como deveria ser? ou... como não deveria ser?

cap 7 (Nimmia)

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eu acordo com alguém me ligando. pego o meu celular e vejo que é o senhor Otávio. reviro os olhos. essas horas? como não estou trabalhando para mim isso é cedo, esse foi o lado bom de casar com um homem rico. atendo o meu celular.

- oiê bom dia senhor Otávio - falo levantando a minha cabeça do travesseiro.

- olá, bom dia! desculpa ligar esse horário, mas é que hoje você e o Gael iram ter um jantar em família, estou de ligando para você saber, não sei se o meu filho contou...

- ah sim, ok, obrigado por avisar, é que horas?

- é as oito!

- ah sim, obrigado, eu vou estar pronta a esse horário!

- ok, vocês se comportem.

- sim senhor - falo ele desliga.

desde que eu e Gael nós casamos (há 3 dias atrás) o senhor Otávio ficou mais simpático, acho que "caçar" alguém era a prioridade no momento, ele aparentava estar estressado com algumas coisas, entendo ele, mais num tudo ele parecia ser uma pessoa legal, na medida do possível. ontem eu e Gael ficamos bem próximos, trocando farpas como se estivéssemos no quinto ano, ele parece ser uma pessoa bem legal, ele me trata igual lixo? sim, mas ontem foi estranho, ele se preocupou comigo, ele ficou cara a cara comigo como se quisesse me beijar ou alguma coisa do tipo. calma Nimmia não se anima é só trabalho.

***

vou tomar banho, coloco a minha playlist na tv em uma altura alta, entro no chuveiro, sinto a água escorrer pelo o meu corpo, pego o shampoo passo no cabelo, logo em seguida pego o condicionador e deixo agir, pego o meu sabonete de corpo e passo por todo o meu corpo. saio do banho, acho que o Gael já chegou, desligo a música. vou até o armário e escolho um vestido preto, lindo, coloco ele. finalizo o meu cabelo. faço uma maquiagem básica.

saio do quarto e sento no sofá. logo depois vejo Gael saindo de seu quarto, com uma roupa linda, calça branca e blusa preta. estamos combinando. sem emoção Nimmia.

- por que não avisou que nós iríamos em um jantar de família?

- oque importa é o agora que você já sabe - ele me olha de cima a baixo, me dá um frio na barriga - vamos - ele fala seco.

- custava me avisar? - insisto.

- não, não custava, agora dá para de ficar fazendo birra igual criança? - fala seco e olha nós meus olhos e eu desvio e ando até a porta.

- sua família sabe que é um casamento falso?

- não - responde simples - só o meu pai.

- e sua mãe?

- eu não tenho mãe - engulo seco. por que eu fui perguntar isso?

- ah... sinto muito, desculpa - falo sem graça e dou um sorrisinho sem mostrar os dentes.

- entra - fala seco quando chegamos até a garagem. eu entro no carro.

entramos no carro vejo ele dirigindo concentrado no rua, maxilar travado, mãos no volante, o carro escurro, silêncio ensurdecedor, até que começa a tocar " is there semeone else?" do the weeknd.

- posso aumentar a música? - ele murmura um "aham".

- Nimmia eu vou logo avisar que a minha família é bem sem noção, fazem perguntas bem sem noção, então por favor colabore.

- okay - falei contendo a vontade de falar que ele não manda em mim, quem é ele para falar isso?

- você também escuta The weeknd? - diz ele, e eu fico surpresa, ergo as sobrancelhas. como assim "também"?