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XVIII. FIOS DE LEALDADE

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     A PIOR PARTE NÃO ERA O FATO DE
que Regulus o tinha beijado pela primeira vez momentos antes de lembrar que sua lealdade sempre estaria mais firme ao lado do irmão. Não era o olhar no rosto de Regulus ao se dar conta disso, enquanto tentava encontrar uma resposta fria e distante. A pior parte foi que, depois disso, ele voltou a chamá-lo de "Potter". Justo quando James achava que eles haviam chegado a um ponto onde ele poderia, pelo menos, considerar o sonserino algo próximo de um amigo, mesmo sem dizer em voz alta, Regulus fazia questão de lembrá-lo de que tudo não passava de uma ilusão, que ele via James apenas como um meio para um fim. E como tinha sido ele quem sugeriu tudo, quem pôs um ponto final, então não deveria realmente guardar mágoa do outro garoto. Exceto que ele guardava.

Regulus não tinha sentido o que ele sentiu na ala hospitalar, aquela sensação confusa, mas eletrizante de possibilidades? Eles não tinham compartilhado um segredo e enganado pessoas próximas? Foi necessário um nível imenso de confiança da parte de Regulus para seguir o plano mal pensado de James, quando as consequências poderiam ter sido extremamente graves caso algo desse errado, e, ainda assim, agora ele nem sequer olhava para o moreno nos corredores ou no Salão Principal. Ele o lembrou que eles não eram amigos em várias ocasiões, e James obviamente não ouviu o suficiente. Agora ele estava enfrentando suas próprias consequências.

E não era como se ele pudesse conversar sobre isso com as pessoas que chamava de amigos, porque não era algo que deveria ter acontecido em primeiro lugar. Bem, não era algo que realmente aconteceu, não de verdade. Mas, para Sirius, James estava apenas corrigindo um erro seu, e isso não precisava de mais explicação. As coisas entre eles ainda estavam tensas, mas era óbvio que algum peso havia sido tirado dos ombros de Sirius, e James se sentia culpado por se arrepender de suas ações, mesmo que por um segundo. Peter nunca esteve ciente de seu romance fictício, então ele não poderia ser o ouvinte compreensivo de que tanto precisava, o que deixava apenas uma pessoa sobrando.

— Sirius me contou o que você fez. — Remus diz de forma despreocupada, é a primeira vez em que ficam sozinhos depois do ocorrido. Ele está de costas para James, mexendo em seu baú para se preparar para a próxima lua cheia, separando as roupas confortáveis que sempre usa depois e afastando qualquer coisa ao redor da cama que possa ser perigosa durante aqueles dias desajeitados. Potter fica grato por ele não estar olhando em sua direção.

— Sério? O que ele contou?

— Apenas que você disse que ia terminar com o irmão dele. Imagino que você não mudou de ideia?

— Não.

— E?

— E o quê? — com isso, Remus se vira para olhar para ele impacientemente, revirando os olhos.

E como foi?

James não respondeu propriamente à pergunta. Em vez disso, ele geme, pressiona as palmas das mãos contra os olhos, se joga na cama e continua fazendo pequenos ruídos de aflição enquanto Remus ri dele.

— Foi tão ruim assim? — o grifinório pergunta ao ver a reação do amigo.

James não pode realmente responder a isso. Não com a verdade. Ele não pode contar para Remus que Regulus o beijou logo antes de supostamente terminarem, porque Lupin está convencido de que beijar era algo que ele e Regulus já faziam com frequência, e assim ele não entenderia porque aquilo jogou James em um turbilhão de emoções. Se eles tivessem se beijado noite e dia, e James ainda tivesse decidido terminar tudo por causa de Sirius, o que seria mais um beijo? Ele não pode contar a Remus que o beijo é quase tudo em que ele pensou desde que aconteceu, e que ele também se sente culpado por isso. Regulus não sabia sobre os pensamentos estranhos que o atormentavam na ala hospitalar, ou que ele se perguntava como seria beijar o mais novo, não só porque ele era um garoto, mas porque ele era Regulus Black.

Antes de acontecer, James imaginava se o beijo dele seria tenso, casto e exageradamente formal, do jeito que ele gostava que todos pensassem que ele era, ou se seria mais suave, mais hesitante, como o garoto que James vislumbrava nos momentos em que estavam sozinhos. Não era justo que agora ele soubesse que era algo entre os dois, que ele podia praticamente ainda sentir os lábios de Regulus nos seus, quando aquele beijo não significava nada para ele, um beijo que só aconteceu para que James não tivesse nenhuma vantagem sobre ele, para que estivessem "quites". Então, em vez de dar uma resposta a Remus, ele apenas acena com a cabeça.

— Você é um bom amigo, James. — ele ainda está de olhos fechados, mas sente que Remus está mais perto agora, sente o peso dele ao lado da cama, onde obviamente se aproximou ao perceber o estado em que o moreno estava.

— Eu não sou.

— Poucas pessoas teriam -- — Remus começa, mas James não suporta ouvir elogios por algo que nem chegou a fazer. Até agora, ele ainda mentia para os dois melhores amigos.

— Se eu fosse um bom amigo, não teria olhado duas vezes para Regulus.

— Bem, agora já foi. — Remus diz, depois de um momento.

— Isso é tudo o que você vai dizer? — pergunta James, franzindo o nariz. Ele tinha, na verdade, uma certa esperança de que Remus ficasse mais bravo em nome de Sirius, que ele fosse a voz para algumas das coisas que James vinha pensando sobre si mesmo, lembrando-o de tudo o que Sirius tinha feito por ele ao longo dos anos e o preço que ele poderia pagar por estragar tudo.

— O que você quer que eu diga, Prongs? Que talvez se eu tivesse saciado sua curiosidade naquela época, tudo isso poderia ter sido evitado?

— Vai se ferrar, Moony. — Remus está brincando, e James ainda faz uma cara emburrada para ele, mas, na verdade, ele se sente um pouco mais leve por ter conversado sobre isso com alguém, mesmo que seus dedos ainda tremiam com a vontade de tocar seus próprios lábios, lembrando-se do calor que esteve ali apenas um dia antes.

Mais tarde, ele vê Regulus do outro lado do Salão Principal. Não é diferente de qualquer outro dia em que ele o vê ali, mexendo o garfo no prato e conversando trivialmente com seus colegas da Sonserina. Mas desta vez, James passa toda a hora em que estão no jantar torcendo para que Black olhe em sua direção.

Ele sabe que deve ser óbvio para seus próprios amigos que ele está encarando, sabe que isso provavelmente vai irritar muito Sirius, e mesmo assim ele não consegue desviar o olhar. Se o fizer, pode perder o momento em que Regulus finalmente olha para ele e terá que passar a noite inteira imaginando se isso aconteceu. Seus olhos se encontram apenas uma vez, bem quando Regulus está se levantando para ir embora. Há uma garota ao lado dele e um garoto que James sabe ser Bartemius Crouch, então, mesmo que ele tivesse pensado em seguir o mais novo para tentar falar com ele, agora ele sabe que não pode.

Quando Regulus olha em sua direção, é breve, parece acidental, e James reage antes que tenha a chance de reconsiderar. Ele abre um sorriso largo, esperando que isso transmita a Regulus que ele não guarda ressentimentos, e que mesmo que o sonserino tenha voltado a ser frio e distante, James não fará o mesmo. Em resposta, Regulus franze a testa.

OF PINSTRIPES AND POTIONS  ㅡ  starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora