ADAM LEGRAND
Eva está aqui há 4 dias, ela tem ficado no meu quarto, Ryan, Hanna e eu estamos nos alternando para vê-la. Ela não tem conversado muito, mas seu pescoço não está vermelho como antes, na verdade a vermelhidão já não existe, ela só tem comido, bebido e dormido, não conversamos mais que o necessário, Hanna também não fez progresso e não quer forçá-la já que nunca foram amigas.
Bato na porta e empurro levando a bandeja de café da manhã até ela.
– Bom dia, eu trouxe sua comida.
– Bom dia, não estou com fome. – Sua voz é baixa e ela aperta o lençol.
– Amanda chega hoje. – Deixo a bandeja em cima da cômoda e me sento no lado da cama.
– Ótimo, poderei ir pra casa e não vou mais atrapalhar você e a Hanna.
– Pelo amor de deus Eva, só você que é cega o suficiente pra achar que eu e ela temos algo.
– Você saiu do quarto..
– Eu não quis incomodar você, não queria que se sentisse mal dormindo ao meu lado, por isso fui pra outro, esse é o maior quarto da casa e minha cama é muito confortável, só queria que você tivesse o melhor.
– Ela estava com sua camisa..
– A do Ryan, eu não emprestei uma minha porque sabia que você não ia gostar, e nem eu quero o cheiro de outra mulher nas minhas roupas.
– Minha garganta doi, tenho pesadelos todos os dias, ter você ao meu lado me faria sentir um pouco de segurança pra variar..
– Então eu ficarei ao seu lado. – Me aproximo devagar e passo os braços ao redor dela abraçando.
– Às vezes, sinto tanto medo que não consigo fechar os olhos, eu só queria dormir um pouco.
Suas lágrimas molham minha camisa branca e sua voz soa tão rouca que quebra meu coração.
– Se comer um pouco, eu prometo te colocar pra dormir.
– Não acredito nas suas promessas…
– Então eu não prometo nada, mas fico aqui o dia inteiro com você. – Beijo o topo da cabeça dela.
Doi saber que perdi sua confiança, e doi ainda mais vê-la tão frágil.
– Como vou saber se vai mesmo ficar comigo?
Me levanto indo em direção ao meu armário e pego uma caixa com fantasias do halloween tirando um par de algemas.
– Vou me algemar a você.
Posso jurar que assim que exponho o que tenho em mente, um pequeno sorriso parece brotar em seus lábios, mas some tão rápido que decido prosseguir com minha ação.
– Me permita senhorita Rodriguez.
– Vá em frente, não questionarei seus métodos. – Ela estica o braço esquerdo pra mim e eu fecho uma das algemas em seu pulso, logo prendendo ao meu também.
– Pronto! Agora você terá a certeza de que eu não vou sair.
– Ah tá bom… Me dá a chave! – Eva me olha desconfiada esticando a mão.
Entrego o objeto e ela mexe as pequenas chaves no ar e depois coloca debaixo do travesseiro.
– Pode comer agora?
– Posso, mas vai ter que me alimentar.
– Mas eu prendi seu braço esquerdo, dá pra você se alimentar usando o direito.
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Everything For A Song
Roman d'amourNo começo do livro nos é apresentado a história de Eva uma Brasileira que sonha em se tornar uma cantora famosa, porém, ela não tem confiança o suficiente para se permitir cantar, um dia muito bêbada ela dá um show no karaokê bar onde trabalha e um...