Décimo Primeiro 🥀

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Londres

Algum dia de Março de 1997

09:10 P.M.

   Madara fumava sob a raiva do vento, que atingia-o com um ar gelado. Levou a mão livre do cigarro para dentro do bolso de seu sobretudo preto. Seus cabelos negros e compridos voavam e caiam sobre seus olhos escuros, mas isso não o incomodava, sua atenção estava toda voltada para a belíssima imagem à sua frente. 

Sabia que alguns de seus subordinados não concordavam consigo ao que se dizia referente à imagem, mas eles não tinham que gostar ou desgostar, a única coisa que eles somente tinham que ficar em silêncio.

Os sapatos de couro eram manchados na sola pela poça de sangue enquanto ruídos e gemidos de dor atravessavam seus ouvidos como um som desagradável, porém não o incomodavam de fato, estava acostumado. E também se deslumbrava com a cena. Seus olhos brilhavam em expectativa ao ver a coisa mais preciosa de sua vida matando e caçando. A forma como ele rasgava a carne de seus inimigos com as longas garras  afiadas era excitante e incrível. Uma obra de arte perturbadora como O Grito, de Edvard Munch, A Face da Guerra, de Salvador Dalí, porém, estupidamente parecido com a obra Uma Marionete Para a Sobrinha, de Santiago Caruso. 

Madara conseguia ver naquela cena, aquele mesmo sorriso. Conseguia ver naquele lobo, o sorriso retratado na menininha da obra de Santiago. O mesmo sorrisinho pequeno, mas que parecia alcançar os olhos, enquanto tinha a mão dentro de um corpo com o rosto deformado, parecido com o demônio, prestes a arrancar os órgãos de dentro de seu estômago. Adorava compará-lo com obras de arte, apesar de que sempre eram as que representavam a perturbadora crueldade do homem, pois a Natureza não era cruel assim, ao contrário do homem, que era causador da própria extinção e de seus próprios massacres. Aquele lobo era como a menininha de Santiago. Era cruel, sorria, gargalhava e dançava com a maldade e não tinha medo de demônios, pois já era um.

Agora observava a criatura que passou anos protegendo se divertindo enquanto o beneficiava. Era magnífico.

— C-chefe? — um capanga que estava parado atrás de Madara chamou, parecendo assustado com todos os corpos estirados no chão — Não acha o suficiente? — Madara sorriu e acenou em descaso

— Deixa ele se divertir, até porque, aqueles inúteis — apontou para três homens no canto do cômodo — não conseguiram terminar o serviço. Ele está fazendo com excelência o que eles deveriam ter feito.

— M-mas já estão todos mortos, senhor!

— Quase todos. — Madara tragou mais uma vez o cigarro. Ele andou sobre a poça de sangue e seguiu em direção às escadas. O cheiro de medo era presente junto ao de sangue. Parou em frente a uma porta de madeira. — Abra. — ordenou ao subordinado ao se afastar, dando espaço para que ele chutasse a porta.

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