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Alicent sabia que comparecer ao almoço na casa de sua ex-namorada seria uma má ideia, e o fato de ter levado seu filho para aquela confusão tornava a situação ainda mais complicada.

Apesar disso, tudo parecia estar indo bem. Todos foram gentis e receptivos, e Alicent se deu muito bem com Argella e seus filhos. Porém, a chegada de Daemon e Laena mudou o clima completamente. Após o ocorrido, tudo o que Alicent queria era pegar seu filho e ir embora o mais rápido possível.

— Você costumava ser mais cortês, Rhaenyra — comentou Laena, enquanto acariciava o braço de seu esposo. Ainda exibia sua beleza com cachos prateados e pele radiante. — É esse o exemplo que dá para o seu filho?

Ao ouvir Aemond ser mencionado, Alicent levantou-se furiosamente da cadeira, avançando em passos largos até Laena.

— Não fale do meu filho! — Rhaenyra segurou-a delicadamente pelo braço, puxando-a para trás de si, enquanto Aemond também se levantava e ficava ao lado de sua mãe.

Laena apenas riu, e Daemon bufou zombeteiro, deleitando-se com a fúria que provocara.

— O que você está fazendo aqui, Laena? — questionou Laenor de forma áspera à sua irmã. Alicent sentiu uma satisfação discreta ao ver Laena encolher-se sob o olhar severo do irmão. — As confusões que você causou não foram suficientes?

Aemond pousou a mão no ombro de sua mãe, tentando acalmá-la.

— Daemon, o que você está fazendo aqui? — perguntou Viserys, visivelmente irritado. — Você não é bem-vindo nesta família.

Essas palavras atingiram Daemon, que sempre buscara a aprovação do irmão.

— Um homem não pode se reunir com sua família? Eu só queria dar as boas-vindas ao meu novo sobrinho... — disse ele, olhando diretamente para Aemond, que revirou os olhos atrás de sua mãe. Alicent, instintivamente, posicionou-se na frente de seu filho, bloqueando a visão de Daemon. Ela não perdeu o jeito como ele olhou para Aemond, ciente dos rumores sobre as preferências de Daemon por ômegas jovens, especialmente aqueles com cabelos brancos.

Rhaenyra percebeu o olhar e marchou em direção ao tio, empurrando-o com força. O ambiente se encheu de novos gritos, enquanto Laena ordenava que Rhaenyra soltasse seu marido, e Viserys exigia que ambos parassem.

— Eu vou te matar, juro pelo nome de minha mãe! — Rhaenyra gritou, desferindo um soco na bochecha de Daemon. Harwin apressou-se em puxar a alfa Targaryen para longe do homem, que ria de forma provocadora.

Rhaenys e Corlys correram até Daemon, que massageava a bochecha, onde certamente um hematoma surgiria mais tarde. Alicent encarou Laena, que a olhava com ódio. Um sorriso torto e cruel surgiu no rosto de Laena antes que ela se aproximasse do marido.

O que eles estavam fazendo ali? Poderia ser apenas uma visita inesperada?

Claro que não. Eles certamente sabiam sobre Aemond, e agora não restavam dúvidas de que existia mais um Targaryen na família. E não era qualquer um, mas o único filho da herdeira.

A confusão causada pelos Velaryon foi tamanha que Laenor e Rhaenyra os expulsaram aos tapas, praticamente declarando guerra contra eles. Alicent estava ao lado de Argella, que bebia água com açúcar para se acalmar, enquanto Laenor chegou em seguida, preferindo um copo de vinho para tentar tranquilizar-se.

Alicent olhou pelo jardim, lamentando o almoço arruinado. Todos ainda estavam com os ânimos exaltados, eufóricos pelas intensas emoções. Rhaenyra, Viserys e Harwin estavam reunidos, falando mal de Daemon.

