Você fez algumas coisas sobre as quais não consegue falar
Mas à noite, você as vive de novo
Você não estaria despedaçado no chão agora
Se tivesse visto antes o que sabe agora
Innocent – Taylor SwiftEu não sei o que estou fazendo aqui. Eu deveria voltar para os confins do meu apartamento e terminar o vestido que eu comecei.
Minha terapeuta disse que era bom que eu fizesse algum exercício para me esquecer um pouco do mundo, então, desde os dezesseis anos eu comecei no tênis.
Eu não era uma apaixonada pelo tênis, mas eu conseguia me distrair das vozes da minha cabeça enquanto jogava. Participar das competições sempre me fazia atingir picos de energia que me deixavam exausta depois, mas era o necessário.
Eu precisava andar sempre no limite.
Desde que eu parei de morar com os meus pais, minha mente tem estado um pouco mais confortável, mas não existia uma fórmula mágica para resolver as minhas enquietações mentais.
E aqui estava eu, nove horas da noite, depois de ter uma crise, dentro do centro de treinamento que a minha família financiava.
A máquina atirava as bolas e eu as rebatia com a raquete violentamente.
Eu odeio a minha mãe.
Desde que eu admiti esse sentimento para minha terapeuta e para mim mesma, minha vida tem sido um ciclo de tentar não matá-la e acreditar que talvez ela tenha alguma mudança.
O que a minha mãe chamava de pequeno contratempo, minha psicóloga chamava de transtorno de personalidade borderline. Ela disse que eu fui diagnosticada tarde, mas que o tratamento poderia funcionar para mim, e eu poderia ter uma vida mais tranquila.
Continuei rebatendo mais algumas bolas, até perceber o vulto do meu irmão na quadra.
Mas que inferno, eu não posso ter um segundo de sossego nessa merda?
— O que você está fazendo aqui? – pergunto, e ele me encara, curioso.
— O que você está fazendo aqui? São nove horas da noite, Mel, você deveria estar em casa, não treinando.
— Meus horários não são da sua conta, Thomas – resmungo e ele revira os olhos. — Anda logo, o que você veio fazer aqui? Anda me stalkeando, por acaso?
— Eu estava passando e vi o seu carro, pensei em te dar um oi – mentiroso. — Mamãe pediu para que eu viesse te chamar para o jantar amanhã, um amigo do papai da Noruega está vindo para cá e ele decidiu recebê-lo em nossa casa.
— Você e a nossa mãe podem ir para o inferno de mãos dadas que eu não estou nem aí – retruco e ele me encara, entediado. — Não conte com a minha presença nesse jantar, eu não vou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
KILLED NIGHT | DEVIL'S NIGHT
RomanceMELISSA HILL Gunnar Torrance é desprezível. Um dos garotos mais populares de Thunder Bay. Orgulhoso, egocêntrico e mandão. Se eu pudesse descrevê-lo em palavras, seria assim. As pessoas o chamavam de gênio, mas isso é por que nunca conheceram a insa...