CAPÍTULO 08

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Atticus

Eu sou um elfo.

Terra, ar, água e fogo. Todos os elfos têm seus poderes vindos desses quatro elementos, só que alguns são melhores tem mais controle em determinados elementos e outros não. A família real é a unica que tem o poder se cura e revitalização, somente os membros da família real podem andar entre reinos e mudar de forma. Existe a magia negra, todo e qualquer elfo que se envolva com magia negra é punido e exilado do reino.

Eu fui exilado. Mas não por mecher com magia proibida e sim por nascer amaldiçoado. Algo dentro de mim sempre foi errado, eu gostava de brincadeiras cruéis e ria de coisas que outras crianças achavam assustadoras, histórias de terror eram as minhas favoritas. Mas eu sempre tentei ser bonzinho, seguir regras e obedecer as leis da minha família só que ninguém pode mudar o que realmente é por dentro, esconder por tempo indeterminado sim mas mudar nunca.

Eu estudei como todos, treinei como todos e me comportem como todos mas meu pai nunca gostou de mim e minha mãe estava sempre receosa ao meu redor, como se eu fosse uma bomba prestes a explodir e eu nunca entendi o porquê.

Quando conheci ela tudo ficou menos pesado, ela era minha companheira, tínhamos um laço pois nascemos para estarmos juntos. Valerie era linda, com pintas por todo o corpo, cabelos cor da terra e olhos verdes tão intensos que eu chegava a me perder neles e ela me amava assim como eu a amava. Nós formamos um compromisso e noivados, tudo parecia bem e calmo mas no meu aniversário de vinte e cinco anos tudo desendou.

- Amor? - Valerie corre até mim quando tropeço e quase caio por causa de uma tontura, ela coloca uma mão em minha cintura e outra em meu rosto - Querido, está se sentindo mal? Melhor irmos ao curandeiros se for o causo.

- Não, estou bem - afasto suas mãos de mim, de uns dias para cá eu sempre me sinto sufocado quando ela me toca.

- Tem certeza? Faz dias que está passando mal, estou preocupada com isso, nosso casamento está chegando e quero que esteja saudável.

- Eu tô bem!! - acabo sendo grosseiro e levantando um pouco o tom da minha voz, ela arregala os olhos se afastando assustada pois eu nunca levantei minha voz para ela - Desculpa, eu acho que preciso dormir um pouco.

- É talvez seja bom, eu acho melhor eu ir.

- Não, Vallerie me desculpe por isso - me aproximo dela pegando sua mão - Fique comigo por favor, é só um incômodo passageiro e eu quero ficar com você.

- Tem certeza que não quer ficar sozinho?

- Sim, amanhã é meu aniversário e quero que você seja a primeira que vou ver - ela sorri e vem me abraçar.

- Tudo bem querido, vou estar aqui com você - ela sempre foi doce e compreensiva, uma boa amiga e conselheira. Vallerie era tudo de bom no meu mundo.

Só que seria muito melhor se ela nao tivesse ficado.

Durante a madrugada eu acordei com muita dor de cabeça e enjoado, fui até o banheiro sentindo meu corpo queimando e joguei uma água em meu rosto para tentar me acalmar e então voltei para cama.

Ao amanhã a primeira coisa que eu senti foi o cheiro forte de sangue, a segunda coisa foi algo molhado e grudento a minha volta e quando abri meus olhos para pergunta o que estava acontecendo minha vida virou de cabeça para baixo.

- Vallerie - arregalo meu olhos sentindo o pavor começando a aparecer - Vallerie amor, não - meu coração dispara e sinto meus olhos arderem.

Minha Vallerie estava banhando em seu próprio sangue, o líquido vermelho tomava conta da cama que eu estava deitado antes. A mesma cama onde eu tive noites quentes e amorosas com a mesma mulher que nesse momento estava com um corte profundo em seu pescoço, pegando de uma ponta da orelha a outra, os olhos arregalados em terror, olhos opacos e sem vida e os lábios pálidos entreabertos com sangue sujando tudo, os mesmo lábios que eu tanto almejava e olhos que eu tanto amava.

Morta.

Minha Vallerie estava morta.

- Não!!! VALLERIE NÃO, POR FAVOR, POR FAVOR - coloco minhas mãos em seu pescoço e tento fechar a ferida mas não adianta - POR favor amor, eu imploro não me deixe, não faça isso comigo por favor - choro de soluçar sentindo todo meu mundo desmoronando.

" Oh não seja patético"

Arregalo meus olhos ao ouvir uma voz estranha, me viro na cama assustado, procuro pelo dono da voz e pergunto cheio de raiva quem é o intruso, para que ele apareça.

" Eu estou bem aqui"

- Aqui onde porra? Você fez isso com ela? APATECA QUE EU VOU TE ESTRIPAR, DESGRAÇADO.

" Ah mas não vai mesmo"

Quem quer que seja ri, uma risada malvada e cheia de deboche.

- Seu desgraçado infeliz, apareça!!!

" Oras, você precisa olhar para frente"

- Oque?

Confuso eu levanto minha cabeça olhando na direção citada, para o espelho que fita na parede ao lado da minha cama, arregalo meus olhos indo para trás assustado. O reflexo no espelho mostra a exata cena apavorante que estou vivendo, a cama bagunçada, o sangue e o corpo morto mas eu... a minha pessoa no reflexo está diferente, sentado na cama, na mesma posição em que me encontro só que meus olhos estão negros, sem vida alguma e de uma escuridão terrível e tem aquele sorriso, aquele sorriso assustador e malvado com a boca suja de sangue. Com o coração a mil eu assisto a minha versão macabra levantar uma mão e acenar em um tchauzinho para mim.

"Olá"

- Oque? Quem é você? - olho para trás de mim, procurando qualquer sombra da pessoa que parece comigo mas que não sou eu.

" Eu sou você, que em uma versão muito melhor"

- Do que está falando?

" Oh, é uma longa história - ele ri e tomba a cabeça para o lado - Você vai estar ocupado apartar de agora - e então desaparece."

- Príncipe - três guardas invadem meus aposentos e os olhos inerte - Oh céus - eles dão um passo para trás, tirando suas próprias conclusões com a cena.

- Oque aconteceu com seus olhos?

- Ele matou ela.

Assustado eu olho para o espelho novamente e é quando vejo, olhos negros e sangue por todo meu corpo.

Oh porra.










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