Quebradas

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Atenção esse capítulo contém cenas fortes gatilhos sobre, abuso infantil, violência física e psicologica, ele é necessário para se entender mais sobre Handria.

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A crueldade impune ceifou a minha infância, semeando cicatrizes invisíveis em minha alma fraturada. O impacto devastador dos abusos  desenhavam sombras profundas em minha trajetória, forjando uma  resiliência e obscurecendo os contornos do bem e do mal, para compreender mais sobre mim precisamos voltar ao início.

Quando completei cinco anos vovô conseguiu converser meus pais  que eu deveria ir morar na Toscana junto a ele, alegando que  já tinha nascido fora da Itália e que não teria aquilo que uma boa esposa possuí, ele iria contratar uma típica dona italiana para ensinar tudo que eu precisava saber para ser uma princesa perfeita da  da máfia. Com seis anos fui enviada para Itália e meu tormento começou.

Flashback 1 - infância

A sala escura cheirava a mofo e sangue seco, um testemunho silencioso das atrocidades que ali ocorriam. Clarisse estava amarrada a uma cadeira no canto, seus olhos inchados de tanto chorar. Vovô o pai de Clarisse, rondava-a como um predador, nas mãos possuía uma garrafa de uísque balançando.

_Você pensou que poderia se esconder de mim, Clarisse?-.  a voz dele era gélida, um fio de veneno escorrendo a cada sílaba.

_Eu... eu não fiz nada...-, Clarisse sussurrou, a voz quebrada pelo medo.

_Mentiras! Sempre mentiras!-, ele berrou, jogando a garrafa contra ela, os cacos espalhando-se pelo chão e por sua pele. Não satisfeito Ele desferiu um tapa violento no rosto dela, a cabeça de Clarisse caindo para o lado com o impacto.
_Você me fez parecer um fraco, se pedimos a você para dar um tiro na boca de outra garotinha seu dever é obedecer. e não sair correndo feito uma louca, gerou um montin e aquela putinha barata pensou que deveria fugir também e tive eu que dá cabo dela,  hoje tinha virgens disponíveis e você me fez perder isso sua inútil.-

_Eu não poderia fazer aquilo com outra criança mestre.-
_Sim deveria maldita bastarda, tem sorte dos homens adorar seu corpo, porque se não teria o mesmo destino da infeliz da sua mãe.-

Do outro lado da sala, eu observava horrorizada escondida atrás de uma porta semiaberta. A dor de Clarisse reverberava dentro de mim, um eco de sofrimento que conhecia e que não chegava aos pés do que ela passava.

Mais tarde naquela noite, após o vovô  finalmente desabar na embriaguez e se aproveitar o quanto quis do corpo de Clarisse, consegui me esgueirar até ela. Ambas  tremiam, mas sabia que naquele momento precisava ser forte por ela.

_Clarisse, você está bem?-,  perguntei, com a  voz fraca como a de um fantasma por medo de ser escutada.

Clarisse abriu os olhos inchados e me viu através do véu de lágrimas.
_Não... mas estou viva. Ainda, e preciso que você me prometa que quando aparecer qualquer oportunidade vai sair daqui.-

_Eu prometo!! E vou nos vingar- falei em um sopro de determinação.
_Não Dria você precisa ser forte para se salvar, não tente dar uma de heroína e tenha o mesmo fim que eu.-

_Vamos sair daqui juntas Lice e juro que vou me vingar de todos principalmente do vovô ele é um monstro.-

_Não, eu mesma vou mata-lo e quando isso acontecer eu também posso morrer em paz, você está a pouco tempo nesse inferno, eu  vivo a treze anos, ele levou de mim, a minha mãe, a minha inocência e tudo que ele quis tomar- ela murmurou com um brilho de ódio e lágrimas.

Flashback - 

Handria estava sendo conduzida para um misterioso sótão pelos corredores escuros da mansão. O avô segurava seu braço com força, arrastando-a pelos degraus estreitos.

"Tenho uma tarefa especial para você.", disse ele com um sorriso sádico.

Ao chegarmos ao sótão, vi algo que gelou meu sangue. Uma cadeira estranha, o  bastardo do meu avô me puxou com um solavanco e me sentou,  enquanto um grupo de homens entrou e começou a me cercar. Eles trajavam mantos negros e máscaras, símbolos visíveis de uma sociedade secreta sinistra.

