Dialectic vem de dialética (s.f.) (di.a.lé.ti.ca) e significa: o mesmo que contrapor ideias e reconciliar contradições.
"Enquanto uns confundem sinceridade com grosseria... Aí está você. Confundindo minha cabeça."
Dona de uma personalidade inigualá...
"O fogo que conforta um coração apaixonado e consome o desejo de dois amantes é o mesmo que ameaça pulverizar aquele que não consegue fugir ou encarar as chamas das próprias inseguranças."
- Dialectic
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Contrariando as próprias expectativas e hábitos, SunHee levantou cedo no dia seguinte. Se enfiou numa league, vestiu um top de academia e passou o primeiro que viu de seus vários moletons sobre a cabeça e saiu para correr ao redor das proximidades de casa. Não tinha muito a fazer durante as poucas horas que antecediam sua ida ao local da competição, mas a sensação de loucura iminente caso ficasse olhando para as paredes até o momento em que precisaria se arrumar, a fez correr pelas ruas.
Estava presa ao trajeto e a todos os cantos que sua visão acelerada pelo ritmo de suas pernas conseguia captar, como alguém que procurava por algo. Como alguém que ansiava por alguma coisa. Não sabia o quê. Se possível na próxima esquina; quem sabe na porta de algum estabelecimento; sentado à mesa externa de alguma loja de conveniência ou ocupado comprando um chá de camomila; no banco da praça lendo um jornal, talvez na fila de um banco. Em qualquer lugar. Talvez encontrasse seu autocontrole. Ela não sabia onde ele estava, mas sabia que precisava encontrá-lo. Ter uma crise de ansiedade logo no grande dia não lhe serviria de nada além da autocondenação.
E talvez este fosse o seu maior problema. A autocondenação. Ela só não conseguia perceber isso ainda, porque cada parte sua parecia viver em conflito. Aprisionada a um ringue que ela mesmo criara. Onde a única regra era matar ou morrer, e não importava a ordem dos fatores, no resultado final sempre morreria. Porque SunHee sabia, tanto lá no fundo quanto no mais superficial de seu olhar ao fitar o próprio reflexo no espelho... Lee SunHee sabia que seu maior inimigo era ela mesma.
Os pés cessaram a correria abruptamente. Não havia encontrado o autocontrole, mas sim a necessidade intrínseca de ar. Manteve as mãos apoiadas sobre os joelhos e a coluna arqueada, em lufadas quase desesperadas lutava para recuperar o controle sobre, pelo menos, a própria respiração. O reflexo da poça de água sob seus pés formada pela chuva durante a noite imitava o rosto suado de Sun; a franja grudada na testa e alguns fios do rabo de cavalo fora do lugar denunciavam a sua bagunça externa, porém, ao fitar os próprios olhos naquela água cinzenta como a calçada, encontrou a sua bagunça interna. Por isso, ergueu a coluna, encarou o céu parcialmente coberto por nuvens e se odiou por odiar a própria vulnerabilidade.