eleven

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Era sexta-feira. Mike e Will se encontravam no quarto do mais novo. Eles estavam de pijama, prontos para irem dormir.

Michael estava deitado no colchão, olhando para o teto.

Will se aproximou do mesmo, deitando em seu tronco.

Porém, ao invés de permitir, ou acariciar os cabelos do mais novo, Mike apenas se afastou, fazendo com que a cabeça de Byers se encontrasse com os lençóis.

— O que foi, Mike? — se levantou.

— Nada, eu só tô com sono.

Quando os meninos iam dormir na casa um do outro, mesmo com um colchão do lado, sempre deitavam juntos na cama.

— Quer dormir do meu lado?

— Hoje você pode dormir na cama. E eu já estou do seu lado, só não na cama. — respondeu seco.

— Ah, 'tá bom.

Will estava estranhando o comportamento de seu amigo, ele não era de agir assim.

Pensou em perguntar o que havia de errado, mas ao olhar para baixo, Michael se encontrava virado para o outro lado do quarto.

O menor se sentia triste com aquela cena. Ele só queria ficar junto de Mike, mas por algum motivo, se sentia culpado.

Suspirou frustrado, virando para a parede.

Tentava dormir, mas não conseguia. Precisava de Wheeler ao seu lado.

Pensara o que tinha feito, qual era o problema com ele. Mike teria enjoado do menino?

Uma lágrima ameaçou a escorrer sobre seus olhinhos, sem sua permissão.

Will, pela primeira vez, dormiu sozinho na cama, sem estar abraçado junto de seu melhor amigo.

☀️

Sábado.

Para os meninos, sábado era o dia deles. Um dia que eles poderiam ser eles, sozinhos.

Byers se encontrava sentado em sua cama, encostado na parede, esperando Michael acordar.

— Oi, Will.

— Bom dia.

— Por que seu olho 'tá inchado?

Will passara a noite chorando, até pegar no sono.

— Ah, deve ser sono. — Mentiu.

— Hum.

— Finalmente é sábado! — bateu com o travesseiro na perna de Mike.

— Ei! — retribuiu o tapa.

— Você começou uma guerra! — Batera duas vezes contra o garoto.

Eles iniciaram o sábado desse jeito, com uma guerra de travesseiros.

Na visão de Will, estava tudo bem entre eles. Começou a pensar que, ontem, Mike só não estava num bom dia.

Ainda se batendo, Mike subiu por cima do menor, dando vários golpes com seu travesseiro.

Byers ainda tentava rir, mas via que o maior não estava com nenhuma expressão.

De repente, Wheeler parou de bater no garoto, saindo de cima dele.

— O que foi?

— Não enche, Will. — Saiu do quarto.

Essas palavras soaram de uma forma rude.

William conseguia sentir seu coração sendo despedaçado. Era como um soco.

Um baque muito forte.

...

— A comida está boa, Mike? — Joyce perguntou.

— 'Tá sim, tia. — respondeu cabisbaixo.

Will olhava para baixo, passando o garfo pela comida, não a comendo. Não conseguia se esquecer da forma que Mike falara com ele, por isso, lágrimas estavam se formando em seus olhos. Não demorou muito para sua mãe perceber.

— Will, querido? O que aconteceu?

— ... — fungou o nariz. — eu só 'tô com... dor de cabeça. — mentiu.

— Amor... Pode falar 'pra mamãe. — segurou nas mãos pálidas do garoto.

O menor não se aguentou. Desabou ali mesmo.

Joyce se levantou da cadeira, indo até o mesmo, o abraçando.

Mike apenas olhava. Ele sabia que aquilo era sua culpa, mas não conseguia dizer nada.

— Filho... O que aconteceu? — Olhou em seus olhos.

Ele não respondia, apenas conseguia chorar.

Rapidamente, o menor saiu correndo da cozinha, subindo pelas escadas.

Seus passos eram escutados pela casa inteira.

Will se trancou no banheiro.

A mãe do menino sempre avisava para não manter a porta do banheiro fechada. Tinha receio do que ele poderia fazer ali dentro

Joyce nunca havia contado para ninguém, nem para Mike que, Will havia depressão.

Por isso, nunca deixaria o garoto sozinho, sempre com uma companhia.

Ao ouvirem o barulho da tranca, a mulher correu rapidamente para o andar de cima, indo até onde Will estava.

— Filho... Por favor, abre a porta.

— ...

— Will, meu amor... Vem aqui fora 'pra gente conversar.

Mike encarava a porta do banheiro. Escutando as palavras que Joyce falava para o menor, lembrara da mesma situação.

Era ele que estava num banheiro, trancado. Will veio correndo para checar se estava tudo bem com ele.

Exatamente o que acontecia naquele instante.

— Eu vou ir embora, Sra. Byers. — Sussurrou.

— Por que? O que aconteceu?

— Nada. Eu só... queria ver minha mãe.

— Ok, querido. Vá com cuidado. Avisarei o Will que você foi. — Sorriu amarelo.

— Tchau... — Descia as escadas.

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