001. 𝙴𝚕𝚕𝚎𝚗 𝙼𝚒𝚕𝚕𝚎𝚛

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⋇⊶⊰❣⊱⊷⋇ 🌔🌕🌖 ⋇⊶⊰❣⊱⊷⋇

Sou uma ômega, mas não apenas qualquer ômega; sou diferente das outras. Sou um tipo de ômega chamada de erro, coisa danificada. Não sinto o cheiro dos feromônios de ninguém e não os libero. Minha família diz que sou quebrada, uma vergonha para eles, uma ômega inútil. No entanto, minha mãe e meus três irmãos mais velhos sempre ficam ao meu lado, tentando me confortar, dizendo que isso é apenas passageiro, que um dia passará.

Meu pai é o chefe da família, um alfa lúpus, minha mãe é uma ômega lúpus, e meus sete irmãos são alfas lúpus. Minhas duas irmãs são ômegas lúpus, e por último, eu, a ômega quebrada e inútil, que só está viva por causa de sua mãe e seus três irmãos mais velhos.

Daqui a algumas horas, farei meu tão esperado 18 anos, e haverá uma comemoração. Algo que acho muito suspeito... meu pai nunca gostou de mim, e do nada, depois de anos, decide comemorar meu aniversário? Onde está a pegadinha? Sinto que há algo por trás disso, uma armação de meu pai.

Agora, estou em meu quarto, em frente ao espelho, aguardando as duas empregadas terminarem de arrumar meu cabelo e minha maquiagem para que eu possa ir para a tão esperada comemoração.

- Terminamos, Ellen. - É isso mesmo, o que vocês ouviram. Elas não me chamam de Sr. ou algo do tipo, é só pelo nome. Vamos dizer que nem pelos funcionários eu sou respeitada.

Levanto-me, observando meu vestido vermelho lindo com uma fenda enorme em cada lado, revelando minhas pernas grossas, presente do Elijah, meu irmão mais velho. Olho para os meus saltos pretos, combinando com meus cabelos, amarrados em minhas pernas, um presente do meu segundo irmão mais velho, o Emanuel. Toco a joia em meu pescoço, estranhando usar tantas joias; nunca usei essas coisas. Sinto-me importante, e pela primeira vez, sinto-me parte da família Miller. Estou usando brincos, colar, pulseiras, tipos de presilhas de ouro que vão de um lado para o outro nas pontas; ele tem um pequeno pingente do brasão da família.

Está lindo no meu cabelo, eu acho. Eu tenho que usar algum pingente com o brasão da família; não podem faltar. Isso é uma tradição em minha família; ouço eles comentarem que isso dará sorte para a aniversariante e sua família; isso só pode usar nos aniversários.

"Toc, toc."

Saio dos meus devaneios com batidas na porta.

- Pode entrar. - Vejo minha mãe entrando em meus aposentos.

- Filha... nossa, como você está deslumbrante. - Ela pega minha mão, fazendo-me dar uma giradinha sem sair do lugar. - Meu amor, você vai ser a mais bela da festa!

- Mamãe, não é para tanto...

- Nada disso, Elena. Você está maravilhosa, filha, olha isso que princesa perfeita.

- Tá bom, mamãe, to ficando com vergonha já. - Falo olhando para o espelho e percebo que minhas bochechas estão um pouco rosadas.

- Ok, ok, meu amor... Filha, você tomou aquele remédio?

Olho para seus lindos olhos castanhos, iguais aos meus, e fico pensando se conto ou não a ela sobre eu ter deixado de tomar. Eu tomei esse remédio para ser uma ômega normal, mas nunca funcionou. Desde os meus 9 anos, quando minha mãe me levou ao médico para ver se eu era uma ômega, beta ou até um alfa. Os médicos me examinaram, e depois, conversaram com minha mãe. Durante esse período, fiquei fora da sala, mas quando ela saiu, me fez tomar esse comprimido. Desde então, eu o tomei, mas nunca senti ou soltei feromônios.

Decidi parar quando completei meus 17 anos, mas nunca comentei com ninguém. Sempre joguei na privada; não quero deixar minha mãe triste, então...

- Sim, mamãe... - Ela me olha nos fundos dos meus olhos e confirma.

*𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐍𝐄𝐒𝐏𝐄𝐑𝐀𝐃𝐎* Onde histórias criam vida. Descubra agora