"A Sociedade  Negra é implacável.", sussurrou ele em meu  ouvido, roçando os lábios apertando meus braços com força e descendo as mãos repugnantes sobre o meu corpo.
" Hoje você será vendida a eles, como sua tia foi, não vou te amarrar. somente se não colaborar."

O desespero naquele momento me assolou. Sabia que estávamos envoltas  num ciclo de horror, mas ainda não tinha sido emposta a isso, e  naquele momento estava desistido. Afinal ele estava a ponto de me quebrar,.
Mãos passavam pelo meu corpo o monstro que deveria me proteger observava tudo com as mãos dentro da calça com uma cara de satisfação.

De repente, a porta foi arrombada violentamente. Clarisse  lançou-se sobre o pai  com um grito selvagem. A faca brilhou no ar antes de enterrar-se no peito dele e desferir três golpes. A expressão de choque no rosto transformou-se em agonia, e ele desabou no chão com um baque surdo.

Por um segundo, a sala ficou em silêncio absoluto. Clarisse, com a faca ensanguentada ainda na mão, respirando com dificuldade. antes que pudesse reagir, um dos homens da Sociedade  avançou, rapidamente apunhalando Clarisse.
Ela caiu aos meus pés, seu sangue misturando-se com o do pai.
Em um sopro de voz ela disse _Eu liguei para as autoridades e eles estão vindo-.
_Temos a polícia na nossa filha de pagamento criança e no por cima do seu sangue vamos arruinar sua sobrinha.- um deles murmurou rindo macabramente.
_Eu avisei as autoridades da máfia italiana-

_Кучко, знао сам да ће то донети невоље, са том слатком мачком.
Um deles gritou e atirou na cabeça de Clarisse.

Com os olhos arregalados de horror vi a vida esvair-se do corpo de Clarisse e ela tinha um sorriso no rosto.

Naquele momento várias coisas aconteceram ao mesmo tempo, gritos de invasão soaram e tiros eram ouvidos. enquanto aqueles que me cercavam iam se aproximando de uma passagem secreta e saindo um deles voltou bateu minha cabeça contra a cadeira e enfiou uma faca no meu abdômen.
Senti meus sentidos aos poucos se esvaindo enquanto via soldados da máfia italiana entrar para me retirar dali.

Ainda olhando fixamente para o chão onde minha tia estava morta eu apaguei, Handria sentiu uma nova onda de resolução a envolver. Ela estava sozinha.
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Depois daquelas coisas os dias passaram como um borrão, meus pais chegaram dos Estados Unidos e só conseguiram chorar enquanto eu relatava o que aconteceu ao nosso Don Constantino Moretti, entre o enterro e a fazer malas eu decidi que não queria voltar para casa, de alguma forma eu sentia que se deixasse aquelas terras a promessa que fiz a Clarisse não séria válida, meus pais brigaram comigo e o Don interviu, disse que eu era uma menina de muita coragem para enfrentar tudo que eu enfrentei e que poderia voltar para casa de cabeça erguida que todos teriam orgulho de tudo que enfrentei e continuava de pé, naquele momento eu tive a primeira crise de ansiedade da minha vida entrei em Pânico gritava com o Don que não queria voltar para casa, que ninguém poderia saber que eu estava suja, ele consedeu o meu desejo e convenceu os meus pais que era o melhor para mim, juntamente com a primeira a  dama Jasmine. nas primeiras semanas me colocaram dentro de uma casa cheia de soldados,  eu infelizmente não conseguia sair do quarto e quando qualquer homem que não fosse o Papai e o Don se aproximassem eu entrava em outro episódio de surto, até que a primeira dama sugeriu um orfanato ali na Toscana, porém só poderia sair depois que completasse vinte e um anos, e essa foi minha sina.
E naquela terra ao qual passei meus maiores tormentos Eu  jurei a memória da Clarisse que ia lutar para salvar quem restava.

A Sociedade Negra não era invencível, eu sabia disso. E por mais que o mundo ao meu redor fosse cruel e implacável, não desistiria. Não mais.

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Só editantando para dizer que esse capítulo foi difícil para caralho escrever me encontrando chorando nesse momento 😭😭

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⏰ Última atualização: Jul 23 ⏰

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