Manhattan- A viagem de Caleb

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  Mesmo Caleb tendo acabado de conseguir um bom emprego em parceria com a polícia, ele iria ter que fazer uma viagem rápida até Manhattan. E Hela optou por não ir com ele, já que ela não gostava de ir com ele por causa de trabalho.

  Além disso, seria um saco ficar em um avião sendo a morte e tendo que buscar almas o tempo todo, as mortes por sinal só aumentavam. O que tinha na cabeça daqueles policiais bastardos para marcarem uma viagem no início de uma pandemia? Tudo bem que Caleb é um Deus, mas eles não são... Bom, pelo menos ela acha isso.

  Hela revirou os olhos e suspirou pesado. Que ótimo, só faltava Caleb ficar preso e Manhattan em um Lockdown total. Aliás ele não iria sair por aí dizendo que ele é Deus do Sol e que é imortal para qualquer um.

  Antes de Hélio, quem governava o Sol era Apolo. Mas ele foi morto em uma batalha com outros deuses, desde então Caleb assumiu o cargo. Agora com auxílio de Diana e Hela que sabe muito bem como é ser um ser "superior", ele estava aprendendo a conviver com sua força aumentando sempre que o dia estava ensolarado.

  Caleb já havia deixado New York, e Hela estava em casa aproveitando os poucos minutos de folga que tinha. Antes da sua voz perturbante começar a falar do trabalho.

  Era estranho ficar sozinha agora que já estava acostumada com a presença de Caleb. Ela estava estranhando, principalmente por ser uma nova casa, mas sempre que ele saía em uma de suas viagens ela se sentia assim. Com a necessidade da companhia de um alguém específico.

  Ela deitou no sofá grande e fechou os olhos, respirando profundamente e com calma. Ela ouviu o miado do pequeno gatinho que havia encontrado, Caleb disse que era fêmea, então não colocou seu nome de Fenris, e sim de Olympia.

  Ela subiu no sofá e se deitou no cantinho.

- Você chegou faz pouco tempo e já é mais de casa do que eu.- Sussurrou Hela sorrindo.

  Hela também estava estranhando muito o silêncio perturbador. Deveria haver pássaros os barulhos reconfortantes das árvores lá fora.

  Além dessa sensação, ela também sentia que não estava sozinha com Olympia na casa. Como se tivesse um intruso indesejado ali naquele lugar, por fim ela decidiu se levantar mesmo com aquela sensação constante de ser observada. A morte deveria se sentir assim? Observada mesmo quando seu trabalho também é invasivo?

  Agora suas vozes pararam de falar o tempo todo de maneira desnecessária, mas naquele momento elas voltaram, e não pareciam nem um pouco sem motivo para falar sem parar.

"Mate-o, Hela... Você nasceu para isso." Dizia a voz e Hela não entendia nada do que ela estava dizendo.

  Tudo oque ela queria era mandar aquela voz calar a boca. Então gritou e a amaldiçoou em sua mente para que calasse a boca, mesmo que a voz fosse dela mesma, só que em épocas diferentes.

- Sra. Marchanti... Ou devo dizer, Odinsdottir? - Disse Charles, que esse tempo todo estava na casa nos fundos da sala.

- O que você quer, Charles?- Questionou Hela quase em um rosnado de pura raiva.

- Onde está os bons modos?!- Questionou o homem com sarcasmo em sua voz e um sorriso sínico no rosto.

- Alguém como você não merece o meu respeito.- Disse Hela cuspindo as palavras no homem. - Como você achou esta casa?-

- Ah, querida... Não é difícil achar uma belezura de cabelos negros, especialmente quando ela é tão... Poderosa.- Disse ele com uma voz pouco rouca.

- Eu vou dar a você uma chance de ir embora e não voltar nunca mais.- Disse ela.

- Era para você ser minha! Eu, Deus de todas magia obscura e a mãe do mal. Mas não... Você quis ficar com um ser celestial, totalmente diferente de quem você é, sua traidora!- Disse ele com o volume de voz e dando passos para mais perto dela.

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