Em meados do século XIX, em algum lugar da Inglaterra
Eloise
— Ai!
— Eloise! — Daph me repreende — Preciso que fique quieta, assim não conseguirei reorganizar o seu cabelo!
— Daphne, ficarei com dor de cabeça se colocar mais um grampo nessa tiara!
— Desculpe-me, mas precisa ficar bem presa para que não caia de novo... — Ela espetou mais um grampo no meu couro cabeludo e dei um pulo da cadeira.
— Aaargh! — Olhei para ela irritada mas logo me recompus. — Tanto faz, não tenho a menor intenção de demorar nessa festa mesmo...
— El, deveria estar mais empolgada do que isso. Afinal se casará com lorde Morrison, e ele é um excelente pretendente... — Daph tenta me convencer.
Aaah! Lorde Morrison, que homem detestável! Poderia ter uma boa aparência por fora mas sua deselegância e egocentrismo me deixam de estômago revirado!
A cada dez palavras que este homem diz, onze são ele ferindo alguma minoria. Estou sendo obrigada a me casar com esta escória da raça humana, simplesmente por já ter 28 anos, ter me envolvido com a pessoa errada e meus irmãos considerarem que eu preciso de um homem como ele, para construir uma família. Quem disse que eu quero uma família? Ainda mais com esse sujeito?— Sim, ele é um excelente pretendente. — Respondi com um sorriso amarelo.
— Pronto! Acredito que assim está perfeito. Tome um pouco mais de cuidado agora... — Ela finaliza enrolando um dos meus cachos com os dedos.
— Agradeço Daph, vamos voltar antes que eu acabe mudando de ideia! — Me levantei abruptamente arrumando a barra do meu vestido.
Desci as escadas e retornei para o grande baile, em homenagem ao meu noivado. O salão de Aubrey Hall, casa de campo da minha família, tem um grande pé direito com janelas enormes, que trazem uma vista espetacular daqui de cima.
Todos estão vestidos com trajes excessivamente pomposos e caros. Me parece uma competição para ver quem é o mais rico. E, é claro que o meu querido noivo não seria diferente. Usava um terno azul com um brilho acetinado, que ao menos criava a ilusão de que era mais largo, já que normalmente me parece um cabo de vassoura de tão magro.— Senhorita Bridgerton! Finalmente! Já estava achando que havia batido as botas naquele quarto. — Bem que eu queria.
— Eu tive um pequeno acidente com a tiara mas já estou de volta.
— Se fosse mais cuidadosa isso não teria acontecido...— Disse apertando com força minha bochecha.
Canalha.
— Agora vamos. Coloque um sorriso neste rosto porque os convidados estão olhando. — Ele me puxa para o centro do salão ao me obrigar à socializar.
Céus! Juro que se me casar com este miserável a primeira coisa que farei será envenená-lo e observá-lo sangrar até a morte por todos os buracos, com um belo sorriso estampado em meu rosto!
A noite foi se estendendo e eu tentava de toda forma me entreter pelos cantos, me desvencilhando dos assuntos machistas e misóginos que meu futuro marido expelia pela boca.
Sem que ninguém me visse, saí de fininho e me juntei à minha amiga Penelope Bridgerton.
— Olha quem veio dar o ar da graça! — Ela insinua com ironia.
— Pen, sem brincadeiras por hoje. Já estou por um fio!
Ela assente — Eu entendo. Seus irmãos parecem ter tirado este homem do submundo! Não sei o que passou pela cabeça deles para acharem que este noivado seria uma boa ideia... Colin está uma fera com tudo isso!
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Dançando na chuva - Philoise
Romance(História 1) No século XIX, na Inglaterra, Eloise Bridgerton está presa em um noivado indesejado com Lorde Morrison, um homem arrogante e desagradável que seus irmãos escolheram para ela devido à pressão social. Em meio a um baile de noivado repleto...