O abismo entre vinagre e Barcelona

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Oiê! Eu falei que postaria no final de semana, então vim aqui aos 45 do 2º tempo! hehe

Mudei todas as capas de todos os capítulos e recomendo que vocês deem uma olhadinha na capa do primeiro. O colarzinho da Pen será relembrado nesse cap. Muito obrigada por tooodos os comentários do cap anterior e pelos votos <3  Nos vemos lá em baixo. 

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9:30AM - 18 de Março

Em algum lugar do Canal de São Jorge

Duas horas e cinco minutos.

Ainda faltavam duas horas e cinco minutos até o porto do País de Gales e Penelope só constatou isso quando olhou novamente no relógio, incrédula por só ter passado 30 minutos desde que embarcaram na balsa. Parecia uma eternidade.

Os dois agora estavam sentados ao redor de uma mesa no restaurante do navio, cada um tomando o seu próprio café da manhã em mais absoluto silêncio, assim como estiveram nos últimos trinta minutos.

Até sábado, ela teria apreciado com deleite a quietude de Colin.

Agora, o silêncio era tão incômodo que parecia denso, pressionando seu peito e dificultando a respiração. Tudo o que ela mais queria era que Colin fizesse algum comentário desnecessário que aliviasse o clima.

Pro inferno com isso.

– Vamos demorar muito para mexer nessa casa de marimbondos? – Perguntou Penelope, por fim, colocando as duas mãos em cima da mesa.

– Marimbondo? Como assim? – Colin franziu as sobrancelhas enquanto vasculhava o teto do grande salão com os olhos – Onde?

– Isso é uma metáfora para um assunto delicado, Colin.

– Então, mexer nessa casa de marimbondos agora seria...?

Essa – Penelope respondeu, apontando dela para ele – casa de marimbondo.

– Certo.

Colin largou o garfo e cruzou as mãos em cima da mesa, comemorando internamente por Penelope finalmente ter tocado naquele assunto.

– Sobre o que você disse ontem – Penelope mordeu o lábio inferior, tentando encontrar as palavras certas. Sentia que suas bochechas estavam prestes a corar – Você falou sério? Foi apaixonado por mim quando éramos mais novos?

– Depende.

– Como assim, "depende"? Isso não é algo relativo, Colin.

– Bom, é sim. A minha resposta depende da sua resposta para a pergunta que eu vou fazer a seguir.

Colin se acomodou melhor, apoiando um dos cotovelos no encosto da cadeira vazia ao lado e com um olhar sereno para Penelope - um olhar de quem estava totalmente preparado para ter aquela conversa.

Diferente de Penelope que, embaixo da mesa, balançava a perna freneticamente. Mas, mesmo despreparada para o que viria a seguir, Penelope acenou com a cabeça para que ele continuasse e tentou sustentar o olhar sereno.

– Se eu te disser que sim ou que não, você vai me encher de perguntas sobre isso depois?

"Espertinho", pensou Penelope. Era curiosa demais para não perguntar sobre.

– Você já sabe a resposta – Colin arqueou as sobrancelhas e Penelope bufou – É claro que eu vou, Colin!

Por algum motivo, Colin achou a sinceridade irritada dela algo engraçado. Um sorriso imenso se abriu em seu rosto.

NAS ESTRELAS | polinOnde histórias criam vida. Descubra agora