A profecia dos nove reinos

Sonhos e alucinações

  Com tudo, Madeleine só tinha uma bruxa para convencer agora, Wanda... Bom, já que Agatha deixou bem claro que ela cuidava de Rio. Não por ciúmes, mas porque é uma longa e delicada história. A questão aqui era conseguir o que ela queria e salvar sua mãe. E que se foda a humanidade, sua mãe era o mais importante.
  As vezes não é fácil fechar suas cicatrizes, uma prova de que o mundo não está totalmente perdido, é que a morte, até ela conseguiu se apaixonar pela pessoa mais improvável do mundo. Uma pessoa quebrada, a bruxa que todos falavam que era má, mas no fim se provou a bondade razoável que tem dentro. Só por suas habilidades naturais, acham que ela é cruel, mas é só autodefesa. Ela se provou boa o bastante para ajudar Madeleine em sua missão, ela não merecia isso. Estava dando a oportunidade de Madeleine continuar com a mãe que merece, coisa que ela nunca teve, mas que alguém pode ter.
  Ela provou ser boa quando sofreu eternamente pela morte de seu filho, provando também ser diferente de sua mãe.

— Quer que eu ajude a filha da Hela? Não, Agatha! — Disse Rio cruzando os braços no mesmo instante.

— Será que dá para você deixar sua sede e ambição de lado só por esse tempo? Pessoas morrem todos os dias... E aliás... Mephisto parece querer matar muita gente para conseguir as almas dele... Esse não é o que você faz, Rio? Não é o seu trabalho? — Agatha fez um biquinho e uma cara sarcástica, ela sabia exatamente o que dizer para conseguir tudo que queria.

— O Mephisto é poderoso demais, Agatha. — Disse ela se virando para a bruxa de espírito com um olhar congelante.

— É... Tem razão. — Agatha se aproximou da bruxa verde. — Mas quando conseguirmos, você vai ter ele na sua mão... Você não quer isso, Vidal? — Ela provocou se inclinando para frente encarando os olhos castanhos da outra.

— Você não tem medo de morrer? — Questionou Rio revirando os olhos.

— Você não deixaria... Você precisa de mim, eu te dou o que você quer. — Disse Agatha se erguendo novamente.

— Eu não te levo porque te amo, Harkness! Isso é arriscado demais. — Rio continuou não gostando da ideia de sua esposa, mas ela se afastou com a mão na bochecha, seus dedos finos caindo sobre a maçã do rosto como sempre fazia para debochar das coisas.

— Se me ama tanto, porque... — Ela foi interrompida por Rio de levantando de imediato.

— Não posso trazer seu filho de volta, Agatha.— Ela disse em um tom totalmente frio, mas lamentando por não poder conceder esse desejo para sua amada, que havia sofrido tanto.

— Então traga uma mãe de volta.— Disse ela se segurando para não marejar as suas lindas íris azuis.

— Agatha...— Rio sussurrou, já sabendo que ela iria ganhar na discussão. Ela era muito carismática, por isso odiava pessoas assim, elas sempre estão certas.

— Rio...— Ela se aproximou ainda com os dedos finos emoldurando sua bochecha.

— Tudo bem...— Ela revirou os olhos com a derrota miserável que havia tido.

  Agatha deu-lhe um sorriso discreto, abraçando rio com um semblante vitorioso. Mas a bruxa verde a abraçou de volta como sempre fazia em todas as situações.