MELISSA HILL
Gunnar Torrance é desprezível.
Um dos garotos mais populares de Thunder Bay. Orgulhoso, egocêntrico e mandão. Se eu pudesse descrevê-lo em palavras, seria assim.
As pessoas o chamavam de gênio, mas isso é por que nunca conheceram a insa...
Eu estou tão cansada de correr o mais rápido que consigo Imaginando se eu chegaria lá mais rápido se eu fosse um homem E estou tão cansada deles vindo atrás de mim de novo Porque se eu fosse um homem, então eu seria o cara The Man - Taylor Swift
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Vou pular da minha cobertura. Uma queda livre de 191 metros de altura.
Esse pensamento passa pela minha cabeça a cada segundo desde que essa reunião começou. Nosso novo diretor executivo está refazendo o plano semestral, falando como uma gralha. Vou sentir falta de Louise, ela era simpática e reservada e não tomava duas horas do nosso tempo com essas baboseiras. Mas o desastre da temporada de inverno no ano passado foi o estopim da carreira dela.
Faz um mês que ele assumiu o cargo e quase todos os dias ele nos chama para uma reunião estúpida com questionamentos que facilmente alguém dos outros setores saberia resolver. Desde seu primeiro dia, ele joga piadas em algumas estilistas, interrompe minhas reuniões e trata todos os funcionários desta casa de moda como seus escravos.
- Alguma dúvida? - ele questiona, mas ninguém dá muita atenção. - Certo. Depois nós teremos uma reunião para alinhar quais estilistas estarão na temporada de inverno.
- Como assim quais? Todas nós apresentamos coleções individuais nas temporadas, é um dos conceitos da Kate Mars - Victoria, uma das estilistas, retruca. - Thunder Bay já conhece nosso estilo de desfile, você não pode chegar e mudar tudo.
- Minha querida, isso são tempos passados. Você já viu a Donatella Versace apresentar coleções de mais de um estilista? Não né, então a Katherine Mars também não vai mais apresentar.
- Isso é ridículo - ela resmunga ao meu lado e solto uma risada fraca.
- E você, senhorita rostinho bonito, algum comentário desagradável? - continuo mexendo a pequena colher no meu café, achando que a pergunta não é comigo.
Victoria cutuca o meu braço levemente, me fazendo erguer os olhos para Francis.
Ele não era um homem exatamente intimidante. Era um pouco mais alto do que eu, tinha um cabelo escorrido e se vestia como se o Elvis Presley e o David Bowie tivessem tido uma noite de amor e vestiram as roupas no escuro.
- Então? Algum comentário para acrescentar ou vai continuar mexendo esse café?
- Se eu quisesse falar alguma coisa, eu teria dito ‐ ele ergue uma das sobrancelhas. - Vai continuar esse falatório? Tenho coisas mais importantes para fazer.
Os outros na mesa me encaram. Eu provavelmente não deveria estar falando com meu novo chefe dessa maneira, mas a soberba desse cara já está me tirando do sério.
Ele fala como se fosse uma reencarnação do Gianni Versace, como se ele fosse o Albert Einstein da moda.
- Certo, estão todos liberados - diz, ainda olhando para mim. - Amanhã vou ter uma reunião com a gerência para determinar algumas coisas para essa temporada. E às 15:00, eu vou querer todos aqui para alinharmos mais alguns pontos.
