Capítulo sete

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💫💫💫

TORY NICHOLS

Eu sabia que ele estava me seguindo, Robby me chamava o tempo inteiro e toda vez que ele tentava me tocar eu andava mais rápido, mesmo correndo o risco de cair.
Em um certo momento, minhas pernas estavam tão trêmulas que eu quase caí no chão. Por sorte, o elevador tinha acabado de abrir as portas e eu entrei, em seguida, Robby entrou também. Eu apertei o botão do andar e coloquei as mãos no rosto, o cobrindo. Robby estava em minha frente, ele parecia assustado e relutante em se aproximar.

—  Torie. — Ele tentou se aproximar e eu me encolhi.

De qualquer forma, eu simplesmente não conseguia responder.
Tentei respirar fundo e talvez controlar o choro, mas cada vez que eu tentava parar de chorar, eu chorava muito mais. Por quê isso não parava ?

Assim que a porta do elevador se abriu, eu cambaleei para fora, minha porta era do lado, então não foi difícil caminhar até ela. Peguei a chave no bolso da jaqueta e por minhas mãos estarem tão trêmulas, eu tive muita dificuldade para abrir.
Foi só quando senti minha mão ser tocada que percebi que Robby ainda estava aqui.

Assim que consegui abrir a porta, eu caí para dentro, meu corpo se escorregou pela parede e eu apoiei o rosto nos joelhos, chorando cada vez mais, então eu não conseguia respirar, eu me sentia sufocada nas minhas próprias mágoas, meu coração doía muito e eu queria mandar o Robby sair, ir embora, por mais que não fosse isso que meu coração deseja.

MAIS QUE MERDA.

— Meu amor. — Robby tocou em meu rosto, ele o levantou e me fez olhar para seus olhos esverdeados. Sei que meu rosto deveria estar inchado e vermelho, minhas lágrimas continuavam a descer silenciosamente e ele fez questão de limpa-las com o polegar. Tentei desviar o olhar, mas parecia uma hipnose, tentei segurar o choro, mas falhei miseravelmente, porque eu simplesmente não conseguia. Eu estava tão fraca.  — Está tudo bem, eu estou aqui.

Acho que isso deve ter sido o estopim porque no momento seguinte, eu ouço todas as vozes da minha cabeça gritando para eu tomar todo o meu frasco de remédios, cortar a minha garganta com as navalhas que estavam no banheiro e me jogar da sacada do hotel, sinceramente eu até cogitei. Tudo estava girando na minha cabeça. Eu mordi o lábio com tanta força que senti o gosto metálico do sangue, tentando não gritar.

— O que aconteceu depois que eu saí do dojo? — Perguntei, com a voz embargada e tão calma que até me assustou.

Vejo Robby engolindo em seco e desviando o olhar, mas eu ainda o olhava aguardando a sua resposta.

—Huh?

— A Sam foi escolhida como líder. Colocaram o falcão no seu lugar... E, depois... Teve uma "pequena comemoração" .

Uma facada no meu peito.

— Por que você não foi atrás de mim? Você não se importou? — Minha calma me assustava, mas ela não durou muito porque no momento seguinte eu comecei a chorar. Mas não era um choro de "crise de ansiedade", era um choro de dor.

Eu sentia que a quilômetros de distância, as pessoas poderiam ouvir o meu choro e sentir a minha dor. Eu ergui a cabeça para o teto em uma tentiva de buscar ar, mas eu só sentia que deveria acabar logo com isso.

A rainha cobra  - keenryOnde histórias criam vida. Descubra agora