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Rhaenyra Targaryen era uma mulher determinada, ele concluiu. Mesmo com seus comentários inconvenientes e sua falta de educação durante o almoço, ela ainda insistia em vê-lo. Sua mãe, no entanto, era pior; sempre se arrumava mais do que o necessário e agia como se estivessem em um encontro entre uma família normal e feliz. Mas eles não eram.

Sua família se resumia apenas à mamãe e ao tio Gwayne; Rhaenyra era uma intrusa que deveria partir rapidamente. No entanto, ela não ia embora. A alfa sempre tentava iniciar uma conversa com ele, e quando não recebia resposta, mudava de assunto e continuava a falar incessantemente. Até o momento, eles já haviam se encontrado três vezes além do almoço, sempre no mesmo lugar e horário. Ele tentou convencer sua mãe a desistir desses encontros, mas ela foi inflexível e continuou a levá-lo para aquela lojinha. Algumas vezes, ele até abençoava Rhaenyra com um resmungo ou algumas palavras sussurradas e quase inaudíveis. Sempre que isso acontecia, ela sorria com olhos brilhantes e trocava um olhar significativo com sua mãe.

Hoje, eles iriam almoçar juntos novamente, mas desta vez na casa de Rhaenyra e sem a presença de sua mãe. Ele detestava a ideia de ficar sozinho com aquela mulher sem a proteção de Alicent. Pensou, com um certo desespero, que poderia enfiar uma faca na garganta dela antes que trocassem qualquer palavra como pessoas normais.

Alicent o estava levando até a grande mansão de Rhaenyra, onde ela morava sozinha. Como herdeira de uma empresa bilionária, Rhaenyra residia na melhor mansão do melhor condomínio da cidade. Ele olhou para sua mãe, que dirigia o carro por uma rua totalmente desconhecida para ele, mas claramente familiar para ela. À medida que avançavam, as casas se tornavam mais grandiosas, deslumbrantes e luxuosas, revelando que apenas a elite morava ali.

"Capitalistas nojentos," pensou, lembrando-se, no entanto, de como sempre usufruía dos poderes e privilégios dos Hightowers. Mamãe parou em frente a uma mansão esplêndida, cercada por um jardim bem cuidado. A entrada era toda de pedra, com uma porta de madeira preta e imponente — por que os milionários gostam de portas grandes? — ladeada por duas pilastras com gárgulas de dragões, conferindo um ar sombrio e intimidador.

Ele adorou!

A dona da residência apareceu como um raio, correndo até eles, claramente contente por vê-los. Desta vez, Rhaenyra vestia roupas mais informais; normalmente, ela estava em trajes sociais de alta qualidade, que com certeza valiam o preço de uma casa, mas desta vez usava shorts de corrida e uma camiseta larga com uma foto da Britney Spears dos anos 90. Os cabelos prateados estavam cortados na altura dos ombros e presos em uma trança boxeadora, sem as habituais joias brilhantes, e nos pés, chinelos de dedo que Otto consideraria repugnantes. Por um momento, ele pensou que talvez sua mãe não fosse a única se esforçando para parecer bonita.

— Alicent, Aemond! — ela gritou enquanto se aproximava a passos largos. — Que bom que chegaram! — Assim que chegou perto, abraçou sua mãe, o que o incomodou profundamente.

Mamãe pareceu perdida pelo abraço repentino e não conseguiu retribuir. Rhaenyra então se virou para ele, mas foi inteligente o suficiente para não tentar abraçá-lo. Ele lhe deu um sorriso pequeno antes de se esconder atrás de sua mãe, lembrando-se de que ela não estaria ali com ele.

Alicent se virou para ele, beijou sua bochecha e se despediu rapidamente da alfa, antes de voltar para o carro e deixá-lo sozinho com Rhaenyra Targaryen!

Tudo isso com um sorriso, como se estivesse tudo bem. Sua "outra mãe" se aproximou, torcendo os dedos nervosamente. Ela sempre ficava assim perto dele; será que ele a desagradava? Provavelmente não, pois ela sempre queria vê-lo. Com um movimento suave, sua mão pousou em seu ombro, e ele quase a afastou por tocá-lo. Rhaenyra pareceu assustada, mas não recuou, e ele também não. Seria cruel demais com a coitada.

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