Pretty Blood • Rocent Dead Plate

Capítulo 1 - Indefeso

|Rody|

No meu mundo, os vampiros são a coisa mais perigosa existente, numa escala de sobrevivência, a chance de sair ileso é zero, ou você sai ferido, ou você sai morto, foi o que aconteceu com a minha família, eu realmente não me lembro de nada, mas de acordo com os anciãos eu fui encontrado no meio do mato em uma noite de lua cheia, ao lado dos corpos dos meus parentes, a maioria sem um pingo de sangue no corpo, o que indicava a morte pela sede de um vampiro.

Eu cresci nesse ambiente, nós vivemos em uma comunidade, onde todos são lobisomens, a floresta e toda sua extensão é a nossa casa, e fazemos nosso melhor para preserva-la. Porém, mesmo vivendo nessa comunidade eu não me sinto parte deles, fico feliz que tenham me salvado, mas eles me tratam diferente, como se acaso eu sumisse, não fosse fazer diferença nenhuma - muito pelo contrário, eles agradeceriam por isso.

Entretanto, a minha vida mudou mais uma vez em uma noite de lua cheia. Em noites assim, costumávamos passar a madrugada caçando para alimentar nossa comunidade, pois eram em noites assim que tínhamos uma visão melhor da floresta, e era o momento em que muitos animais saíam de seus esconderijos.

Foi em uma dessas caças, que eu me deparei com algo novo, tinha uma pessoa deitada no chão próximo de uma árvore, olhei ao redor e percebi que estava sozinho, eu havia me afastado do bando sem querer - na verdade, eles tinham se afastado de mim de propósito, eu que não tinha me tocado na hora - mas voltando minha atenção a pessoa, me aproximei, pois estava pálido, mais branco que uma nuvem, magro, parecia prestes a morrer.

Foi só questão de me aproximar para que ele se mexesse, quando se virou para mim, eu notei as presas em sua boca, era um vampiro, me afastei com dois passos para trás e rosnei, só que diferente do que eu pensava, ele apenas de virou de novo e ficou parado, isso me confundiu, pois de acordo com os mais velhos, vampiros eram implacáveis, e não tinha nada nesse mundo que os fizesse parar, a fome era o principal fator para matar, e por ela que eles viviam, mas aquele simplesmente parecia ter parado de lutar. Ele aceitou a morte.

Mesmo com tudo me dizendo para não fazer aquilo, eu fiz, não consegui matar ele, me aproximei lentamente e farejei o ser corpo, para ver se não tinha algum cheiro de sangue.

??: Pode me matar... Eu não quero resistir, estou com fome, mas não consigo comer... - Ele disse em um quase sussurro.

Ele conseguiu me deixar triste com aquela situação, mas não tinha como eu leva-lo para comunidade, ou fariam churrasquinho dele, eu só tive uma opção, me transformei em um homem, me abaixei e o segurei nos meus braços, estava leve. Como eu conhecia a floresta como a palma da minha mão, fui com ele até uma caverna que tinha próximo dali, ao entramos nela, eu o coloquei no chão, tendo apenas uma breve ideia de que ele gostava de sangue, mas como que eu alimentava ele?

Olhei ao redor da caverna, vendo que não tinha nenhum animal disponível, vi que não tinha muita escolha, se quisesse ajuda-lo, precisaria dar meu próprio sangue. Isso talvez fosse uma ideia completamente estúpida, mas a aquela altura do campeonato eu não tinha nada a perder com isso.

Me agachei, inclinei cabeça dele um pouco, vi seus olhos fixos em mim, coloquei meu braço na boca dele.

- Pode morder.

Ele acabou fincando seus dentes na minha pele, doeu bastante, mas fingi que não tinha nenhum problema, apenas foi um fato que conforme ele tomou meu sangue, o desmaio foi chegando, eu tentei me manter de pé, mas foi inevitável cair no chão quando já não dependia de mim se manter acordado.

Se foram horas comigo desmaiado, por um momento eu realmente tinha achado que estava no céu, contudo, quando eu acordei, tive a supresa de estar vivo, me sentei no chão, vendo que tinha uma roupa tampando minhas partes íntimas - por me transformar, eu acabo ficando sem roupa - e do meu lado tinha um porco selvagem morto, logo a frente estava o vampiro que eu salvei, sem a parte de cima da sua roupa e olhando para o lado de fora da caverna, que já era bem iluminado.