Trabalho de telencéfalo

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Oiê! Nessa parte da história, algumas peças talvez comecem a se encaixar. Do outro lado, sentimentos confusos voltam a aparecer 👀 Espero que gostem, me deixem saber se sim!

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Colin estava calçando o par de tênis enquanto dividia a atenção entre a reprise de Eurotrip na televisão e Penelope que soltava uma risadinha a cada diálogo.

Ele estava ligeiramente ofendido por ter tentado fazer ela dar risada de várias formas diferentes nas últimas horas e ter obtido sucesso somente em duas ou três vezes - mas, com um besteirol dos anos 2000, ela parecia pronta para gargalhar a qualquer momento.

Seus sentimentos estavam divididos entre a decepção e o alívio: ele estava com medo de que rolasse alguma tensão entre ele e Penelope sobre o momento estranho que compartilharam no banheiro, mas, na verdade, ela nem sequer parecia ter sido afetada como ele. Aquilo era bom, não era?

Desde que ele saiu do banheiro, ela apenas deu um sorrisinho em sua direção e voltou a atenção total para o filme.

Colin pensou estar aliviado, mas não pôde evitar uma pontinha de decepção com a ideia de que aquele momento tenha sido sentido somente por ele. Aí, então, se sentiu ainda mais culpado pensando que tinha batido uma punheta por uma situação que provavelmente aconteceu só na em sua cabeça.

– Ai meu Deus, esse momento! – Penelope se sentou sobre os joelhos apontando para a televisão, seus olhos brilhando de excitação – Eu jamais vou me esquecer dessa cena.

Colin voltou a olhar para a televisão e sua boca abriu alguns centímetros quando viu diversos homens correndo pelados numa praia. Pelados de verdade, nu frontal, vários paus na tela.

Penelope gargalhou ao ver a expressão de Colin e ele sentiu suas mãos suarem ligeiramente. A risada dela o deixou desnorteado por um segundo.

– Penelope Featherington! Você é uma tarada! – Ele deu ênfase na última palavra e fingiu estar ofendido, mas o humor em sua voz era evidente.

Penelope gargalhou mais uma vez e Colin riu junto - como era deliciosa a sensação de fazê-la rir.

– Não é isso! Eu vi esse filme quando eu tinha oito anos. Foi a primeira vez que eu vi um homem pelado na minha vida – Ela confessou e, mesmo que suas bochechas tivessem assumido um leve tom avermelhado, ela parecia se divertir em confidenciar aquilo – O momento que uma garota descobre que os garotos não são ocos que nem o Ken da Barbie é um evento canônico.

Colin gargalhou. Ela tinha um ponto.

Os dois voltaram a prestar atenção no filme por um momento e Penelope se permitiu a observar Colin pelo cantinho do olho.

Desde que ele tinha saído do banho, já vestido, ela precisou reunir todas as suas forças para se concentrar no filme. Tinha decidido deixar enterrado no fundo da sua mente os pensamentos inapropriados que tivera sobre ele no banheiro, mas então ele saiu de lá exalando um aroma muito específico que ela estranhamente adorava: o aroma de sabonete Dove, ou, como ela gostava de pensar, "o cheiro de banho tomado".

Ela tinha escolhido esse filme justamente para conseguir se distrair. Seu corpo estava reagindo de maneiras estranhas e ela não queria colocar Colin novamente no meio das suas súbitas mudanças de humor. No entanto, ela não contava que ele usaria especificamente aquele sabonete.

Ela daria tudo para colocar o nariz na curvatura do pescoço dele agora.

Obrigada, Universo. Eu peço uma coisa e você faz o contrário.

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