ㅤ❝Quando James acorda, sua cabeça está latejando. Ele não se lembra de ter bebido nada, mas supõe que deve tê-lo feito, porque parece que levou um balaço bem no meio dos olhos. Ele nunca foi de ficar de ressaca, mas sabe que é assim que deveria ser...
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— SE VOCÊ CONTINUAR CORTANDO assim, pode muito bem jogar tudo de uma vez.
— Se você continuar reclamando desse jeito, vou deixar você fazer tudo sozinho. Sou eu quem deveria estar te ajudando, lembra? — James suspira, largando a faca e colocando uma das mãos na cintura. É a primeira vez que eles se encontram para 'aulas particulares', e a primeira vez que James conseguiu escapar sem que Sirius encontrasse furos em todas as suas desculpas.
Claro, com Sirius desconfiando que os dois estavam aprontando algo, ele poderia simplesmente ter dito ao melhor amigo onde estava, e com quem, mas estava tentando desesperadamente evitar mencionar o nome de Regulus mais do que o necessário, especialmente porque estava mentindo sobre tudo aquilo. E, apesar de ter sido ideia dele em primeiro lugar, Regulus não está mostrando muita gratidão pela ajuda de James. Suas mangas estão arregaçadas até os cotovelos, a gravata torta enquanto ele observa Potter trabalhar através da fumaça pesada que sai do caldeirão compartilhado.
— É, bem, eu não percebi que você era tão terrível em Poções quando sugeri isso.
— Ei, eu não sou tão ruim assim! Passei no meu N.O.M. com facilidade!
— Nossa, estou muito impressionado. — retruca Regulus, a voz carregada de sarcasmo. — Nesse caso, continue cortando direto pelos anéis que você precisará enrolar sobre as raízes daqui a pouco. — com isso, James suspira mais uma vez.
— Vá em frente então, faça você, se é tão perfeito.
Em vez de argumentar que ele não insinuou que era perfeito, ou apontar que James está claramente ansioso para se livrar da tarefa o mais rápido possível, Regulus apenas revira os olhos e pega a faca da mão do mais velho. Seus dedos se tocam por uma fração de segundos, mas esses segundos não é algo que James nota. Ele está muito concentrado no que acontece logo depois: Regulus se movendo para o espaço dele, o ombro tocando o peito de James, o cotovelo roçando em seu estômago enquanto corta cuidadosamente os anéis viscosos que o moreno havia mutilado momentos antes.
James sabe que deveria estar prestando atenção, observando a diferença em suas técnicas, mas tudo o que consegue pensar é no cheiro de Black, e na última vez em que havia notado isso. Foi na ala hospitalar, quando ele se aproximou da cama do outro com a intenção de acordá-lo, a primeira vez em que foi atingido pela terrível noção de que poderia estar atraído pelo sonserino.
Ele se pergunta o que aconteceria se ele deslizasse a mão pelos poucos centímetros restantes para repousar no quadril de Regulus, se ele se inclinasse e beijasse seu pescoço por trás. Mas ele acha que já sabe a resposta: Regulus provavelmente enfiaria aquela faca em seu pescoço. Sirius o socaria assim que descobrisse. Ainda assim, James saberia o gosto da pele de Regulus.
