— Ah... — Akali encarou mais uma vez a figura da mulher  na sua frente — Eu achei... Eu... — a japonesa se obrigou a fechar os olhos e respirar fundo em uma tentativa forçada de recuperar seu raciocínio — Estou grata por sua coragem e teimosia, Evelynn.

Akali deitou de lado sobre a cama, apoiando o rosto na barriga de Eve e encarando por um bom tempo seus traços perfeitos. Ao que parecia, a mulher deixava de lado a maquiagem e acessórios apenas quando seu humor não estava dos melhores. Sentiu a mão em seu cabelo de um jeito suave e fechou os olhos, desejando morar ali para sempre no conforto de seu corpo.

— Me intriga muito você ter feito sozinha o que nós cinco estamos tentando fazer há semanas sem sucesso. Não saiu um clipe do KDA, mas saiu um clipe surpresa seu, que eu não faço ideia de como surgiu.

Evelynn sorriu, saboreando o elogio, suas unhas desceram pela face da rapper em outra carícia bem leve.

— É simples, a minha musa inspiradora fez um trabalho muito mais eficiente que a de todas vocês juntas.

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