Changbin soube que tinha algo fora do comum assim que entrou na esquina da rua onde morava e notou um carro desconhecido estacionado em frente a sua casa. Aquilo não tinha um bom significado.
Desconfiado, ele começou a caminhar devagar, mil ideias brotando na cabeça. Tentou lembrar se Miyan — sua mãe — tinha falado alguma coisa mais cedo, no café da manhã. Forçou todos os neurônios funcionais que tinha para pensar e lembrar, mas não aconteceu nada demais mais cedo. Ela apenas comentou sobre as festas que frequentou esse final de semana, falou sobre um cara que conheceu em uma balada que foi com algumas amigas e nada mais. Espera, o cara. Changbin, do outro lado da rua de frente para casa onde morava, tentou espiar antes de entrar, como precaução. Só Deus sabe o que o aguardava hoje.
Veja bem, ele não odiava que Miyan saísse por aí com as amigas para festas e baladas noturnas todo final de semana. Ele realmente não odiava, pelo contrário, ficava genuinamente feliz que sua mãe estava curtindo a vida de solteira depois que passou tantos anos em um casamento conturbado com seu pai. A última coisa que queria era vê-la novamente triste como aconteceu depois do divórcio, há mais ou menos dois anos atrás. O único problema era que Miyan, desde que se divorciou do seu pai, não parava um dia sequer com um namorado. Em todas as vezes que ela saia para festas, no dia seguinte trazia alguém para casa, e esses relacionamentos relâmpagos nunca davam certo. Mas Miyan não desistia, dizia que estava tentando achar “o homem perfeito” e um bom padrasto para Changbin, mas cá entre nós, ele nem queria um novo padrasto.
Enchendo as bochechas de ar, ele decidiu que era hora de entrar — estava ficando frio com o sol se pondo no horizonte. Com passos calculados, Changbin atravessou a rua e passou pelo carro prata de uma marca que com certeza ele não conhecia, Changbin não sabia nada sobre carros como seu melhor amigo sabia, única coisa que ele tinha noção é que eles tinham cores e tamanhos diferentes, mas diferenciar por marcas não fazia parte do seu vasto conhecimento sobre automóveis. Usando a sua chave, ele abriu a porta e deu uma olhadinha dentro da casa antes de realmente entrar, e quando percebeu vozes na sala, Changbin quis recuar, mas antes que pudesse sair escondido sua mãe apareceu.
— O que você tá fazendo aí, garoto? Entra logo, quero que você conheça umas pessoas. — Ela o pegou pelo braço e o trouxe para dentro. Changbin foi sem pestanejar, embora quisesse, e muito.
Ela o arrastou até a sala de estar, onde ele pôde ver dois homens sentados no sofá marrom de três lugares. Um deles era um cara de cabelo lambido, corpo forte e tinha uma postura perfeita, os traços do rosto dele indicavam que ele não era da região, parecia um militar de mais ou menos quarenta anos, sua expressão era de poucos amigos e Changbin se questionou onde caralhos sua amada mãe achou esse esquisitão. Mas obviamente as coisas podiam piorar, a vida de Changbin sempre piorava. Ao lado dessa espécie de soldado norte americano loiro com o cabelo estilo a vaca lambeu, estava um garoto, provavelmente da sua idade, ele parecia um integrante de uma boyband que faria garotinhas de treze anos cair de amores e criar historinhas dele em algum aplicativo duvidoso na internet.
O cara estava vestido todo de preto, e tudo bem, Changbin também gostava de se vestir assim, mas ele estava todo apertadinho: calça skinny, tênis all star, camiseta regata e jaqueta de couro. O que ele era, um motoqueiro? Changbin o olhou de lado, julgamento até o último fio de cabelo dele. E quando os dois se encararam, o garoto ficou de pé, sorrindo com todos aqueles dentes brancos e certinhos, como se tivesse acabado de sair de um comércio de creme dental, e veio cumprimentá-lo. Ele estendeu a mão, mas Changbin não quis apertar, porém, quando sua mãe sutilmente beliscou seu braço, ele contra sua vontade fez aquilo. E, ei! Ele apertou sua mão com força de propósito, Changbin tinha certeza.
— Filho, quero que você conheça Erick, ele é meu noivo. — Miyan foi até o homem e ficou do lado dele, e Meu Deus, que homem alto. Changbin teve que erguer o queixo para conseguir olhar naqueles olhos estupidamente azuis.
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Meu Inquilino Australiano | binchan
FanfictionChangbin estava consideravelmente bem com a ideia da sua mãe ser namoradeira. Veja bem, ele não se incomodava com os "namoros relâmpagos" da sua queridissima mãe, por ele, ela tinha mais era que curtir a vida mesmo após passar tantos anos presa em u...