XIX

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Como se os meus cílios estivessem grudado um no outro, me esforcei para abrir os olhos, ficando incomodada com os raios de sol que invadem o quarto.

O quarto...

Ao notar que não estou no apartamento o qual aluguei, me levanto abrupta, mas logo me arrependo ao sentir uma dor de cabeça horrível. As veias do encéfalo parecem pulsar e quererem sair para fora.

Como reflexo, resmungo, colocando a palma da mão na testa na intensão de amenizar. Os meus olhos passearam por toda a extensão do cômodo e eu fiquei sem acreditar.

- Meu quarto... - ecoou. Os meus lábios estão seco igualmente a minha garganta. Pisquei os olhos. - O que estou fazendo aqui?

Subitamente a minha respiração foi cortada, com cautela, apreciei a cômoda nude e intacta do outro lado.

Os cremes, meus quadros, desenhos, a minha escova preferida... Tudo ainda está lá, no seu devido lugar como deixei da última vez.

E então, um sorriso nostálgico e triste tentou pintar os meus lábios.

- Inacreditável... - sussurrei, sentindo que poderia chorar a qualquer momento. Mais animada do que os segundos anteriores, passei a olhar para cada canto: as paredes pintadas da cor rosa-claro, a cortina branca que mal se movimenta, o guarda-roupa nude que se encontra com vários desenhos colados e fotos de artistas da época, como por exemplo: Justin Bieber. - Aaaaah! - gritei, emocionada. Apertei os dedos na coberta, como se ela pudesse tirar um pouco da felicidade a qual sinto.

- Joyce!? - escutei a voz preocupada de Fernando, do outro lado. Em seguida, bateu na porta. Rapidamente pulei da cama e corri para a porta como se a enxaqueca tivesse simplesmente sumido. Girei a maçaneta, dando de frente com o seu corpo que foi pulado para trás com o susto. - Aí que horror! - me julgou com os olhos ao mesmo tempo que uma careta preenchia o seu rosto.

Ainda sem acreditar, o olhei bem.

- Então eu realmente estou aqui... - passei a olhar para os meus pés descalço, analisando toda a situação. Levantei a cabeça o encontrando novamente, ainda horrorizado. - Como vim parar aqui?

As suas órbitas piscaram, a sua mão foi parar na cintura, enquanto seus lábios estavam boquiabertos. Suas sobrancelhas pareciam que ia chegar no teto.

- Está falando sério? - antes da sua mão parar na minha testa, seus olhos me fitaram como um gavião. - Que tipo de bebida você tomou que não se lembra ? - suas órbitas ficaram maiores. - Meu Deus! Será que você pagou algum mico na festa? - rapidamente sua a mão que estava na minha testa foi  parar no bolso de trás da bermuda jeans. - Devem ter postado algo a essa altura...

- O quê? - ecoou. Já estava começando a imaginar meu nome estampado em alguma revista de fofoca. - Coleman, me mata se isso acontecer!

Fernando, deslizava seus dedos com tamanha rapidez na tela do pequeno celular, me deixando menos aflita já que não sou a única preocupada.

E, então, o oxigênio que estava preso nos meus pulmões foram soltos ao ver que seus ombros desceram e seu olhar voltou para mim, mais relaxado.

- Ah, não. - balançou o celular na minha direção. - Não há nada. É uma pena, ainda continuarei sendo o ovelha negra da família sozinho... - ironizou com um sorriso zombadeiro.

Rir, balançando a cabeça em negação.

- Então quer dizer que fui uma boa menina, mesmo bêbada?

- Pelo andar da carruagem... - fingiu pensar antes de da continuidade. - Bom, Alessandro, me ligou alguns minutos antes de você ser deixada desacordada aqui em casa. Então...

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⏰ Última atualização: Aug 01 ⏰

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