Seu filho, Aemond, sentou-se ao lado de Aegon, que ria incessantemente, fazendo piadas sobre o ocorrido. A filha de Argella parecia transtornada enquanto discutia com seu irmão mais velho. Alicent focou sua atenção em Aemond, que olhava distraído para o jardim, perdido em pensamentos. Embora a vinda a Porto Real tenha sido um erro, apresentá-lo à família não foi.

Olhando para os filhos de Laenor, Alicent viu Daeron e Luke conversando, parecendo adoráveis juntos. Joffrey corria ao redor de Harwin, alheio à tensão, enquanto Jace fixava o olhar em Aemond, sem desviar.

Pensando bem, Aemond e Jace não se falaram o dia todo, o que era muito estranho.

— O que aconteceu entre Mond e Jace? — perguntou Alicent a Laenor, que a olhou como se ela tivesse perguntado algo óbvio.

— Você não sabe? — Quando ela balançou a cabeça negativamente, ele explicou: — Eles terminaram! Ou melhor, Aemond terminou.

O quê? Quando? Aemond não lhe contara nada, por que ele não a havia informado?

— Aemond e Jacaerys namoravam? — perguntou a esposa de Viserys, ao que Laenor começou a contar a "história de amor" de seus filhos.

Alicent voltou a atenção para Aemond, que agora estava olhando para Jace.

Meu Deus, eles realmente terminaram. Romperam antes mesmo de começar a namorar, isso é terrível!

Tudo estava dando errado para Aemond. Ele jamais terminaria com Jace dessa forma; eles se amam. Talvez Alicent devesse voltar para Vilavelha, longe das intrigas dessa família, longe dos Velaryon, longe de Daemon e Laena. Mas isso significaria também ficar longe de Rhaenyra... Bom, isso não seria um problema, mas e Aemond?

Alicent lembrou-se do olhar que Daemon lançara a Aemond e da ameaça que Laena representava para ela e seu filho.

Sabe de uma coisa? Rhaenyra pode vir visitá-lo, mas eu preciso sair daqui.

Ela levantou-se rapidamente, pegando sua bolsa e chamando Aemond com um gesto de mão. Caminhou até Rhaenyra, que se alertou com sua aproximação.

— Eu e Aemond vamos voltar para casa — disse Alicent. Rhaenyra murchou, decepcionada, e Alicent sentiu-se triste, mas firme em sua decisão.

— Fique mais um pouco, Alicent — Viserys falou gentilmente, ao que ela sorriu.

— Adoraríamos, senhor, mas acho que será melhor Aemond descansar — respondeu Alicent. Seu filho aproximou-se e ela segurou sua mão. — Foi um dia de muitas emoções.

Parecendo concordar com a mãe, Aemond dirigiu-se ao avô, que o envolveu em um abraço caloroso. Em seguida, ele se virou para Rhaenyra, que acariciou seus cabelos e deixou um beijo em sua testa. Era uma cena verdadeiramente adorável.

Nos despedimos de todos, e não deixei de notar o olhar intenso que Jace lançou em direção ao meu filho. Havia algo ali...

Assim que entrei no carro, peguei meu celular para verificar as mensagens e vi algo que realmente me surpreendeu.

Uma proposta de emprego. Um convite para ser professora na Fortaleza Vermelha. Se eu aceitasse, teríamos que morar aqui, perto de Rhaenyra... Mas também perto de Laena.

Ahg! Inclinei a cabeça para trás, soltando um suspiro derrotado. Aemond se assustou, mas logo voltou a afivelar o cinto de segurança.

Preciso conversar com meu pai. Tenho certeza de que foi ele quem conseguiu essa vaga para mim.

Notas

Desculpem pelo capítulo pequeno, e pela demora. Daemon é absolutamente nojento, depois que li Fogo & Sangue meu ódio subiu em uma escala considerável.

Eu tava louca pra ler o livro e fui até no fim do mundo pra achar ele em pdf, e eu achei! Sério, até chorei de felicidade

Uma Lembrança de Você Onde histórias criam vida. Descubra agora