Capítulo Um

951 61 2
                                    

Carter

— Não posso acreditar que a temporada de futebol acabou, — comenta Fast, seu braço pendurado sobre sua namorada, cujo nome não me incomodo em lembrar.

Os dois estão ligados no quadril, quase literalmente. A única vez que vejo Fast por si mesmo é no vestiário e mesmo isso só acontece porque ele acha que nós todos estamos atrás dela. Não poderia estar menos interessado. Se não é sobre futebol ou o meu carro ou o outro hobby que tenho que ninguém merece saber, então não é importante.

—Estão bem vindos todos para o meu lugar, certo?, — Grita Ben. — Exceto você, Carter. Não estou esperando você.

Ele diz com aquela esperança anexada no final como se fosse de repente mudar e subir no carro com
um desses caras. Os confetes da celebração pós-campeonato sob meus pés enquanto deslizo silenciosamente em direção ao meu carro. Já fui anfitrião de várias festas, mas não gosto. Fiz isso para manter um olho sobre os caras, mas a temporada acabou. Podem fazer o que quiserem. Não dou mais a mínima.

— Carter, homem, vamos lá. É o nosso último jogo juntos. Devemos ter pelo menos uma cerveja.

— Tenham um grande momento. Sintam-se à vontade para me enviar a conta das bebidas.

Um enorme grito de aplausos enche o estacionamento.

— É o mínimo que poderia fazer, cara,alegra-se —diz Josh.

Ergo meu dedo do meio para cima e continuo caminhando. O carro abre-se quando me aproximo. Meninas? Quem precisa delas quando você tem um motor de 325 cavalos sob o seu controle? Lanço minha bolsa no banco de trás praticamente inexistente e estou prestes a subir para o assento
do motorista quando ouço um grito abafado.

— Que porra é essa? — Clico o aplicativo de lanterna no meu telefone e movo-a para a parte de trás. Um par de olhos assustados aparece por meio segundo antes de uma mão surgir para proteger da luz.
— Quem diabos é você?

Ninguém, e quero dizer nem mesmo a minha avó, que é provavelmente a única fêmea de valor em todo o planeta esquecido por Deus,senta-se no meu carro. Uma vez tive uma supermodelo com cerca de trinta milhões de seguidores que rastejou no banco do
passageiro pensando... - quem diabos sabe o que ela estava pensando? Foi um movimento parvo, porque tinha seus guarda- costas a transportar sua bunda para fora imediatamente, ameaçando expor à imprensa que ela ainda tinha pó branco preso a seu nariz.

Os paparazzi tiraram uma foto e ser arrastada por seus próprios empregados é a imagem superior quando você pesquisa o nome dela. Bem feito por tocar meu bebê, que é por isso que estou quase maluco que uma outra idiota teve a audácia de entrar em meu carro e esfregar seu corpo suado
e mal cheiroso por todo o interior de couro personalizado. Chego para baixo e viro o assento
do carro frente a frente.

— Fora.

— Espera. Posso explicar — ela começa, lutando em uma posição sentada, ainda cobrindo o rosto.

Vejo uma T-shirt caindo na metade de seu ombro e me pergunto se está tentando me seduzir. Não vai funcionar.

— Olha como não dou a mínima para a sua explicação? Não me importo se você estiver fugindo de um namorado abusivo ou da polícia. Não sou o tipo de cavaleiro branco. Sou do tipo que dá a sua bunda gorda um chute, mesmo quando você já está para baixo, assim que sair do meu carro.

— Não.

A rejeição abrupta me surpreende em silêncio por um segundo.

— Sim, isso não é aceitável. Saia.

— Não.

Bato com meus dedos sobre o capô do carro. Não sou um fã de colocar as mãos em uma mulher. Meu pai é um idiota, mas até mesmo ele teria condenado desprezível ato. Minha avó subiria de seu leito de morte e me bateria na cabeça com sua bengala e depois me derramava seu mijo quente pelas minhas costas,por isso não posso exatamente alcançar e arrastar esta menina para fora. Pior, acho que ela porra sabe disso.

— Vou dar-lhe uma centena de dólares para sair agora.

— Dez mil.

— Desculpe?

— Você me ouviu. Dez mil dólares em uma bolsa preta. Notas pequenas, não-sequenciais.

— Acha que carrego por aí dez mil em notas pequenas, não sequenciais? — Pasmo para ela.

Ela encolhe os ombros, ainda mantendo as mãos para cima para bloquear a luz, ou talvez para bloquear meu ponto de vista dela.

— Não é problema meu se não o fizer. Estou bem no banco traseiro de seu carro. Você é o único que quer me tirar e está oferecendo para me pagar. Estou lhe dizendo o preço. Não é a maneira como o mundo funciona?

Essa última parte sai amarga. Realmente amarga.

— Ei, Carter, algo errado com seu carro? — Giro ao redor para encontrar Fast atrás de mim. Sua namorada está esticando o pescoço, tentando espionar a situação. Bato a porta do carro.

— Não. Nada está acontecendo aqui. Estava apenas colocando a minha merda à distância. Divirtam-se na festa.

— Existe um animal em seu banco de trás?, — A namorada do Owen pergunta. — Acho que vejo algo em movimento.

— O que está acontecendo? — Pergunta Ben.

— Seu carro quebrou? — Josh vem perguntar.

Em breve, metade da equipe está reunida ao redor.

— Não há nada para ver aqui. Literalmente. — Aceno para os mandar embora, mas ninguém se move.

— Tem certeza? Quer dizer, se está com medo de um animal, não há nenhuma vergonha em pedir ajuda, — a menina silva diz.

Não admira que nunca aprendi o nome desta menina. Ela é irritante. Envio um olhar na direção de Fast, mas está muito ocupado olhando com adoração para ela para perceber que quero que os dois desapareceram. Porra. Vou ter que afastar com essa... pessoa na parte de trás do meu carro. Por que as pessoas não podem me deixar em paz? Por que isso é pedir demais? Você pensaria que queria me livrar de um cadáver com base no número de pessoas no meu negócio.

Olho por cima do ombro e com base nas formas
no banco de trás, parece como se meu passageiro indesejado se escondeu sob a minha jaqueta e bolsa de ginástica. Com um enorme suspiro, rodo a chave para abrir a porta, empurro o banco do motorista para trás e entro.

— Veja, nada de errado com o meu carro. Obrigado pelo seu interesse. Agora, boa noite.

Bato a porta do carro, aperto o botão de arranque e saio para fora do estacionamento, cuspindo cascalho solto atrás de mim.

— Não se sente ou vou expulsá-la no trecho mais deserto da estrada que puder encontrar.

— Será que algum animal morreu no seu rabo ou você é sempre este idiota? — Ouço de debaixo da minha jaqueta.

Enrolo meus dedos em torno do volante e digo a mim mesmo que o assassinato é, infelizmente, ainda ilegal em todos os cinquenta estados.

Deuces selvagens ( 2 livro da série FU High )Onde histórias criam vida. Descubra agora