A segunda ameaça

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Phillip

Levei Eloise de volta para Aubrey Hall. Caminhamos de mãos dadas até a entrada da casa onde ouvimos alguns burburinhos, que mais parecia mais uma discussão.

— Onde está a minha noiva?

— Lord Morrison, ela não é mais a sua noiva!

— Os proclamas já foram anunciados na igreja! Eu vim buscá-la para o nosso casamento. Onde ela está?

— Lamento. Mas Eloise está indisponível. Quanto mais para um tipo como o senhor!

Violet o desafiou.

— Lady Bridgerton, não me obrigue à tomar medidas drásticas. Vai aprender a respeitar alguém com um título mais nobre que o seu, por bem ou por mal!

Ele se aproximou um pouco demais de Violet e não pareceu nada amigável. Temi que lhe fizesse mal.
Sua mão estava comprimida e fechada, como se o mesmo se preparasse para um soco.

— Por quê você não mexe com alguém do seu tamanho? — O questionei em alta voz.

Ou, o dobro dele.

— Mas o que significa isso? O que você ainda faz aqui? — Lorde Morrison me questionou, como se já não fosse óbvio que eu havia tomado a noiva dele.

— Eu que pergunto! Afaste-se de lady Bridgerton!

— Ou você vai fazer o quê?

— Não me obrigue a sujar minhas mãos. Prefiro sujá-las de terra do quê com o sangue de um inseto.

Ele alterou o seu olhar entre mim e Eloise, e percebeu a aliança de flor que ela tinha no dedo.

— Ah! Agora eu entendi tudo! — Ele sorriu como um louco. — Eloise seduziu você também? Acaso é tolo o suficiente para cair em sua conversa? Achei que fosse mais esperto Sir Phillip...

— Tome cuidado com suas palavras ou irá se arrepender! — Meu sangue ferveu a cada segundo que passava. Esse sádico iria engolir a própria língua!

— Era para eu imaginar que na primeira oportunidade essa aí, ia procurar outro homem rico que lhe atendesse os caprichos.
Não passa de uma meretriz que faz tudo por dinheiro! Uma mulher da vida!

Perdi totalmente o controle das minhas faculdades mentais. Esse monte de lixo passou dos limites! Minhas pernas desobedeceram a razão e avançaram em sua direção. Cerrei o meu punho e com a outra mão lhe agarrei pela gola da camisa a amassando.

— Não ouse falar da minha noiva!

— Sua noiva? — Ele deu um sorriso de escárnio.
— Sua noiva é uma pros-ti-tu-ta.

Sem pensar duas vezes peguei impulso e lhe esmurrei a cara com toda força que podia. Consegui sentir a resistência dos ossos dele chocando contra os meus anéis e seu rosto depois de alguns golpes já estava coberto de sangue.
À princípio ele tentou revidar, mas não conseguiu se livrar das minhas pancadas tão facilmente.

O restante da família Bridgerton chegou de um passeio e se deparou com a cena sangrenta. Todos pediram para que eu parasse, incluindo lady Bridgerton e Eloise. Temendo que eu matasse o homem.

Por fim, puxei sua camisa com força, o levantei e o lancei contra a mesa de jantar, criando um estardalhaço com o barulho dos pratos e taças se quebrando.

Estava completamente cego de fúria.

— Mas o que diabos aconteceu aqui? — Anthony questionou.

Eu ainda estava ofegante demais para responder. Limpei a gota de sangue que descia da minha sobrancelha, com o punho da manga da minha camisa.

Dançando na chuva - PhiloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora