ㅤ❝Quando James acorda, sua cabeça está latejando. Ele não se lembra de ter bebido nada, mas supõe que deve tê-lo feito, porque parece que levou um balaço bem no meio dos olhos. Ele nunca foi de ficar de ressaca, mas sabe que é assim que deveria ser...
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DEPOIS DO JANTAR, ELES AINDA estão sozinhos, e ainda não dizem nada. James não segue Regulus até o banheiro quando ele vai se preparar para dormir, e espera uma boa meia hora depois antes de ir ele mesmo, só para garantir que o garoto não tenha esquecido de nada e de repente volte correndo. Ele não gostaria de esbarrar nele e permitir que o constrangimento de antes continuasse.
Quando escurece, Regulus deixa a vela ao lado da cama queimando por muito mais tempo do que o necessário, e Potter se pergunta brevemente se ele tem medo do escuro. Ele ouviu dizer que a sala comunal e os dormitórios da Sonserina têm janelas para o lago negro, e que o luar ilumina o lugar com ondas calmas e verdes. Ele nunca falou com um sonserino por tempo suficiente para que pudesse confirmar tal informação, então ele não pode saber com certeza se isso é verdade ou não. Na realidade, enquanto observa o rosto do mais novo iluminado pela luz da vela, ele se pergunta por que de repente isso parece tão importante.
Regulus terminou seu livro há um tempo, e agora está deitado em seus travesseiros fofos com ele frouxamente apoiado em seu peito. James quer perguntar sobre isso, curioso não apenas pela recusa de Black em deixá-lo ver o livro no dia anterior, mas também pelo suspiro melancólico que ele soltou ao terminar a última página, algo que o grifinório tinha visto Remus, e até mesmo Lily fazer.
Ele nunca leu um livro que o fez se sentir assim. Mas ele acha que talvez seja a mesma sensação que ele tem quando está sentado em frente à lareira na sala comunal, com seus amigos adormecendo ao seu redor entre piadas sem graça e doces jogados entre eles, um calor se espalhando por todo o lugar e deixando-o contente, desejando que ele pudesse segurar o momento por mais algum tempo.
— O que é? — Regulus pergunta quando percebe o moreno olhando em sua direção.
— Livro legal?
O menor considera responder por um momento, rapidamente desviando sua atenção para o livro e depois de volta para James. Se suas camas estivessem próximas o suficiente, ele poderia simplesmente tê-lo passado adiante, tomando cuidado para não deixar suas mãos roçarem pelo breve contato. Se ele fosse menos cuidadoso com seus pertences, mais como Sirius, ele poderia tê-lo jogado. Mas Potter viu a maneira como Regulus coloca suas coisas no lugar ao lado da cama, gestos gentis e lentos.
No final, o sonserino decide se levantar da cama e atravessar o espaço entre eles. O livro é colocado no colo de James, e então ele hesita por um momento como se fosse recuar. Mas ele não o faz, em vez disso, se acomoda na ponta mais distante do colchão do outro garoto, o mais longe que a pequena cama permite. O mais velho não se deixa distrair por tal ação, e resolve analisar o livro. Ele é encadernado em tecido, contém páginas amareladas e aparentemente não tem um título. Quando ele vira as páginas lentamente, com cautela, ele não consegue ver nada incriminador nele. Não há feitiços listados nas páginas, e até onde ele pode dizer, nenhum manual para cometer qualquer crime. Parece conter apenas uma velha história chata.
