À beira da loucura

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Phillip

Via uma pessoa ou outra entrando no quarto de Eloise, até que as visitas se tornaram menos frequentes.
Seria muito atrevimento da minha parte aparecer por lá? Eu espero que ela não grite, porque vou entrar.

Inspirei fundo e bati na porta levemente.

— Entre. — Sua voz ecoou.

Foi ela quem disse, claramente tive autorização!
Ai Phillip, você deveria ter vergonha...

Aaah! Vamos lá!

Abri a porta devagar, entrei em seu quarto e a vi de frente para mim, vestindo uma camisola pra lá de transparente que me deixou desorientado.

— Sabia que era você.

— Sa- sabia? Co- como?

— A sua batida na porta. — Eloise sorriu ao morder os lábios. — Parece ter dó de machucar os dedos.

— Não queria que me escutassem.

— Eu sei.

— Eu só vim ver como você está e lhe trazer isto. — A ofereci uma xícara de chá de romã que preparei.

— Ah... Eu estou muito melhor, obrigada, é muita gentileza. — Ela tomou a xícara e a colocou em sua mesa de cabeceira a fim de deixar a bebida esfriar.

— Que bom, minha pérola. — Sorri tímido.

— E obrigada por me salvar. Se não fosse por você, aquele maldito teria me matado... — Ela se cobriu com um xale, me dando a oportunidade de respirar de novo. Mas aí, fechou a porta me tomando o ar mais uma vez.

— Isso me tira do sério El! Como pode estar noiva de um monte de esterco como aquele? — Olhei com intensidade em seus olhos. — Vai romper o noivado, não vai?

— Eu não sei. — Ela me responde baixinho.

— Não sabe? Ele tentou se aproveitar de sua honra Eloise! Tentou te afogar! Como pode considerar manter esse noivado?

— Phillip, as coisas são mais complicadas do que parecem.

Cruzei os braços ao ouvir suas palavras.
— Você o ama?

— Não! Claro que não! — Ela negou com veemência.

— Então o que está te prendendo?

— Phillip, eu tenho de me casar com ele. É o meu dever.

— Estão obrigando você à se casar com ele?

— E- eu não tenho escolha.

Aquelas palavras me partiram o coração. Seus olhos tinham lágrimas que se acumulavam esforçando-se para não caírem.
A envolvi com meus braços, mantendo seu corpo junto ao meu e a mesma recostou sua bochecha úmida em meu peito.
O desejo que sentia por ela voltou a arder em minhas veias e minha respiração começou a ficar pesada.

— El, eu vou deixá-la sozinha, precisa descansar. — Dei alguns tapinhas em suas costas, desfiz o abraço e me dirigi à caminho da porta. Porém senti sua mão pequena e quente me tocar o ombro.

— Fique. Por favor.

— Eloise, não podemos... — Inclinei a minha cabeça para o lado e uma marca se fez entre minhas sobrancelhas. Ela não faz ideia do que está passando pela minha mente agora...

Dançando na chuva - PhiloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora