Tempestade

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Eloise

De repente desperto e noto que dormi plantada na porta do quarto de Phillip. O silêncio agora ensurdecedor foi quebrado por alguém que saía dali. Era o médico que havia terminado seu serviço.

— Doutor, como ele está?

— Seu quadro ainda é delicado, precisará ficar em observação para se caso tiver uma piora, suas chances de sobreviver sejam maiores.

Sobreviver?

— O senhor pode ficar conosco? Pagaremos o que for necessário pelos cuidados de Phillip.

— Está certo Lorde Bridgerton.

— Vamos procurar Gunning para preparar-lhe um quarto onde possa descansar.

Anthony leva o doutor para longe dali me dando uma oportunidade de me aproximar de Phillip.
Entro no cômodo e ele está deitado em cima da cama em um sono profundo. Seu peito estava envolto somente por algumas ataduras e consegui vê-lo se mexendo ao ritmo de sua respiração. Sua testa brilhava de suor e seu cenho estava franzido, como se tivesse se congelado daquela forma.
Ao lado de seu leito tinha uma bacia cheia de água e sangue, que provavelmente o doutor usou para limpar suas mãos após a intervenção médica. Tinham alguns algodões também, uma garrafa de uísque usada para embriagá-lo e éter para anestesiá-lo e sedá-lo.
Pego uma cadeira e me sento ao seu lado. Seguro sua mão direita que estava quente novamente, e suspiro tranquilizada.

— Está quente de novo. Você está quente de novo!

Beijo seus dedos e os abraço pressionando contra meu peito. Uma lágrima corre do mais íntimo do meu ser e desce de encontro aos meus lábios. Sinto seu gosto salgado e beijo várias outras vezes o dorso de sua mão.

— Eu pensei que fosse te perder meu amor. Pensei que tivesse me deixado. — Acariciei seus cabelos úmidos. — Não se atreva a me deixar, não depois de fazer eu me apaixonar por você... Nunca mais me dê um susto desses!

Como se ele pudesse ouvir o que eu disse, senti seu dedo pressionando muito levemente minha mão. Meus olhos se arregalam e minha boca se abre.

— El?

Sou atingida por uma onda de alívio ao ouvir sua voz intensa e terna ao me chamar.

— Oi meu nardo. — Ainda tenho lágrimas em todo o meu rosto e abro um largo sorriso. Phillip olha ao redor em confusão e volta seu olhar para mim.

— O que... O que houve?

— Você foi atingido por um tiro meu amor.

Ele olha para baixo tentando buscar o momento na memória, vê seu peito todo enfaixado e engole em seco.

— Ah sim, eu me lembro.
— Você está bem? — Phillip se ajeitou com dificuldade na cama.

— Eu estou meu amor. Deu tudo certo. — O tranquilizei.

— Eu lhe empurrei, você se machucou?

— Não precisa se preocupar meu nardo, você fez isso para me proteger...

— Não está ferida?

Ele realmente está preocupado com o meu bem estar? Acabou de levar um tiro e está preocupado se me arranhei no processo?

— Não estou.

Acaricio sua barba confortando-o. Meu coração se alegra ao ver uma singela tentativa de sorrir de seus lábios.

— Que bom, minha pérola. — Suspira aliviado.

— Onde ele está?

— Ele está preso. Anthony e Benedict conseguiram interceptá-lo enquanto fugia.

Dançando na chuva - PhiloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora