TORY NICHOLS
Assim que o avião pousa, eu solto o ar que nem sabia que estava prendendo. Viajar de avião não era fácil para mim. Nada tem se tornado fácil após a morte da minha mãe. Mas bom, essa é apenas a segunda vez que eu viajo de avião. A primeira foi quando fui para a Coreia treinar com sensei Kreese. Era estranho viajar em uma lata gigante que voa, mas já estou em solo espanhol e é isso que importa.
Estava prestes a pegar minha mala para podermos ir para o hotel, quando Kwon a pegou para mim.— Não precisa. — Eu tentei pegar de volta, mas ele recuou.
— Relaxa, loirinha.
Dei os ombros e não contestei porque estava sentindo muitas dores no corpo todo porque ao invés de dormir na noite passada eu fiquei treinando e fazendo exercícios.
Não gosto de ficar relembrando o passado, mas constantemente penso no último dia em que vi aqueles que me consideravam parte da família Miyagi, lembro que eu esperei por uma semana antes de aceitar a proposta do Kreese. Eu tinha certeza que eles iriam conversar comigo. Mas não importa, a única coisa que importa agora é esse torneio.
Sigo os senseis e os meninos, porque aparentemente, eu era a única que não falava espanhol e precisava deles para me ajudar a dialogar.— Cuidado, Kenny! — Eu digo, vendo o menino correr pelo aeroporto com duas malas. Ele estava animado demais. Crianças.
Sim, ele veio para o CK, após a humilhação daquele dia, nunca mais tinha visto ele, quando descobri que ele havia se encontrado com o Kreese. De qualquer forma, é bom ter um rostinho conhecido. Alguém que me lembre ele.
Meu coração se apertou, porque me lembrou de coisas que eu tenho tentado esquecer, me lembrou do sentimento que eu senti naquele dia, da dor, da mágoa, da raiva, me lembrou da Amanda e do senhor Lawrence na minha casa, que a minha mãe não estava mais aqui, me lembrou do meu irmãozinho. Não pude ter contato com ele depois que tudo aconteceu. Eu não sabia o que esperar, já haviam se passado três meses, não sei se ele ainda está no abrigo, se alguma família mostrou interesse em adotá-lo. Eu só faço dezoito anos no final do ano, então até lá não posso ter a guarda dele. Sem falar que, talvez, por eu já ter ficado na condicional, nem me dêem a chance de ficar com ele. Pensando por esse lado, e se o Brandon for adotado por uma boa família ? De condições financeiras boas e que possa dar a ele tudo o que eu queria dar, mas não posso ?
Acho que fiquei tempo demais pensando nisso, pois sensei Kreese parou na minha frente e eu percebi que só tinha eu e ele do nosso dojo.
— Você está bem, Nichols ?
— Sim, sensei. Cadê os outros ?
— A caminho do hotel. Vamos.
Então eu o sigo até um carro preto, ele troca algumas palavras em espanhol com o motorista e logo entramos no carro.
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A rainha cobra - keenry
FanfictionHIATUS Após a parte um da sexta temporada de CK, essa fanfic contém spoiler. . . . O mundo inteiro parecia estar desmoronando em cima dela, Tory sabia que o que ela fez era errado, "trair" seus amigos, mas era a única coisa que ela ainda tinha. Q...