Capítulo Dez

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Mallory

— Não acho que pode estacionar aqui, — digo, enquanto Carter coloca seu carro de luxo no parque em frente ao shopping.

— Vou estacionar em qualquer lugar que eu queira.

Rolo meus olhos quando ele desliza para fora do carro. Por que acho a sua confiança e arrogância atraente? Há algo de errado comigo. Minha porta se abre um segundo mais tarde e vejo um homem em um colete. Centros comerciais têm manobristas? Essa é nova. Pelo menos para mim é novo.

— Deixe o carro lá, — Carter diz para o cara, enquanto desliza algum dinheiro. — Não abra a porta do carro. — Ele emite mais comandos para o pobre manobrista enquanto saio.

O manobrista olha para sua mão, vendo o dinheiro, e não parece dizer nada perante a grosseria de Carter. Não estou certa de que o homem tinha muita escolha. Não estava difícil de perceber que Carter ou talvez seja sua família tem poder. Estou supondo que vem do dinheiro. Normalmente andam de mãos dadas.

Me pergunto se ele emitiu a ordem sobre a minha porta, porque não quer alguém tocar em seu carro ou abrir uma porta para mim. Estou indo com a hipótese de não querer que alguém toque no seu carro. Ele é muito protetor dessa coisa. É agradável e bonito, vou dar isso a ele, mas ainda é apenas uma carro.

Carter caminha para o meu lado e abre mais a porta para mim. Saio e ele fecha a porta atrás de mim.

— Mantenha seus olhos para si mesmo, enquanto você está nisso, — Carter rosna, quando começo a andar.

Me viro para dizer algo sarcástico, mas quando faço, percebo que não está falando comigo. Está olhando diretamente para o manobrista.

— Você vem? — Coloquei minha mão sobre meu quadril e suspiro de frustração.

A boca de Carter aperta quando dá ao manobrista um último olhar e começa a caminhar em direção a mim. Na verdade, fazendo o que digo a ele pela primeira vez também.

— Estava na hora. Pensei que estava ficando lá o dia todo dando as instruções detalhadas ao pobre rapaz sobre o que quer e não quer que faça com o seu precioso carro. Por que não leva você mesmo a algum lugar? Deve mantê-lo trancado na garagem para que nada aconteça com ele.

Digo as palavras meio brincando, mas por dentro, quase desejo que Carter faça essas coisas exatas por mim. Talvez não me trancar, mas manter-me segura para que nada aconteça comigo. Então não preciso me preocupar.

— Você sabe que sou um idiota— é a sua resposta.

— Sim. Estou percebendo isso.

Sua mão vai para as minhas costas enquanto usa a outra para abrir a porta para entrar no shopping.

— Então, por que continua me dando merda sobre isso? — Sua boca se transforma em um meio sorriso.

— Acho que você pode precisar de alguém em sua vida para lhe dar merda, — Me oponho.

Aquele sorriso se transforma em um sorriso cheio. Ele balança a cabeça enquanto me leva dentro do shopping. Não sei o que é sobre a nossa brincadeira, mas ele me coloca à vontade. Sou como uma garota empurrando meus limites com ele, mas ele continua a me deixar deslizar. Acho que gosta do que faz, tanto quanto faço, porque ele continua a me incitar.

Talvez eu seja a primeira a realmente chamá-lo em sua merda. Quero dizer, será que é possível? Que as pessoas simplesmente permitem-lhe fazer e dizer o que quiser? Com certeza é o que parece.

Continuamos a caminhar através do shopping lado a lado. Estamos em silêncio, enquanto caminhamos, mas ele mantém a mão no centro de minhas costas. Claro que Carter tinha que nos levar para o shopping mais top, no lado rico da cidade, em vez do regular.

Nem sequer reconheço os nomes de metade das lojas que passam. Tudo o que sei é que parecem extra luxuosas. Começo a me sentir um pouco auto-consciente sobre o que estou vestindo.

Empurro esses pensamentos de lado e lembro
por que estamos aqui em primeiro lugar. Estou começando em uma nova escola. Não sei como, mas está acontecendo. Não tenho nenhuma dúvida sobre isso. Tenho certeza que é o mesmo estacionamento da escola onde primeiramente subi no carro de Carter para minha soneca. O lugar é super chique. A palavra que encontro um monte de vezes desde que conheci Carter.

— Aqui. — Ele aponta para uma loja.

Vejo algumas pessoas da nossa idade olhando para nós enquanto caminhamos em sentido a ela. Eles nos olham espantados e me pergunto se conhecem Carter. Ele lhes lança um olhar e eles desaparecem. Bem, acho que ele não é o Sr. Popular. Não posso culpá-los. Sua atitude é terrível cerca de noventa e cinco por cento do tempo.

— Você conhece essas pessoas? — Pergunto porque estou curiosa para ver por que estavam com tanta pressa.

Esperando que não fosse eu, o motivo que os fizeram fugir. Estavam todos bem vestidos e pareciam pessoas das quais Carter fosse amigo. Será que, deram uma olhada para mim e já decidiram que não desejam associar-me? Tenho certeza que minhas roupas regulares das lojas de departamento foram o primeiro indício de que não pertenço em seu círculo.

— Acho que andam na nossa escola, — diz, com um encolher de ombros.

Pensa? Não tenho certeza que vou fazer novos amigos na escola, se estou saindo com Carter. Ele dá olhares que enviam pessoas a correr. Gostaria de ter essa superpotência. Embora não fosse utilizá-la como ele. Geralmente, como a maioria das pessoas. Só quero ser capaz de usá-lo em anormais como o namorado da minha mãe.

— Você vem? — Carter diz, com uma pitada de sarcasmo na sua voz.

Quando olho para cima, vejo um olhar ácido em seu rosto por estar olhando para os dois caras que ele está simplesmente fugindo.Agora estou começando a pensar que ele está ficando com ciúmes. Primeiro com o manobrista e agora com os dois rapazes.

— Para um cara que disse ontem à noite que não tem nenhum interesse em dormir comigo, você tem uma maneira estranha de mostrar isso. — Ele começa a abrir a boca, mas o interrompo. —Rasgando minhas roupas. Mandando embora rapazes que procuram o meu caminho.

Ele abre a boca, em seguida, fecha.

— Vamos. — Agora está apontando para a loja.

— Vou precisar de sua carteira para pagar qualquer coisa de dentro de sua loja. — Ando na frente dele. Viro a cabeça para olhar para ele. — Ou talvez eu já a tenha, — gracejo eu.

Não o fiz, mas espero, pelo menos, que ele vá verificar. Ele não vai. Quase dá de ombros.

— Boa sorte tentando colocar um dente nela. Na verdade, tome isso como um desafio. Você parece gostar deles.

— Desafio aceito. — Ando para o primeiro rack de roupas penduradas que vejo.

Começo a remexer através delas, deslizando cada cabide ao longo da haste de metal até encontrar algo que eu goste. Levanto o preço para cima e minha boca cai aberta. Sei que provoquei Carter sobre fazer um dente em sua carteira, mas não há nenhuma maneira que possa me permitir gastar este tipo de dinheiro em roupas.Carter leva-o do meu lado, entregando a uma mulher que veio do nada.

— Leve-a a um quarto. Minha garota, como sempre, tem um ponto a provar .

Desta vez sou eu que fiquei sem palavras. Acabou de me chamar de sua garota?

Deuces selvagens ( 2 livro da série FU High )Onde histórias criam vida. Descubra agora