3.3 - Juntos

384 64 47
                                    

~~~

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

~~~

O DIA JÁ ESTAVA CLARO OUTRA VEZ. Hyun Soo descansava, inconsciente, no interior de um carro abandonado, firmemente amarrado com uma corda. Mais adiante, Sun Hee repousava em outro veículo, seus olhos fechados, mas a mente desperta. Ao seu lado, o corpo carbonizado de um homem ocupava o banco do motorista, uma lembrança vívida do horror da noite anterior.

Passos abafados quebraram o silêncio que ela apreciava, aproximando-se do carro onde Sun Hee estava. Ha Ni surgiu, seu olhar tristonho e um nó ainda formado na garganta ao encarar o corpo carbonizado.

Sun Hee abriu os olhos ao sentir a presença de Ha Ni, seu olhar fixo no rosto desolado dela.

— Veio se despedir? — Sun Hee questionou, com uma indiferença cortante. — Não adianta mais, ele não vai te ouvir.

Ha Ni, com os olhos marejados, hesitou antes de responder, seu corpo tremendo levemente.

— Como pode dizer isso? — ela perguntou, a voz ganhando força à medida que a indignação crescia. — Você não tem coração? Não tem sentimentos? Isso é cruel demais até para você.

— Ah, eu tenho — respondeu ela, cada palavra impregnada de cinismo. — mas se agarrar a eles é questão de escolha. Deixar se levar por eles é para os fracos. Olhe ao seu redor, o mundo não é gentil, e os fracos não sobrevivem. E o que você vê como crueldade, eu vejo como realidade.

— Ele era tudo para mim — A voz dela quebrou em um soluço, as palavras escapando entre os dentes cerrados.

— Eu percebi — Sun Hee a observou por um momento, seu olhar implacável. — Eu vi como reagiu ontem. Lembro de te ver paralisada dentro de um dos carros, enquanto o Chan Yeong tentava chamar a atenção do monstro para que ele não chegasse até você. Aquilo foi muita estupidez da sua parte.

— Eu só... não sabia como continuar sem ele, e ainda não sei — Ha Ni soluçou, sua voz saindo em um sussurro entrecortado.

— Ninguém sabe, até que seja forçado a descobrir. — Sun Hee suspirou, seus olhos suavizando ligeiramente.

— Eu devia ter ajudado ele. — Ha Ni olhou para o corpo carbonizado, sua expressão uma mistura de culpa e desespero. — ele não merecia morrer assim, mas eu simplesmente não consegui.

— E você acha que ele não sabia? — Sun Hee inclinou a cabeça, seus olhos acinzentados fixos nos de Ha Ni. — talvez ele tenha se sentido em paz no final, por ter te poupado de tal responsabilidade.

A Jung levantou, deixando o banco do passageiro.

— Conversa com ele, se vai te fazer se sentir melhor — disse Sun Hee, com uma indiferença afiada. — E quando terminar, tem que escolher: continuar sobrevivendo ou se juntar a ele.

Ela virou as costas e começou a se afastar, seus passos ecoando no silêncio da rua.

— Aí! — chamou Ha Ni, fazendo-a se virar. — obrigada.

Maldição e Monstros // Sweet Home Onde histórias criam vida. Descubra agora