De certo modo, é bom saber que há deuses gregos lá fora, porque aí temos alguém para culpar quando as coisas dão errado.
Por exemplo, quando você está se afastando a pé de um ônibus que
acaba de ser atacado por bruxas monstruosas e explodido por um relâmpago, e ainda por cima está
chovendo, a maioria das pessoas acha que na verdade isso é apenas muita falta de sorte - quando
se é um meio-sangue, a gente sabe que alguma força divina está tentando estragar o nosso dia.Então lá estávamos nós, Hanna, Annabeth, Percy, Grover e eu, andando pelos bosques ao longo da margem do
rio, em New Jersey, as luzes de Nova York tornando o céu amarelo atrás de nós e o fedor do rio Hudson entrando por nosso nariz.Grover estava tremendo e balindo, e seus grandes olhos de bode, cujas pupilas haviam se transformado em fendas, estavam cheios de terror.
- Três Benevolentes. As três de uma vez.
Eu mesma estava em estado de choque.
A explosão das janelas do ônibus ainda ecoava em meus ouvidos. Mas Annabeth nos fazia seguir, dizendo:
- Vamos! Quanto mais longe chegarmos, melhor.
- Todo o nosso dinheiro ficou lá atrás - lembrei. - Nossa comida e nossas roupas. Tudo.
- Bem, quem sabe se vocês não tivessem decidido entrar na briga...
- O que queria que nós fizéssemos? Deixasse vocês serem mortos?
- Vocês não precisavam nos proteger. Iriamos ficar bem.
- Fatiados como pão de fôrma - interveio Grover -, mas bem.
- Cale a boca, garoto-bode - disse Annabeth.
Grover baliu, triste.
- Olha o jeito que fala com ele. Intervi.
- As latas... Uma sacola de latas perfeitamente boa.
Nós chapinhamos pelas terras lamacentas, por entre horríveis árvores retorcidas que tinham um cheiro azedo de roupa suja.
Depois de alguns minutos, Annabeth veio para o nosso lado, e falou com Percy.
- Olhe, eu... - sua voz vacilou. - Eu gostei de você, ter voltado para nos defender, ok? De vocês terem nos ajudado. Aquilo foi realmente corajoso.
- Somos uma equipe, certo? Disse desanimada.
Ela ficou em silêncio por mais alguns passos.
- É só que, se vocês morressem... além do fato de que seria realmente uma droga para você, isso significaria o fim da missão. Esta pode ser a minha única chance de ver o mundo real.
A tempestade havia finalmente acalmado. As luzes da cidade diminuíram atrás de nós,
deixando-nos em uma escuridão quase total. Não conseguia ver nada de Annabeth e Hanna a não ser um reflexo de seus cabelos loiros. Percy e Annabeth estavam mais à frente conversando e eu Hanna e Grover mais atrás.Escutamos um piado estridente, como o som de uma coruja sendo torturada.
- Ei, as minhas flautas de bambu ainda funcionam! - exclamou Grover. - Se ao menos eu pudesse me lembrar de uma melodia de ―achar caminho, poderíamos sair desses bosques!
Ele soprou algumas notas, mas a semelhança da melodia com a de Hilary Duff ainda era questionável.
Em vez de achar um caminho, imediatamente, Percy colidiu com uma árvore e arranjou um galo de bom
tamanho na cabeça.Adicionar à lista de superpoderes que Percy não tem: visão infravermelha.
Depois de tropeçar, praguejar e, de modo geral, me sentir infeliz por mais um quilômetro ou algo assim, comecei a ver luzes à frente: as cores de um letreiro de neon. Senti cheiro de comida.
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Os Olimpianos e o Ladrão de Raios
FanfictionMeu nome é Skyla Jackson. Tenho 12 anos de idade. Até alguns meses atrás, era aluna de um Internato particular para Meninas Problemáticas, o Internato Hackley em Tarrytown, NY. Se eu sou uma garota problemática? Sim. Pode-se dizer isso.