Capítulo cinco

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TORY NICHOLS

A hora se aproximava, eu ajustei o meu kimono e já desci para me encontrar com meus colegas de cobra Kai.
Kwon já se aproximou passando o braço pelo meu ombro.

— Perdi algumas coisa? — Perguntei para ele vendo o Kenny se aproximar e ficar do meu lado. Sinceramente, as vezes eu acho que passo algum tipo de segurança para ele.

— Só o discurso dos senseis. Sem compaixão, foco na luta, que se fodam os sentimentos, blá blá blá. —  Ele disse revirando os olhos e eu dei risada.

— Tudo bem ? — Me desvincilei dos braços de Kwon e perguntei para Kenny.

— Sim.

— Não precisa ficar nervoso. Sei que você vai se sair bem.

— Aquele sensei esquisito disse que pessoas já morreram no senkai taikai.

É, ainda tem isso. Mas apesar de tudo, a morte não me parece algo tão ruim.

— Nada vai te acontecer, Kenny. Vai ficar tudo bem. — Tentei passar confiança, apertando seu ombro e sorrindo.

— Vamos! — Sensei Kim gritou e quando eu me aproximo, o sensei Kreese colocou a mão na frente.

— Você não, Nichols.

Todos os outros alunos saíram e eu fiquei sem entender, arqueei as sobrancelhas esperando uma explicação.

— Você está bem?

— E porque não estaria?

— Olha Tory, o senkai taikai não é coisa de criança. E, você é a melhor lutadora que eu conheço, não deixe, em hipótese alguma, sentimentos te enfraquecer. Essa luta é sua, chegou o seu momento mas você só vai conseguir algo se mostrar tudo que tem dentro de você. A raiva que você sentiu, o sentimento de traição, a dor do luto, a tristeza quando todos te abandonaram, use tudo isso nas lutas e você vai conquistar o mundo. Todo mundo te deixou, Tory, mas eu ainda estou aqui. Lembre-se disso.

— Quer que eu mate alguém ? — Eu perguntei com ironia, segurando o choro.

— É claro que não. E, também não quero que você morra no meio de uma luta mas é exatamente o que vai acontecer se você se deixar enfraquecer. As pessoas aqui não vão mostrar compaixão, se eles tiverem que matar você, eles vão sem pensar duas vezes.

— Você está bem, Nichols ? — Ele perguntou novamente, já que eu ainda não tinha respondido.

— Melhor impossível, sensei.

Então, em completo silêncio caminhamos até o carro que nos levaria até o senkai taikai.

💫💫💫

Assim que cheguei para o torneio, comecei a me alongar. Vi a escalação de luta e por sorte, eu não estava escalada com ninguém do Miyagi-do. Sei que eu teria que me preparar porque uma hora ou outro isso iria acontecer. Então fico repetindo um mantra na minha cabeça para me acalmar e me preparar para as lutas.

Observo duas meninas competindo, quando de repente "sinto" alguém vindo até mim. É estranho sentir alguém se aproximando, até achei que fosse coisa da minha cabeça. Mas então me viro e dou de cara com Devon que não diz nada mas me abraça tão apertado que eu estava começando a ficar sem ar.
Ela não me soltou até que eu tivesse correspondido o seu abraço.
E, eu me senti estranha, sem reação. Sem saber o que fazer, eu a abracei de volta, mas não disse nada.

Então Devon se afastou.

— Eu sou a próxima. — Ela sussurrou e em seguida saiu.

A rainha cobra  - keenryOnde histórias criam vida. Descubra agora