Devimyuu sabia que de nada adiantaria ficar lamentando por seu coração partido a respeito de Mewrogue. Pelo menos havia a visto em seu sonho, e por mais doloroso que tivesse sido acordar para uma realidade onde ele não a tinha, pôde estar com sua amada mais uma vez.
Após o momento heartbroken, o Lorde das Trevas se dirigiu até a suíte do quarto. Apoiou os braços torneados sobre pia de quartzo negro e encarou o reflexo de seu rosto no grande espelho à sua frente. Havia uma trança lateral meio frouxa em seus cabelos, e o pequeno elástico roxo com o pingente de um mini crânio lilás lhe dava uma dica óbvia de quem deveria tê-la trançado. No entanto, o acessório curioso em suas madeixas não era a única coisa a deixá-lo intrigado.
Ele vestia somente uma espécie de túnica curta na cintura sem nada por baixo, e em seu tórax descamisado se viam runas de cura sobre alguns curativos bem feitos e faixas; na região do ombro, abdômen, e também na ponta da cauda e no antebraço, além de mais um na perna esquerda e um outro na parte interior da coxa, muito desconfortavelmente próximo a região da virilha.
Devimyuu se observou com uma sobrancelha erguida, e em seguida respirou fundo, fechando os olhos e esfregando o rosto. O que raios tinha acontecido? Se sentia um pouco desorientado e confuso, tentando se recordar do que houve na noite passada — ou pelo menos, da última noite em que se lembrava de estar consciente.
A batalha visceral que travou contra o Príncipe Infernal Mewsephir, estava bem clara em sua mente. Ele o derrotou, e depois apanhou seu espólio reclamado: a adaga Presa do Leviathan. Contudo, o movimento que usou para dar o golpe final no príncipe demônio havia custado uma quantidade enorme de sua magia, somado ao que Devimyuu já tinha usado em outros ataques durante o combate.
Por mais que fosse um semideus,o poder de Devimyuu tinha limites, limites esses que não se importava de testar até o máximo. Depois de derrotar Mewsephir com o feitiço devastador “Expurgação dos Decaídos”, o rei sombrio ainda usou sua magia para manter a barreira corporal que protegia ele e Mewosek do ar nocivo repleto de miasma de Tarbyss, e depois, invocar um círculo de teletransporte para trazê-los de volta ao castelo na capital Keiser, a quilômetros de distância.
Obviamente, após usar tanto poder, os níveis de Nei de Devimyuu estavam beirando o crítico, portanto, ele não pôde mais manter sua transformação divina. Não estar mais na verdadeira forma de semideus cobrou um alto preço, pois além da estafa, as mordidas violentas dos cães do inferno infringiram seu real dano.
Como um Arquemônio, o corpo de Devimyuu era capaz de se regenerar facilmente; contudo, tal habilidade nesse caso serviu para mantê-lo vivo, já que em qualquer felin comum, uma única mordida de cão do inferno gangrenava instantaneamente a carne da vítima, fazendo-a sangrar demasiadamente e levando a uma morte imediata, que não deixava de ser agonizante só pelo fato de ser rápida.
Sendo assim, não mais em sua forma divina, as feridas causadas pelas mordidas começaram a sangrar; o estado de Devimyuu parecia doloroso, porém, sua teimosia poderia ser ainda mais forte que as dores de seus ferimentos e a perda de sangue que causavam. Agora que tinha em mãos a Presa do Leviathan, era necessário um ritual de posse para que pudesse usá-la plenamente. O próprio Mewsephir teria o executado se o Rei Arquemônio tivesse aceitado a adaga amaldiçoada “pacificamente” como o príncipe infernal intencionava. Mas, já que Devim tinha o exterminado, ele mesmo teria que realizar o ritual.
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Reinos de Mysticat II - Elos Entre Irmãos
FantasyO Grimório de Mizantri segue desaparecido. Para evitar uma tragédia ainda maior, restou a Kinmyuu tomar medidas protetivas quanto aos artefatos divinos dos outros reinos. Porém, durante a busca pelo Grimório, o Rei da Luz acabou desenterrando fragme...